Capítulo 17

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Não esquecem de votar, o capítulo está bem grandinho hoje. Boa leitura❤️🕵🏻‍♀️

Abro os olhos abruptamente, meu coração disparando em meu peito. Respiro pesadamente, tentando me acalmar enquanto minha mente se ajusta à realidade. Olho ao redor e percebo que estou deitada na cama de um dos quartos de Hanna.

Uma ressaca implacável me envolve, como se quisesse me lembrar dos excessos da noite anterior. Aos poucos, as memórias começam a voltar, trazendo uma mistura de sentimentos.

Lembro-me vagamente das risadas forçadas, das vozes embriagadas ecoando em meus ouvidos e da sensação incômoda de que meu corpo era tocado por um homem... Recordo-me de como me senti profundamente abalada. Olho para debaixo do cobertor, confiro que minhas coxas estão levemente roxas. Arregalo os olhos concluindo que devo ter caído enquanto trançava os pés.

As imagens do encontro vêm de volta. Aquelas palavras..."Depois que eu me divertir, você vai morrer". Os toques invasivos, o consentimento não concebido....

É aí que as lembranças vem a tona. Eu...

Céus...

Eu...
Eu...
Eu fui...

Eu me recordo dos cabelos dourados em cima de mim, lembro-me de como odiava aquele toque invasivo, de como eu pedia para que parasse e de como eu me encontrava vulnerável e completamente alcoolizada.

Eu não podia fazer nada.

Nada.

Mas então vi aqueles olhos se aproximando, vi o estrago que a bala fez com a cabeça daquele homem que me violou e também senti um abraço reconfortante.

Era Killian... Não. Não, era Damon.

Não consigo ter certeza, minha visão estava turva e meus sentidos estavam baixos, mas tenho quase certeza, quase, que Damon me salvara ontem.

Depois disso, eu simplesmente apaguei.

Olho ao redor do quarto da minha amiga, buscando conforto em um ambiente familiar. As paredes pintadas em tons suaves, os móveis acolhedores e os objetos pessoais que refletem sua personalidade me trazem uma sensação reconfortante.

Sento-me na cama e noto um comprimido ao lado de um copo de água no criado mudo ao lado da cama. Pergunto-me se foi Hanna quem colocou essas coisas para mim. Aliás, como eu vim parar aqui? Damon me trouxe? Hanna soube do que aconteceu? Ela está bem?

Pego o comprimido e tomo um gole de água, em seguida, levanto-me lentamente, lutando contra a tontura que ainda me assombra.

Minhas roupas estão diferentes. Já não uso o vestido preto que passei a noite anterior, mas sim, uma camiseta comprida toda preta.

Caminho em passos lentos até a porta, abro e vou até a sala onde encontro Hanna com um sanduíche em uma das mãos assistindo televisão sentada no sofá.

— Bom dia, florzinha do dia! — Ela diz animada.

Eu me sinto sem graça em pergunta-lá sobre o que aconteceu na noite passada, por que eu sei que uma hora ela perceberá o quão desconfortável eu estou, e eu terei que dizer que fui estuprada. O peso do silêncio é opressor, mas a ideia de falar sobre tudo isso me assusta ainda mais.

— Bom dia... — Respondo baixo com o corpo levemente retraído.

A noite passada foi longa e a ressaca está me castigando implacavelmente. A luz do sol que entra pela janela parece intensificar minha dor de cabeça, e decido que preciso fazer algo para me sentir melhor.

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