03 | Dois passos para um beijo de verdade!

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Doze graus

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Doze graus. Uma hora da tarde. Me dirigia até o parque central de Meia-Norte ao lado de Isabella Maia após o colégio. Ela puxava assuntos legais, mas também, as vezes implicava com o fato de eu ter dito da blusa de pinguim dela.

Ela vestia uma calça cargo preta, com um all star vermelho e o moletom na mesma cor. O capuz cobria uma parte do cabelo loiro e a maquiagem reforçava um pouco do nariz avermelhado pelo frio.

- Sua cor favorita é rosa, né? Sempre te vejo vestindo rosa, usando esmalte rosa, gloss rosa...

- Acho que deu pra perceber, né? É meio previsível.

Ela riu, concordando com a cabeça. Não demorou tanto tempo para chegarmos no local. O céu estava preenchido por neblina, o mato parecia um pouco ressecado e haviam poucas crianças, todas agasalhadas, brincando com os animais que passavam por ali com a supervisão dos pais.

- Não sei porque falou mal da minha blusa de pinguim então! Você é viciada em morangos e parece amar o seriado da moranguinho.

- Como adivinhou?! Não use isso contra mim, Maia!

‐ É um dos meus dons.

Revirei os olhos, rindo e empurrando ela levemente com o ombro, que retribuiu, com a expressão indignada.

- Como ousa me empurrar assim, Marianna?! Já quer arrumar briga de novo?! - nítidamente, o tom utilizado era brincalhão. Eu arqueei minhas sobrancelhas e cruzei os braços, indignada. Logo em seguida, caí na gargalhada junto consigo.

Caminhamos até de baixo de uma árvore. Os parques, em Meia-Norte, ainda mais os centrais, haviam diversos panos posicionados em árvores para facilitar piquiniques ou coisas assim. Logo eu e Maia já estávamos sentadas no lençol, falando sobre nossos dons e o extraordinário chocolate quente que Isabella sabia fazer: esse qual deixei claro que apenas acreditaria se eu experimentasse e ela jurou que um dia faria apenas para "esfregar" o fato na minha cara — eu ainda duvidava que o dela seria melhor do que o chocolate quente com marshmallows dos pais de Lina.

Isabella era interessante e muito legal. Fiz diversas piadas das quais ela riu e, de forma meio romântica e descontraída, deu em cima de mim entre alguma delas.

Eu só poderia estar sonhando, porque o jeito que ela me envolveu até conseguir arrancar um beijo meu soava parcialmente irreal.

Os lábios encaixaram, quase perfeitamente. Por um instante, me lembrei de Lina e o fato de que com ela havia tido o exato encaixe perfeito. Eu não deveria estar pensando em minha melhor amiga ao beijar a garota que eu tanto queria, não é?

Foi suave, beirando até mesmo ao carinhoso. O jeito que pediu para introduzir a lingua, com um pequeno aperto na cintura, foi majestoso, e o jeito em que conduziu o ósculo, também.

Eu deveria estar sentindo a mesma sensação do beijo de Lina. Mas não senti.

Ou talvez apenas fosse coisa da minha cabeça, então foquei em continuar o ósculo com Maia.

Dois Passos e o Conto de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora