𝐗𝐈𝐈𝐈

353 24 4
                                    


Após a prisão do dazai, a situação piorou de uma maneira avassaladora na vida do chuuya, que teve que lidar com muitas coisas de uma só vez com pouquíssimas pessoas ao seu lado. Mesmo com o passar dos meses, ele não sabia o que dizer ao seu filhote sempre que ele chamava o pai e isso lhe rendeu um grande problema com estresse, que afetou sua vida profissional e o fez passar um bom tempo afastado de seu escritório. Ele havia perdido bastante peso em poucos meses, sofria de insônia e sempre acordava com seus cabelos caindo, tudo por causa da pressão que sofria. Fumiya, mesmo com dois anos e meio, ainda mamava, mas os medicamentos para controlar o estresse causaram a diminuição de leite. Partiu o coração do chuuya ver o seu menino pedir por algo que não poderia mais dar, então logo ele recompensou a falta com a mamadeira, o que aliviou a situação de certa maneira.

Um ano se passou e a situação continuava a mesma, senão pior. chuuya ainda não havia retornado ao trabalho, tinha decidido entregar-se totalmente a criação do seu menino, que agora estava com três anos. Aparentemente, fumiya havia se acostumado

com o sumiço repentino do pai, até tinha deixado de perguntar sobre o mesmo. Era raro as ocasiões, mas isso não diminuía o peso na consciência que chuuya carregava sempre que o garotinho chegava chorando em casa porque os colegas haviam zombado dele por causa de um desenho que representava sua família. Foram muitas as vezes que chuuya o abraçou e o acalentou até que parasse de chorar, mesmo que depois o único a chorar fosse ele. Nesse período de um ano, chuuya usava o dinheiro que eles haviam juntado, já que não queria pedir aos pais para não enchê-los com problemas que poderiam ser facilmente resolvidos.

Com três anos e meio, fumiya já sabia ler quase todas as palavras que chuuya lhe mostrava, com uma certa dificuldade mas lia. E claro, isso não só matava o chuuya de orgulho como também o próprio dazai, que mesmo longe, sempre estava informado. E o segredo dessa conquista? Paciência e carinho, tudo o que não havia recebido. Lembrava-se brevemente de sua infância, mas a memória de seus ensinamentos sempre foram claras. Enquanto sua mãe tinha toda a calma do mundo para tirar qualquer dúvida que
surgisse, seu pai era impiedoso. Nunca tolerava um erro, e nunca era suficientemente bom. Sempre algo faltava, e chuuya tinha que descobrir sozinho o seu erro. Claro, isso o tornou uma criança bastante esforçada e inteligente, mas... Olhando para o seu bebê e vendo o quão bobinho ficava quando anunciava o seu acerto, chuuya não tinha coração de estragar aquilo. Não queria que seu filho fosse cercado de responsabilidades. Queria vê-lo sendo uma criança e um jovem livre, mas que soubesse ter responsabilidade na hora certa.

Com você no frio do inverno
Na chuva e na dor

Com você na hora do perigo
Com você pra te cobrir de amor- cantava-lhe todas as tardes após os estudos, sentindo-se conectado com o pequeno dorminhoco em seus braços.

Certo dia, recebeu uma visita inesperada de seus pais e irmao, que estavam preocupados por não ter entrado mais em contato com eles durante meses. chuuya não os julgava, mas também não tinha ânimo para atender suas ligações e manter contato. Ele havia se afastado inconscientemente de todos em prol de cuidar de seu filho, e isso lhe trouxe problemas.

"chuuya, querido, você precisa aguentar. O fumiya ainda é um criança, eu seiMas você desapareceu de nossas vidas." falou claire, "Isso não é justo para você."

"Eu estou bem, mãe. Estamos bem." garantiu, voltando seu olhar para o menino que cochilava no sofá. "Ele está crescendo tão rápido... Não acha?" sorriu

Franzindo o cenho suavemente, claire sentiu seu coração apertar pela situação do seu menino. Ele estava bem pior do que pôde imaginar, e isso a enchia de culpa. Ela sabia que deveriam ter vindo bem antes, mas nunca quis admitir que seu filho orgulhoso tivesse caído. Ela não queria vê-lo acabado. Simplesmente não queria vê-lo destruído. O amava demais para isso. E agora, como castigo, o seu medo lhe presenteou com seu filho instável emocionalmente. Isso acabou com ela. "Meu amor..."

𝐈𝐧𝐨𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞 | ABO - SoukokuOnde histórias criam vida. Descubra agora