I A N E
Observo a grande e agora verde cidade. A natureza segue seu curso, e onde uma semente para, uma planta se forma e a vida se erguer em meio as placas lisas de pedras polidas e agrupadas, e o metal do grande palácio dourado dos anciões, envolvendo e escondendo tudo. Um dia a vários ciclos solares atrás, todo esse espaço era divido entre radinaks e seus animais de estimação, e conquistas únicas. Mas, a grande praga levou todos, e apenas a alguns anos atrás, tive um vislumbre de um visitante, que sumiu assim como apareceu e nunca mais retornou. Era um de nós, e reconheço pelos rastros que deixou, porém, não tive chances de ir até ele, porque não posso deixar a biblioteca sem proteção e cuidados.
Deito sobre a bola dourada, que absorve luz para transformar em energia, olhando os cristais no topo da caverna, ampliar e brilhar por toda a cidade, trazendo tudo o esplendor da sua luz. Lembro das histórias que minha mãe contava, sobre a grande deusa e sua proteção com o povo, e as vezes penso em duvidar de tal coisa, porque ela abandonou toda uma civilização e deixou ser dizimada por uma coisa que não tínhamos o controle. Foram os anciões que decidiram caminhar com a evolução humana, e por fim, a grande maldita praga levou nosso povo. Me salvei apenas porque ainda estava na barriga da minha mãe, e ela fugiu para uma caverna distante, e lá ficou por muito tempo, até retornar e tudo ter se acabado. Toda a vida partido. Os últimos que haviam durado, estavam amontoados e mortos como se não tivesse uma vida e uma história. Apenas tudo acabado.
Hoje, também estou sozinha. Minha mãe se foi a um ciclo solar, e parece que tudo acabará na minha existência. Quem cuidará da grande biblioteca?! Nem mesmo sei recitar os feitiços de cada um deles, mas, mesmo assim, me sinto na obrigação de cuidar de cada parte e proteger com minha vida, as instalações principais do palácio dos anciões, para que toda a sabedoria jamais caia em mãos erradas.
Escorrego até o piso de ladrilhos, suspirando com monotonia, ao ver a pequena mamãe pássaro, alimentando seus filhotes e minha monotonia vira desalento e tristeza, porque não poderei ter filhotes. Não existe outros que combinem comigo, além dos humanos da planície, e não sei se deveria me envolver com a espécie que trouxe todas as doenças que dizimou meu povo.
Minha mãe contava que poderia existir radinaks morando em uma longa distância, além das montanhas da cidade principal, porém, não acredito que mais alguém tenha sobrevivido a grande doença. Essa vila deveria ficar no extremo noroeste, onde os deuses criadores plantaram a árvore da vida, onde os espíritos honrados deveriam se tornar seres celestiais e viver junto aos mortais, concedendo desejos puros de coração.
Sei! Parece apenas uma lenda, mas, minha mãe acreditava, e apesar de acreditar mais nos livros de exatas, acredito que pode existir magia além do que conheço.
Vou para minha casa, observando e procurando qualquer mudança que me chame atenção, e não ser uma flor ou outra que desabrochou, são sempre as mesmas formas e cores. No inverno que se aproxima, tudo ficará ainda mais estranho, com o ar gélido e a forma como as plantas envolvem sua vida em seu interior, os animais nas suas tocas, e as longas noites monótonas e duras.
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O SEGREDO DA MONTANHA 4
FantasíaRubens e Karin estão exausto de não conseguirem construir uma família como todos os outros gigantes. Até mesmo o jovem Randy, talvez tenha mais chances que eles. Seria um arranjo diferente, de fato, porém, nada que com o jeito certo, não passa ser a...