O amor

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-Ele é ruivo?

Wess deu de ombros à pergunta da assistente social, ele estava deitado, dolorido, cansado, moído, sentindo que um pedaço do seu corpo nunca mais voltaria ao normal, ainda sangrando e tendo que usar um absorvente pós-parto.

-Minha mãe é ruiva -Morgan respondeu por ele.

-Foi culpa da abóbora -Wess riu de sua própria piada e em resposta Morgan beijou sua testa sabendo que falar aquelas palavras levou o resto de energia que o ômega tinha.

Morgan estava em alerta e vigilante, Wess teve dezesseis horas de um trabalho de parto natural e cansativo, ele ainda não tinha conseguido dormir.

Audrey se mexeu nos braços do pai, pronto para abrir os pulmões novamente em um choro forte e desolado e assim o fez.

-A senhora já acabou? Sabe... meu om... ele precisa descansar.

-Ah claro! Desculpe a impertinência, eu como assistente social preciso conversar com todos os papais daqui.

Morgan assentiu de mal gosto e então ela saiu deixando-os sozinhos.

Wess tentava acalentar o bebê colocando-o próximo ao seu peito, fazendo-o sentir o calor e seu cheiro, mas o bebê continuava a chorar e Wess começou a chorar junto.

-Morgan, ele está sentindo dor? Morgan?!

-Ei, fica calmo, eu vou pegar ele um pouquinho pra ver se para -Morgan então tirou o corpinho quente dos braços do Wess, mas assim que o fez o choro ficou mais forte.

O choro do Wess também.

-Meu Deus, ele está sentindo dor!

-Wess, ele não está sentindo dor.

-Por que ele tá chorando então? Morgan, eu machuquei ele no parto, deve ter sido isso! -E os soluços também foram aumentando.

Acalmar um bebê ou o pai de um bebê? Bem, os dois precisam se acalmar, porque o pai alfa também iria chorar se continuasse assim. Então a enfermeira entrou, encontrando uma cena como aquela, ela sorriu como se já estivesse acostumada.

-Senhora, eu machuquei meu bebê! Ele deve tá sentindo dor por minha causa! -Wess enfiou a mão no rosto e continuou a soluçar.

-Wess, o bebê só está chorando, ele até poucas horas atrás estava em um ventre quentinho e escuro, fique calmo.

-Sr. Wess, escute seu marido. Está tudo bem com o bebê, ele só está com fome, por isso eu vim até aqui.

E no mesmo segundo Wess parou de chorar.

-Então ele está bem?

A enfermeira assentiu.

-Sim, ele está bem. O senhor vai alimentá-lo e então eu vou levá-lo para fazer alguns exames. Agora vamos ver se seu leite já está saindo, se não, vamos fazer algumas massagens até que fique tudo bem, certo?

-Sim, sim, tudo bem.

A enfermeira então abriu a camisola que Wess vestia expondo seus seios protuberantes, ele tinha se esquecido que aquela região estava doendo, tantas coisas tinham acontecido que não se lembrou do fato que seus peitos pareciam que iam explodir. A mulher apertou a área e rapidamente um líquido amarelado e espesso saiu.

-O que está saindo se chama colostro, é rico em anticorpos pro bebê e daqui alguns dias o leite fica com a cor habitual -ela sorriu continuando a apertar o lugar -prontinho. Esse garotinho com fome já pode comer, venha, dê ele pra mim -falou se dirigindo a Morgan.

O bebê ainda chorava apertando as mãozinhas pequenas, até assim, ele era tão lindo mesmo sendo um recém-nascido.

Audrey foi posicionado contra o peito do pai e parecendo um leãozinho esfomeado e desorientado ele abocanhou o que estava à sua frente e como um instinto ele sugou.

A Tinny IncidentOnde histórias criam vida. Descubra agora