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Fui ver os resultados na internet, no site que eles nos passaram por papel no dia do teste, sobre os traficantes e o sequestro, eu fiz um boletim de ocorrência logo que eu saí do hospital no mesmo dia.

O próximo teste seria hoje a partir das 18 horas, Agnes teria que ir comigo para fazer umas consultas no médico.

Passei meu tempo vendo o dia passar, arrumei a casa e aproveitei para pagar as contas do mês, fora isso foi só vendo o dia passar mesmo.

18 horas...

Agnes já estava arrumada, eu a mesma coisa.

- Impressionante como minha beleza é exuberante, né Sn? - Agnes joga os cabelos para trás 

- Aonde aprendeu a ser tão debochada?

- Você que diz para que eu não abaixe a cabeça para ninguém.

- Não era esse o sentido, seja mais humilde, tá?

- Eu sou humilde, eu sou assim por palavras, mas eu não faço para machucar, sou uma ótima pessoa.

- Conta outra, vamos logo vai.

- O seu teste vai demorar?

- Não sei, depende.

- Depende de quê?

- Se for difícil. - Sorrio. - Vou sem pressa.

- Aff, tá bom. Vamos de táxi? - Tremi ao pensar naquela possibilidade, o que aconteceu ontem me deixou receosa.

- T-tá bom. - Chamo um táxi e entramos, eu estava paranoica, qualquer curva diferente que o motorista fazia eu perguntava o porquê. 

No fim ocorreu tudo bem e chegamos no centro, entrei dentro da empresa, sinceramente estava bem tranquila.Passando ou não. Agnes ficou olhando de um lado para o outro admirando o local.

- Cadê ele? - Agnes diz sozinha consigo mesma.

Fui para a sala de testes e Agnes esperou sentada em uma das poltronas do local.

Agora as coisas complicaram, era sobre raciocínio, não era muito boa com isso.

- Porra, Sn, quem mandou ser burra? - Digo para mim mesma e os outros participantes me olham feio. 

Foi tudo uma merda, foi complicado entender o raciocínio daquilo, mas eu sou tão incrível que devo ter passado sem problemas.

Espero...

Saí da sala de testes e Agnes havia assumido, entrei em pânico e procurei ela por todo o local, perguntei a algumas funcionárias por perto descrevendo ela de cima a baixo, elas não haviam visto a garota.

- Hoje eu vou no médico, Sukuna, minha irmã vai me levar para fazer alguns testes. - Era a voz da minha irmã. - Sabe o homem que eu te mostrei foto?Minha irmã disse que ele é bonito, aquele filhote de urubu.

- Falando nela. - Me viro em direção as vozes e Sukuna apontou para mim, junto dele ao lado estava Agnes com um pote médio de sorvete com alguns confeites.

Corri até Agnes me agachando ao seu tamanho.

- Quer morrer, Agnes?Não some sem avisar, garota. - Altero um pouco a voz.

- Desculpa, mana, quer sorvete?O Sukuna comprou pra mim.

- Ela deu muito trabalho pra você? - Pergunto desviando meu olhar para Sukuna.

- Aham, a pirralha não fecha a boca. - Sukuna respondeu com sinceridade e engoli seco.

- É assim, é?Ele só ficou perguntando sobre você, Sn. - Agnes tenta crimina-lo. - Ele é o dono aqui, acredita?

- QUÊ? - Acabo gritando sem querer e atraí olhares. - Você é dono dessa empresa? 

Sukuna concordou com a cabeça e senti minha pressão baixar por poucos segundos.

- Ele disse ontem, Sn. - Agnes diz. - No hospital, lembra?

- Não, eu não sabia disso, você que aprova quem passa ou entra?

- Sim. - Ele diz e coloco a mão na boca.

- Eu vou passar, né?Seja humilde comigo. - Peço com ironia.

- Depende de você, se você gabaritar essa eu te passo direto.

- Você vai ver, eu confio no meu potencial. - Sorrio. - Aliás, a cadeira que você não guardou ainda está lá no mesmo lugar, vai tirar.

- Eu não. - Ele diz virando o rosto e Resmungo.

- Vai sim. Você entra na minha varanda, faz movimentos estranhos com meu cabelo, atrapalha minha leitura e tira minha cadeira do lugar ainda?

- Sim, eu não vou pegar, deixa lá então..

- Vai ficar lá, e você um dia vai pegar ela. - Digo já irritada 

- Do que estão falando? - Agnes pergunta.

- Sabe a cadeira que eu disse para você não tirar do lugar?Esse carinha aqui tirou ela e ele vai pegar.

- Vou não, o resultado dos testes sai amanhã, vamos ver se eu serei seu novo chefe, Sn. - Ele sorri me desafiando com os olhos e retribui animada.

- Obrigada novamente por ontem, Sukuna. - Aproveito para agradecer novamente, eu quase morri da pior forma possível e graças a ele isso não aconteceu. 

- Existe outra forma de agradecer melhor.

- Qual? - Pergunto curiosa e ele apenas sorri, não entendi o que ele quis dizer e fiquei raciocinando.

Ele teve que sair e levei Agnes ao médico.

Estava tudo bem com o seu corpo e ele já estava totalmente cicatrizado por conta da cirurgia.

Os remédios estavam fazendo efeito e ela estava reagindo bem a isso.

Fomos para casa e Agnes ficou o caminho inteiro dizendo coisas que ela conversou com Sukuna, aquilo de certa forma me estranhou, Agnes nunca foi de gostar tão rápido de alguém em tão pouco tempo desse jeito, mesmo com sua personalidade aberta e bem extrovertida. Ela odiava os adultos e sempre tinham uma impressão errada sobre eles principalmente por conta de ela não ter uma figura paterna e materna.

Com crianças era a mesma coisa, ela conversava, brincava, mas nunca criava laços de verdade, era sempre algo superficial.

Ela insiste em dizer que quer sobrinhos, mas quando me aproximo de alguém eu vejo o quanto ela se sente incomodada, talvez a força que ela faz para me empurrar para alguém seja uma forma dela de dizer que vai aceitar as mudanças.

Acho que no fundo ela quer apenas nós duas e tenta esconder isso, e eu também prefiro sinceramente.

Estranhei o fato dela ter criado essa liberdade para falar com aquele cara, eu não o conheço e eles acabaram de se conhecer.

- Agnes, o que te fez gostar tanto desse cara?

- ...eu não sei, mas eu gostei. - Ela diz coçando a bochecha. - Ele te salvou também dos traficantes, ele poderia simplesmente te deixar morrer, afinal ele nem te conhece. Mas ele salvou você.

Penso e era verdade, não nos conhecemos, por que ele me salvou?

- Verdade...

- Ele tá tão na sua.. - Agnes debocha e a xingo por isso.

- Aí é outros 500. Ele só deve ter simpatizado comigo.

- Não acredito nisso, não.

Tomamos banho e trocamos de roupa para dormir.

Existe outra  forma melhor de me agradecer.

Imaginei pensamentos maliciosos e ruborizei ao pensar que ele disse isso.

Não viaja, Sn!!Misericórdia!

Respirei fundo e fui dormir.





Superior {Imagine Sukuna}Onde histórias criam vida. Descubra agora