capítulo 110

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Donatello

Dias depois

Ouço uma batida na porta, era minha mãe, digo que ela pode abrir.

—Querido, podemos conversar?

—Claro mãe, entre.

—Aqui não, no escritório seu pai está nos esperando.

—Que pecado eu cometi agora?

—Não é nada.

—Mas já vou preparar o lombo, porque quando começa assim, já sei que lá vem chicotada.

—Não é isso amor, vamos.

Saímos do meu quarto e vamos para o escritório, meu pai estava com uma cara séria, entramos e minha mãe fecha a porta.

Me sento e ela fica de pé ao lado do meu pai.

—O que aconteceu estão sérios demais para meu gosto.

—Estamos preocupados com algumas coisas e queremos compartilhar com você.

Fala minha mãe.

—É aquele merda do Donato não é, o que ele fez dessa vez, já conseguiu os votos pra tirar vocês de circulação?

Os dois se olham.

—O que, você já sabia, por que não nos contou?

—O senhor quer mesmo que eu responda?

—Sabia disso, querido?

—Sim.

—Inacreditável Donatello...

—Peraí pai, não tô entendendo, é pra eu me envolver com as coisas da máfia ou não, me deixou confuso agora.

—Não seja sarcástico, isso não é algo pra você fazer graça, deveria ter nos contado.

—Eu realmente estou confuso, o senhor reza mil sermões de que não é pra eu me envolver, e agora eu deveria ter te contado sobre isso, se decida pai.

—Isso, é algo que pode nos colocar em perigo, não pode omitir algo assim, como quer que eu confie a máfia a você?

—Por que o senhor acha que demoraram tanto pra conseguirem esses votos, porque eu estava agindo na surdina pra tentar coagir os outros membros a não votarem, e eu consegui, por um bom tempo, se não fosse eu já teriam tirado vocês há tempo, ao contrário do que pensa, eu não fico só gastando seu dinheiro a toa como costuma dizer, eu consegui meus contatos graças a minha influência e o poder que eu exerço sobre as pessoas, eu tô muito empenhado em proteger a família, mas não é pelo senhor, é pela minha mãe e meus irmãos, se tivesse confiado em mim, a Bea não teria que passar pelo que passou, mas sempre esteve mais preocupado com seu ego, com liderar a máfia, achando ser invencível, do
que preocupado de verdade com seus filhos.

—Não diga isso, tudo que faço é por vocês.

—Acredita mesmo nisso, pai?

—Não briguem, por favor, filho, se acalma, vamos nos acalmar.

—Não sei em que momento o senhor deixou de ser a pessoa que eu tanto admirava, fico tentando entender o que eu fiz de errado pra merecer seu ódio.

—Don, não, eu não te odeio filho, eu só não...

—Não queria nos envolver nisso, o senhor já disse isso milhões de vezes, mas são palavras rasas pai, estamos envolvidos desde o dia do nosso nascimento, o senhor achar que seus filhos não seriam envolvidos nessa trama mafiosa, é a maior piada que poderia acreditar, se não quisesse mesmo a gente no meio disso, teria caído fora há muito tempo, o senhor aceitando ou não, eu farei de tudo pra proteger nossa família, seja na máfia ou não.

Beatrice - Herdeiros do Império Bianco-SalvattoreOnde histórias criam vida. Descubra agora