A grande cidade fica minúscula vista de cima, as pessoas que nela habitam, menores ainda. Suas ruas repletas por pessoas, andando semelhantes a pequenas formigas desempenhando suas respectivas tarefas.Logo serei eu nas ruas dessa vasta cidade.
Minha barriga está agitada por conta do nervosismo, não sei se estou pronta, nem se existe o momento que estarei, porém não tenho escolhas a não ser aceitar o rumo que minha vida tomou.
Desde o acidente de carro onde meus pais faleceram e eu fora a única sobrevivente, minha vida tem estado em um completo caos. Após a morte deles, minha tia por parte de pai me recebeu em sua casa e fez o possível para me cuidar. Entretanto, a mesma se encontrava em uma situação delicada com seu financeiro e psicológico, assim o melhor a fazer foi recorrer a uma tia distante que morava no Japão, chamada Victoria. Minha família era pequena, então essa era a única boa opção no momento.
Nos meses que passei na casa de minha tia paterna, frequentei terapeutas e médicos para tratar a depressão e o estresse pós-traumático. O que funcionou, de certa forma, mesmo ainda apresentando dificuldades.
Estou assustada, seria mentira se negasse. Até o momento não havia nem me mudado de cidade, quem dirá de continente. Por sorte, sei a língua nativa do país que vou morar por ter frequentado aulas de japonês em minha cidade por um longo tempo. Mesmo assim a ansiedade toma conta do meu corpo e eu me sinto minúscula. Minúscula e sozinha.
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Após encontrar minhas malas, meus olhos encontram Victoria enquanto desço as escadas rolantes. A mesma segura uma plaquinha escrito "Bem-vinda ao Japão, Hope!" com uma carinha sorrindo no final da frase. Quando enfim chego perto da mesma, noto as covinhas aparentes quando a mesma sorri e os mesmos cabelos negros que minha mãe tinha. Assim como eu tenho. Sinto uma onda estranha passar por mim, me sinto em parte feliz por estar aqui, mas também insegura.
— Hope, você está gigante! - A mulher diz ainda com o sorriso amigável no rosto enquanto me dá um daqueles abraços super apertados - Não deve se lembrar de mim... Me mudei para cá quando você tinha apenas um ano, você está linda! Como foi a viagem?
Noto a mesma nervosa. Não sei exatamente como reagir, não quero parecer rude com a moça simpática.
— Realmente, não me lembro... - Dou um simples sorriso sem graça - A viagem foi boa, dentro do possível. Obrigada por me aceitar na sua casa Victoria.
— Somos família, Hope. Sua mãe iria querer isso.
Olho para o chão e permaneço em silêncio, não sei que resposta dar a ela. Creio que meu desconforto tenha ficado um tanto exposto, pois a mesma coloca uma de suas mãos em meu ombro, chamando minha atenção.
— Venha, vamos para casa. - Ela fala com um pequeno sorriso, querendo transmitir segurança. A mesma pega uma de minhas malas e me guia para fora do aeroporto.
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Estou apertando fortemente minhas mãos, odeio andar de carro desde o acidente. Por mais que tenha passado um tempo desde o ocorrido, ainda me sinto um tanto desconfortável. Prefiro mil vezes ir andando aos lugares.
Hoje vejo que ao ir andando para os lugares, aprecio muito mais as coisas que estão à minha volta. Passei a ver os lugares com o "olhar de turista" mesmo sendo uma habitante do lugar e que o vê todos os dias. Quando estou em um carro, sinto-me longe de tudo, tudo passa muito rápido e não tenho tempo de dar a devida atenção aos detalhes.
Depois de um tempo de trânsito, Victoria estaciona seu carro na garagem de uma bela casa. Fico por um tempo encarando a casa. O quintal apresenta uma grama cortada, com algumas flores nos cantos. A casa de cor amarelo-claro me transmitiu uma certa paz, eu gostei disso.
Recolhemos as malas do carro e levamos para dentro da casa. A decoração era simples e bonita, havia vários quadros e pinturas nas paredes, creio que a mulher goste de arte. Victoria leva-me até o andar de cima da casa, parando em frente a um quarto que acredito ser o meu.
— Resolvi não decorar o quarto, quero que você mesma o deixe do seu jeito. Ele não é tão grande, mas espero que goste.
— Está perfeito, muito obrigada Victoria.
— Pode me chamar de Vicki, ou de tia Vicki. Ou só tia, você que escolhe. - Ela fala em um tom engraçado, fazendo-me abrir um sorriso. - Bom, vou deixar você se acomodar, pode dar uma volta pela casa para se habituar. Me chame se precisar! - Concordo com a cabeça, ela sorri mostrando as covinhas e sai do quarto fechando a porta logo em seguida.
Solto um longo suspiro e olho ao meu redor para associar tudo que estava acontecendo. Decido retirar as roupas da mala e já as organizar no armário. Coloco alguns de meus mangás na escrivaninha e dirijo-me até a janela. Já estava anoitecendo. A vizinhança era calma, escutava-se apenas o barulho das folhas das árvores. Eu gostei do lugar, estava imaginando algo completamente diferente e sinto um alívio por estar aparentemente errada.
Após um tempo, vou para o andar de baixo, onde vejo minha tia na cozinha.
— Você tem um ótimo gosto para arte... - digo enquanto olho uma pintura na parede.
— Obrigada querida, sempre gostei muito de arte, desde pequena. - Acho que temos algo em comum, afinal... A mesma dá uma pausa após sua fala,- Está com fome? Amanhã iniciará suas aulas, te matriculei após conversar com sua tia sobre sua vinda.
— Eu comi no aeroporto, não estou com fome. - Tiro minha atenção da pintura e olho para a moça - Ela me contou que você ja havia me matriculado, acho melhor eu ir descansar para amanhã.
— Claro, seria ótimo. Deixei em uma das suas gavetas seu uniforme para você usar amanhã. Boa noite Hope. - Ela da um de seus sorrisos simpáticos mostrando as covinhas.
— Obrigada... Tia Vicki. - Digo com certa insegurança e retribuo com um pequeno sorriso - Boa noite.
Vou até meu quarto novamente, procuro em meio a bagunça das malas minha escova de dente. Quando enfim a encontro, caminho até o banheiro e me preparo para dormir.
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Deitada na cama enquanto encaro o teto, sinto-me minúscula novamente. Tenho essa sensação muitas vezes, como se eu fosse de certa forma apagada do mundo. Não queria estar na situação em que me encontro, não que eu não tenha gostado da minha tia e do lugar, mas não é aonde sempre conheci como Lar, com as pessoas que estava acostumada e me sentia amada. Infelizmente não tenho o poder de controlar as coisas, não seria justo.
Em meio aos meus pensamentos e após tanto rolar na cama, enfim adormeço.
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Oii, peço perdão por qualquer erro que possa ter ocorrido durante o primeiro capítulo!! Espero de coração que tenham gostado, essa é minha primeira história e não sei se ficou boa...
Obrigada pela leitura 🤍
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𝐈 𝐒𝐄𝐄 𝐘𝐎𝐔 𝐒𝐇𝐈𝐍𝐄 | 𝐒𝐡𝐨𝐭𝐨 𝐓𝐨𝐝𝐨𝐫𝐨𝐤𝐢
Fanfiction𝐄𝐥𝐚 foi a única sobrevivente de um trágico acidente, onde perdeu seus pais. Sem opções, a garota se muda para outro país viver com sua tia. Em meio a tanto caos e perdas ela permite-se viver, descobre ainda ser possível sorrir e que o amor pode v...