𝐈𝐧𝐨𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞 | ABO - Soukoku

𝐗𝐗𝐕𝐈

"Vejamos só se não são os atrasados. Acho que temos muito o que conversar, hein?"

Após a súbita aparição de Ukai na porta, todos ficaram congelados em seus lugares. O silêncio em torno da sala se tornou ensurdecedor e uma leve tensão se fez presente, principalmente quando o olhar de Ukai pausou no Fumiya.

Recuperando-se do susto primeiro que os outros,dazai deixou com que um pequeno sorriso ladino viesse à tona. "Que susto." provocou, dando um passo em frente na direção do homem de forma despreocupada. "Anda tomando água da fonte da juventude? Notei que está mais novo."

Revirando seus olhos por achar divertido o comentário cheio de ironia do moreno, Ukai sorriu de forma categórica, estendendo sua mão para um aperto de mãos amigável. "Notei que continua tendo a língua solta"

Rindo,dazai estendeu também sua mão, apertando suavemente a do outro. "Você sabe como é..."

Suavizando sua feição, Ukai disse de maneira direta. "Estou feliz que tenha saído da cadeia,dazai."

Uma breve mudança passou pelo semblante do moreno, mas o mesmo logo disfarçou ao sorrir. "Eu também."

Assentindo gentilmente, voltou sua atenção para Chuuya e Fumiya, sua feição mudando assim que seu olhar se encontrou com o do omega. Sabendo que não valeria a pena uma nova briga agora que se reencontraram, simplesmente fez seu caminho na direção do bisneto, fingindo não notar a forma como sentia-se observado pelo olhar atento do Chuuya. Aproximando-se de forma controlada, estendeu a mão enrugada pelo tempo até que tocasse no rosto do garoto.

Apesar do olhar duro, suas palavras foram consideradas gentis por todos os outros membros da família. "Você se tornou um grande garoto." falou, lembrando-se brevemente da primeira e única vez na qual teve a chance de conhecê-lo, quando ainda era uma criança de poucas horas no mundo. Ele era tão pequeno que se perdeu em seus braços, disso nunca se esqueceria. Seu tão querido neto havia trago mais um Nakahara ao mundo, o seu bisneto. Infelizmente, tudo que é bom dura pouco, e esse velho ditado servia para os Nakahara's também. A criança era saudável e tinha de tudo para se tornar uma cópia perfeita da pessoa que lhe deu a vida, mas não teve sorte ao nascer do ventre de quem deu as costas a sua própria linhagem. "Embora seja uma lástima que seu verdadeiro talento esteja sendo desperdiçado em absolutamente nada."

Engolindo em seco pelo tom rude do idoso, que era consideravelmente alto, Fumiya encolheu-se e isso não passou despercebido pelo mais velho, que logo franziu o cenho e afastou a mão. "És covarde, jovem. Torça para nunca se meter em uma encrenca de verdade."

Voltando sua atenção para o neto, Ukai encarou o Chuuya seriamente, gostando de ver que o mesmo não havia mudado em nada. Não só em aparência, claro, mas em questão de personalidade. Chuuya ainda era o mesmo.

Desviando o seu olhar por um segundo, Chuuya tocou no ombro do Fumiya, como se dissesse para não levar nenhum dos comentários a sério, antes de voltar a manter contato visual com o idoso. "Acredito que não nos convidou para falar mal da forma como crio meu filhote."

"Por mais que eu quisesse fazer uma lista de rotulações que não foram levadas a risca, os convidei para um almoço prático. Os outros nos esperam para mantermos uma conversa civilizada." frisou ao voltar sua atenção para o dazai, que sorriu de forma brincalhona.

Revirando seus olhos enquanto o imitava em silêncio,dazai sorriu com o olhar reprovador de Ukai. Acreditem, por mais que não demonstrasse, dazai era uma das pessoas que Ukai mais gostava de ter por perto. "Sigam-me"

Dando as costas, Ukai liderou o caminho pela enorme mansão. O silêncio ensurdecedor se instalou quase que no segundo em que adentraram o primeiro corredor. Com o passar dos minutos em caminhada, Fumiya viu-se ficando boquiaberto quando passaram em frente de uma sala, cuja qual tinha um enorme vidro na parede que deixava a mostra o interior, onde havia um ringue e várias outras coisas para variados estilos de luta. Como estava sendo observado pelo Nakahara mais velho, sua reação não passou despercebida por ele.