𝐈𝐧𝐨𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞 | ABO - Soukoku

𝐗𝐈𝐗

Após a longa conversa que tiveram sobre o passado, chuuya sentiu-se extremamente exausto e bastante balançado hormonalmente, o que resultou numa forte enxaqueca que o fez se tornar temperamental. Com a chegada da enfermeira, logo foi medicado e voltou a dormir, dando tempo para que a mulher explicasse tudo para o dazai sobre a situação do omega, que por sinal não estava mais em risco, porém agora seus hormônios estariam desenfreados pela falta de supressor em sua corrente sanguínea. Como dito antes, no fim do dia, dazai voltou junto com fumiya para casa enquanto claire assumia seu lugar como acompanhante. No dia seguinte, tiveram uma grande notícia animadora, chuuya estava de alta e poderia voltar para casa. Como claire já estava lá, ela quem iria trazê-lo, o que deu mais tempo ao dazai para organizar tudo.

"Bora, fumiya! Levanta esse rabo da cama!" chamou pela milésima vez, já terminando de lavar os pratos do jantar da noite passada. Seu café da manhã tinha sido o que sobrou da comida chinesa que havia pedido da noite anterior, e ainda tinha o yakisoba do fumiya na geladeira, esperando a boa vontade do mesmo de acordar para comê-lo e assim poder ajudar o alfa mais velho com a casa.

Terminando com a louça, as deixou secando enquanto enxugava as mãos com o pano de prato, decidindo ir bater na porta por não ter mais escolhas. Chegando em frente ao quarto, simplesmente abriu a porta e entrou, indo com passos longos até a cama bagunçada. fumiya se encontrava descoberto com um travesseiro sobre o rosto numa posição desconfortável que tomava o espaço todo da cama de solteiro, enquanto alguns outros travesseiros estavam caídos no chão junto do lençol branco. Com a mão na cintura, dazai puxou o travesseiro, prendendo o riso quando viu o rosto meio inchado de sono. Tomando uma postura séria, logo o empurrou levemente. "Acorda aí, cara."

Apesar de se encontrar num sono profundo, fumiya ainda podia ouvir o chamado insistente do alfa, que com o passar dos segundos conseguiu o que queria quando a íris verde ficou a mostra. Sentando-se com a ajuda do outro, fumiya esfregou seu rosto de forma preguiçosa, parando um pouco para encarar o nada enquanto dazai ia de um lado pro outro,juntando as coisas no chão para jogar de volta na cama.

"Agora que acordou, levanta e escove os dentes. Preciso de você para organizar a casa"

"Por que?"

"Porque sua mae está vindo. Ele chega em uma hora, então se apresse. Vou esquentar a tua comida e depois guardar os pratos."

Assentindo, forçou-se a levantar, indo direto para seu banheiro enquanto dazai saia do quarto rumo a cozinha. Não muito tempo depois, fumiya desceu, coçando a barriga em meio a um bocejo. O moreno, que terminava de guardar a louça, logo agiu e colocou o prato na mesa, dando ao garoto somente o trabalho de pegar o garfo e comerE apesar da correria pra deixar tudo organizado, ele se viu tendo tempo de acariciar o cabelo do fumiya antes de dar um beijo em sua temporã, sorrindo quando o mesmo ficou todo sem jeito e com um sorrisinho bobo.

"Bom dia, filho."

"Bom dia, pai."

Com uma troca rápida de olhar, dazai viu-se voltando a terminar o que tinha começado, não notando o olhar fixo em si. Enquanto comia, fumiya não pôde evitar de pensar em como tudo poderia ser bem diferente se ele nunca tivesse sido preso, e isso apertou seu coração. Seu pai era um bom homem, sabia disso. Mesmo com o erro bobo, comparado ao que teve como troca, ele não merecia aquilo.

Ninguém merecia. Desviando seu olhar, tentou focar somente em sua comida e não em pensar em coisas desnecessárias, já que para ele ficar pensando em como seria não mudava o agora. Infelizmente.

Terminando de comer com uma feição cabisbaixa, saiu da cadeira e levou o prato para pia, onde lavou e enxugou para não dar mais trabalho ao homem que agora já corria para a área de serviços para pegar uma vassoura. Guardando o que tinha usado no armário, foi ao encontro do pai na busca de descobrir o que teria que fazer. "E então?"