09 | Dois passos para um pedido de namoro

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O festival de inverno havia chegado

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O festival de inverno havia chegado. Após o dia em que Lina foi apresentada para meus pais, eu e ela resolvemos comparecer sim no festival, que aconteceria em torno de um mês — tudo bem que minha mente me alertava sobre o medo de ir a público por muito tempo, porém, eu queria fazer algo legal para a garota em que eu gostava.

Eu planejei a ida ao festival e o término da noite em uma cafeteria noturna temática de cereja, composta pela cor vinho na maioria do estabelecimento. Comentei com mamãe sobre o pedido de namoro fazia algumas semanas e ela me ajudou a escolher as alianças de prata finas com uma linha fina vermelha no meio. Eram perfeitas. Eram nossa cara.

Ansiosa, me encarava na frente do espelho pela nona ou décima vez. Estava vestindo um moletom rosa bebê com uma mini saia xadrez preta e branca, acompanhada de uma meia calça preta quente, duas polainas na mesma cor do moletom e sapatos Mary Jane pretos.

Quando Lina me mandou mensagem dizendo que já estava em frente a casa, espirrei um pouco mais de perfume de fragrância de frutas vermelhas e puxei a última bolsa de morango dada pela mesma.

Um sorriso sincero preencheu meus lábios avermelhados por batom (e gloss) ao ver como a garota estava. Tipicamente com uma blusa cacharrel alta de lã na cor vinho, uma calça jeans preta larga e tênis na mesma cor da blusa. Os acessórios dourados contornavam o pescoço, as mãos e a calça, assim como a bolsa preta pequena no ombro esquerdo.

- Você tá linda! Até pintou a unha de vinho, uau!

- Tudo 'pra te impressionar nesse festival, moranguinho.

- Você sempre me impressiona, Nana. Enfim, vamos?

Ela concordou com a cabeça. Nós tomamos o caminho para o local onde o festival aconteceria e não demorou mais de vinte minutos para chegarmos — Meia-Norta era uma cidade pequena, cheia de pontos um do lado do outro.

Ouvimos a música alta de longe e a agitação de um aglomerado de pessoas aumentando cada vez que nos aproximavamos. No palco, havia uma garota de estilo diferente: mesmo no frio, ela utilizava uma saia longa em tons terrosos, um biquíni feito de crochê com estampa tribal, acessórios grandiosos de pena e uma maquiagem pesada, tudo combinando com a peruca loira. Ela cantava músicas em diversos tons e batidas, reconheci como algo mais experimental. Lina, ao meu lado, sorria e cantava junto com a mulher. Discretamente, agarrei sua mão e a entrelacei com a minha, percebendo a mesma aumentando o sorriso e o tom de voz.

Depois de três ou quatro músicas, a garota do palco fez um agradecimento breve e saiu pela parte de trás. Os olhos da Queirós brilhavam em admiração e animação, já os meus olhos, brilhavam em paixão pela mesma.

- Acho que nunca comentei com você, mas essa é a Castiélla, uma gyaru da vertente bohemian. Ela é incrível e também é lésbica. Saiu da cidade dela para vir cantar no festival de inverno de Meia-Norte.

Dois Passos e o Conto de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora