Capítulo 18

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Acordo com um gosto amargo na boca. O sol brilhante entra pela janela, mas a escuridão toma conta do meu coração. Hoje é um daqueles dias em que a realidade se torna insuportável. Levanto-me devagar, tentando afastar os pensamentos dolorosos que me assombram.

Desço as escadas da casa dos meus pais com passos pesados. A cada degrau, sinto um nó se formando em meu estômago. Ao chegar à cozinha, vejo meu esposo, Killian, sentado à mesa, com uma expressão de culpa mal disfarçada. Nossos olhos se encontram, e um sorriso forçado surge em meus lábios.

— Bom dia, meu querido. — Digo com um tom carregado de sarcasmo. — Dormiu bem? Ou será que teve sonhos muito mais interessantes do que a realidade?

Killian abre um sorriso na maior tranquilidade.

Como eu pude ser tão burra esse tempo todo?

— Ah, bom dia, querida. Sim, minha noite não poderia ser mais perfeita ao seu lado, por isso dormi perfeitamente bem...

Só se for ao lado da minha melhor amiga!

A cara desse filho da puta nem treme!

— Que bom que passou a noite comigo. — Respondo, lançando-lhe um olhar gélido. — Afinal, o sono é sempre tranquilo quando você está com alguém que ama, não é?

— Ah, isso sem dúvida, meu bem. Amo dormir ao seu lado, não trocaria nada por isso.

Trocaria facilmente fodendo Hanna, seu cretino mentiroso, filho da puta, vou enfiar uma faca na sua boca da próxima vez que ousar dar esse sorrisinho de merda, eu espero que você se foda, que se foda mesmo!

Forço um sorriso xingando ele em minha mente com mais de mil palavrões.

Pego uma xícara de café das mãos dele e bebo um gole lentamente, saboreando a amargura que se espelha em minha vida.

Deixo a xícara de café quase vazia sobre a mesa e me afasto, deixando Killian para trás.

O dia passa e eu tento aturar Killian até anoitecer. Pego minhas malas e me despeço de meus pais. Killian insiste em me levar para casa de todas as maneiras possíveis e eu não recuso. Assim que saio do carro dele, volto para casa, fecho-me no meu próprio mundo de tristeza e desilusão.

Não saí de casa, não atendi as ligações, sequer peguei meu celular. Minha dor era tamanha que parecia tomar conta de cada fibra do meu ser. Não somente sobre a traição, mas meu desgaste emocional e psicológico. Eu fui abusada, e além de tudo descubro que meu esposo me traia.

Os dias se arrastaram lentamente, mergulhados em um mar de tristeza. O sol brilha lá fora, mas dentro de mim reina uma escuridão profunda. Eu me sentia perdida, como se tivesse perdido não apenas um amor, mas também uma parte de mim mesma.

O silêncio da casa ecoava a solidão que me envolvia. As paredes, antes cheias de alegria e amor, agora pareciam sussurrar palavras de dor e traição. Eu me afundava na memória dos momentos felizes que agora se revelavam como uma farsa cruel. A dor me envolvia, e eu me permitia afundar nela, sem forças para lutar. Eu sentia que estava sendo observada, mesmo quando estava sozinha em casa. Uma sensação constante de ser vigiada envolvia cada cômodo, cada suspiro meu.

Eu não conseguia explicar essa sensação, mas ela se tornou mais intensa a cada dia. Era como se alguém estivesse sempre presente, escondido nas sombras, me observando em silêncio. Apesar de não conseguir ver ninguém, eu podia sentir a presença, como se estivesse gravada no ar.

Era como se uma barreira invisível me cercasse, me isolando do mundo exterior. Eu fechava os olhos para as mensagens de texto não lidas, os telefonemas não atendidos, pois a ferida em meu coração estava tão profunda que eu não conseguia encontrar forças para enfrentar a realidade.

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