Capítulo 5

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Olhos castanhos o encaram da penumbra

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Olhos castanhos o encaram da penumbra.

Ali está Jongin — atônito, angustiado e imóvel —, fazendo companhia às sombras desenhadas no chão. Uma de suas pernas está estendida para a frente na grama, ensaiando uma saída tácita e clandestina. O contato sutil com o gramado, contudo, provoca um farfalhar baixo, mas audível no silêncio perturbador.

O rosto de Kyungsoo vira em sua direção.

— Jongin... — Sua voz é um murmúrio.

Ele se sente desolado, quebrado. Partido em mil pedaços. Como aquela estátua de Davi destroçada na Galeria.

Jongin percorre a distância que os separa, erguendo as mãos em um pedido silencioso de perdão.

— Desculpe — diz ele. — Eu não devia ter visto isso.

Kyungsoo funga e seca as lágrimas com a manga do suéter. Um tecido grosso, mas que não absorve sua tristeza como esperava que fizesse. Sabia que tinha escolhido a roupa errada naquela manhã.

— Não, tudo bem. Eu... — Ele engasga. Sua voz não sai como deveria e as vias aéreas parecem bloqueadas. Vai começar outra vez, ele pensa. A falta de ar, a vertigem e as palpitações aceleradas. — Eu...

Não, por favor, não agora. Não na frente de Jongin.

Jongin o observa, preocupado, as sobrancelhas arqueadas enquanto assiste seu rosto empalidecer e tornar-se frágil como uma folha de papel. Sua visão escurece. O rapaz à sua frente se torna um borrão.

Imediatamente, Jongin se aproxima com três passos longos. Tão perto que seus sapatos se tocam no gramado.

— Ei, olha pra mim, Kyungsoo. Respira — comanda ele, com o timbre mais manso e doce que já o ouviu direcionar a alguém. — Você está tendo uma crise de ansiedade.

Jongin leva as mãos até a altura de seus ombros, mas as deixa pairando no ar.

— Posso te tocar?

— Sim — ofega ele, monossilábico pela falta de oxigênio nos pulmões.

Herdeiros do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora