Capítulo 6

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Meu mundo virou de cabeça para baixo.

Eu sou uma agente secreta treinada para enfrentar os piores cenários, mas essa cena diante dos meus olhos são um pesadelo materializado.

Minha equipe, meus companheiros de confiança, jaziam no chão, cobertos de sangue. O choque percorre meu corpo como uma descarga elétrica, e meu grito de horror fica preso na garganta.

O responsável por essa carnificina é o meu maior inimigo, o traiçoeiro e cruel esposo —Killian— eu sabia que ele era cruel mas nunca imaginei que chegaria a esse extremo.

Meu corpo já não me corresponde pela exaustão de todos os períodos longos de tortura.

— Como...— Minha voz falha.— Como você pôde? — Falo tão baixinho que nem eu mesma consegui ouvir minhas próprias palavras.

Atrás de Killian, a van da equipe está parada, pronta para ser usada como uma rota de fuga. Era a nossa última esperança de sair dali. Vivos.

Minha visão embaça pelas lágrimas que se formam e escorrem dos meus olhos. Ouço o rugidor do motor ecoar em meus ouvidos e deduzo que ele se foi.

Sentindo a tontura e a fraqueza dominarem meu corpo, desmaio diante dos meus parceiros, mortos.

(...)

Antes de abrir os olhos, sinto meus músculos latejarem de dor, é quase insuportável. O que Killian fez comigo naquela sala, me deixa com uma dor no peito como se uma faca tivesse perfurando meu coração.

— Oh céus... O que eles fizeram com você? —A voz da diretora Balker ecoa nos meus ouvidos.

— Onde estou? — Minha voz sai quase como um sussurro.

— Na enfermaria, está segura, não irão nos encontrar, isso posso garantir a você. — Ela se aproxima da maca em que estou deitada. É uma sala pequena, a cor das paredes é um verde claro. Apenas há gavetas perto da porta e uma maca.

— Como me resgataram?

Minha chefe encosta o braço na parede e me encara antes de responder.

— Killian fugiu na van que era para seus colegas de equipe resgatarem você. Logo depois que chegamos, ele já tinha dado fuga junto com os outros, e em seguida, para a surpresa da AOAR, você estava caída em volta de sua equipe. — O tom de sua voz é ríspido e tenebroso.

— C-como... Como eles?

— Mortos. — Ela responde de forma grosseira. — Toda a sua equipe está morta, Agente Romann.

Um nó se forma em minha garganta e meus olhos começam a se encher de lágrimas. Killian atirou neles...

— Depois de meses, quatro precisamente, sua missão auxiliou essa agência a descobrir mais informações sobre a máfia Salvatore. A agente Rachel prendeu um dos criminosos que estava com uma garotinha em um cassino no subsolo do Hotel Lavore...

— Vocês o interrogaram? Ele disse algo? — Interrompo Balker deixando as as palavras saírem desenfreadas da minha boca, a necessidade de saber se estamos perto de pegar os membros dessa máfia me consome.

— Eu ainda não terminei, Agente Romann. — Balker me adverte estreitando os olhos e eu me encolho toda. — Apesar de seus esforços serem consideráveis, seu esposo é um integrante da máfia mais perigosa em que essa agência já trabalhou. Ele sabe de muita coisa...

— Eu juro que eu não sabia de nada! Eu nem sequer contei sobre minha verdadeira...

— Sem mais, Romann! É um perigo ter você conosco aqui, além disso, você perdeu uma equipe inteira. — As palavras me cortam como lâminas afiadas, sou a responsável pela morte de minha equipe, meus amigos. Passei meses procurando por algum mafioso da Salvatore para descobrir que estava bem debaixo do meu nariz!

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