CAPÍTULO 8

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I A N A

Está no meu direito duvidar, jamais conheci outros e mesmo que tenhamos uma boa interação, como saberei se não é uma coincidência, e talvez não sejamos predestinados?! – Minha cabeça ficou um nó confuso, enquanto via a forma que os machos falavam de suas fêmeas com devoção, a felicidade por seus filhotes estarem vindo em breve. Não entendo porque não consigo ficar grávida, e uma das hipóteses seria o fato de não sermos destinados, e isso dificulta as chances, porém, mesmo que não sejamos destinados, tenho muitos sentimentos por meus homens e já os declarei meus e eu deles, e estou feliz com isso, e sei daremos um jeito de conseguir alguém para dar continuidade ao nosso legado.

Handy, o jovem feiticeiro tem poder em seu interior e ele poderá assumir quando eu não puder mais. Também tenho o fato que ele possa ter herdeiros, que possam assumir a biblioteca quando eu Rubens e carinho Karin, precisamos seguir outro rumo que não seja a proteção da biblioteca primordial.

— tem certeza que sabe o que está fazendo? – questiono incrédula vendo o garoto consumir pólen de flores.

— Claro, vi minha mãe fazer isso várias vezes. – responde prepotente. O que é no mínimo fofo.

Enquanto todos conversavam, aproveitei o momento para vir até a biblioteca e conversar um pouco com o filhote de feiticeiro. Preciso descobrir se eu e os rapazes somos mesmos predestinados, porque é algo tão impossível segundo os livros que mesmo que tudo pareça perfeitamente se encaixar com a descrição de companheirismo, tenho minhas dúvidas e como uma perfeita curiosa, não consigo perder a oportunidade de descobrir se realmente somos.

— sente bem junto a mim. – ele pediu, e me senta em posição de lótus a sua frente, nossos braços unidos em um abraço próximo. — não se assuste. Agora você vai ter uma leve inconsciência. – Avisou, e já consigo sentir um pouco de tontura.

— tudo bem acho que posso aguentar isso. – concordo um pouco hesitante.

Poucos sabem manipular a magia, e aqueles que sabem são temidos por suas façanhas. Segundo Handy, esse encantamento exige muito da sua força, porém ele sempre desejou tentar e nada mais justo do que ser comigo que estou disposta a oferecer a oportunidade. Disse a ele que poderia descansar e amanhã tentar, porém o garoto estava muito empolgado para experimentar e não consegui dizer não aqueles olhinhos pidões.

Meu corpo estremeceu e foi como cada molécula dele estivesse batalhando entre si, algo forte e como se tivesse no meu mais profundo ser se expandindo em minha mente, estalando como se novas informações chegassem a todo instante nela. Imagens nítidas de fios rosas e emaranhados como telhas de aranha, confundem minha mente, tanto quanto a visão de Karin e Rubens, se misturando e a minha também se fundindo a dele, apenas para explodir em mais uma telha complexa de linhas. Uma sensação de cansaço que faz meu corpo esmorecer sobre o dele, parecendo cansado exausto como se tivesse corrido por todas as montanhas com gelo alto e finalmente tenha permissão para respirar.

— pronto, pronto, pronto, finalizamos! – Ele riu segurando meu rosto entre suas mãos sua pupila antes escura está dilatada e rosa, e ao nosso redor um pouco de pólen rosa paira no ar. — Talvez fosse preferível fazer com você inconsciente, mas, exigiria uma força que ainda não tenho. – se explica preocupado, ainda me avaliando.

— me sinto exausta. – Assumo tomando um fôlego, deixando que minha cabeça descanse em seu ombro suas mãos subindo e descendo na minha coluna trazendo uma calma boa que tanto preciso. — conseguiu descobrir? – não consigo esconder a expectativa e a ansiedade para saber até que ponto somos ligados.

— Vocês são! – Sorriu fácil e abraço jovem rapaz apertado, me sentindo agradecida por ter diminuído minhas dúvidas sobre como me sinto em relação aos rapazes. — sinceramente nem precisava ter feito o encantamento para descobrir isso. Assim que vi a forma como eles estavam enciumados, a resposta é suficiente para mim mas não poderia perder a oportunidade de testar minha força mágica. – declarou ainda me mantendo no seu abraço reconfortante.

O SEGREDO DA MONTANHA 4Onde histórias criam vida. Descubra agora