𝐗𝐗𝐕

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"Eu comi o pão que o diabo amassou, e só tive a certeza disso quando foi no dia do seu nascimento. Era chuuya gritando de um lado, era os médicos preocupados mas sem quererem fazer a cesariana do outro... Eu juro que estava prestes a sair correndo pelo hospital enquanto arrancava meus cabelos em desespero. chuuya não tinha passagem para o normal, e os médicos ficaram insistindo para que fosse parto normal Por sorte, minha irmã que acompanhou a gravidez do começo ao fim chegou rápido e encaminhou a cirurgia. Mas se não fosse por ela... Não gosto nem de imaginar." contou, encolhendo-se com a lembrança do momento em que quase perdeu seu companheiro por negligência.

Pelo tempo que passou, sua memória não era tão boa assim, mas podia se lembrar muito bem o quanto chuuya havia sofrido nas duras tentativas de pôr o menino para fora, chegando até mesmo a se desesperar e gritar para que fizessem a cirurgiaE apesar de todo aquele desespero, a chegada da yosano trouxe o alívio que ambos mais precisavam. No decorrer da cirurgia, dazai acompanhou tudo de perto, tendo a liberdade de fotografar as partes que acreditava ser necessárias para o álbum que faria
sobre o nascimento do filho. E para a surpresa de todos na sala, quando o bebê finalmente saiu, era bem pequeno, não fazendo jus a grande barriga que chuuya havia feito, pesando somente dois quilos e seiscentas gramas. Apesar da pequena estatura, tinha uma garganta boa e isso trouxe boas risadas por esse motivo, levando em conta que a sala logo se infestou pela barulheira que o pequenino fazia.

Sorrindo com a lembrança, dazai balançou a cabeça ao rir baixinho. Com certeza queria poder voltar no tempo e assim aproveitar mais aquele momento tão especial. A sensação era esquecida fisicamente, mas em sua memória estava viva a forma como seu filho pequeno se encaixava em seu colo. "Época boa..." murmurou, perdendo de vista o suave sorriso do omega que, assim como ele, lembrava daquele dia com muito carinho apesar de todo sufoco.

Não precisava ser muito observador para notar o clima amigável instalado no carro, e principalmente a diversão do fumiya que só fazia aumentar conforme dazai ia narrando as histórias que tinha. O moreno muitas vezes mudava de tom, o que resultava em altas risadas, mas logo retornava e continuava a contar tudo com os mínimos detalhes. Para fumiyq, não havia nada melhor que isso. Não era mentira se ele dissesse que muitas dessas histórias não conhecia, até porque o pouco que sabia tinha vindo de seus avós maternos, mas não era nada considerado à isso. Dazai tinha uma forma tão cativante para falar que com pequenos assuntos conseguia puxar conversas longas e muitas vezes divertidas, o que por si só ajudou muito a aliviar a tensão do chuuya, que de vez ou outra se encontrava preocupado com o almoço.

Rindo baixinho, fumiya olhou para o pai com bastante carinho estampado em seu olhar, que chegava a se iluminar de tanta diversão. "Só imagino você querendo correr pelo hospital"

"Acredite, eu só não fiz isso porque chuuya estava desesperado. Mas também, quando você nasceu, eu logo quis te enfiar lá dentro novamente. Você chorava de um jeito que eu jurava que, em algum momento da minha vida, eu me tornaria surdo" brincou, rindo junto ao mesmo. "É sério, porraDepois, quando tivermos tempo, te mostro os vídeos."

Com um pequeno sorriso de escárnio, o garoto inclinou a cabeça para o lado antes de voltar sua atenção para o omega. "Ele está exagerando, mãe?"

Negando suavemente, chuuya sorriu ao dizer com bastante carinho: "Não muito. De fato, você tinha uma garganta muito boa, isso foi a primeira coisa que todos nós notamos" riu baixinho, continuando logo em seguida para completar sua frase. "Porém, eu não achava importuno. Pelo contrário, achava muito fofo."

Revirando os olhos em divertimento, dazai disse: "Até parece que você diria que isso te incomodava. Lembro-me como se fosse ontem, você indo no quarto dele de instante em instante para checar se ele estava respirando ou não. Isso foi logo nas primeiras semanas, depois você se acalmou."

𝐈𝐧𝐨𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞 | ABO - SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora