capítulo 62

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Passamos a tarde toda olhando algumas casas, mas até agora nenhuma havia me chamado atenção.

—Eu gostei da última que nós vimos, mas ainda não é do jeito que eu quero.

—Então vamos mandar construir uma do jeito que você quer.

—Mas aí vai demorar muito, eu quero morar com você logo.

—Vamos fazer assim, nós alugamos uma, e então construímos a nossa do jeitinho que queremos, o que acha?

Sorrio.

—Tá bom, podemos alugar aquela última que nós vimos, ela é nova, não teve nenhum morador ainda e já está toda mobiliada, mas você gostou dela?

—Eu gostei, vai nos servir até a nossa estar pronta, é bom que podemos testar a nova tecnologia de segurança, já vamos pensar onde vamos querer nossa casa.

—Eu já sei, vi um terreno enorme e em uma localização perfeita, perto da casa dos meus pais e perto da casa dos seus pais, assim podemos ter eles pertinho de nós, vai até ser bom pra quando tivermos nossos filhos, nossas mães não vão querer desgrudar deles, e não terão que se deslocar até um distância longa para ver eles, você quer ver onde fica?

—Vamos passar lá.

Mostro pra ele o caminho, logo estamos de frente ao enorme terreno.

—É uma localização muito boa mesmo, então é esse?

—O que você me diz?

—É você quem decide, meu amor.

—Também quero que esteja satisfeito com a minha escolha.

—E eu estou, então tá, vou ligar para esse número aí.

Ele pega o celular e liga para o número que havia na placa.

—Oi, meu nome é Gael, com quem eu falo, senhor Romano, muito prazer, eu quero comprar o terreno do senhor, quando podemos nos encontrar, ok, sim, não, não vai ser necessário, vou pagar a vista, tudo bem, nos vemos amanhã então senhor Romano, até.

—Hum, vou pagar a vista, que rico.

Falo, ele ri.

—É tão satisfatório poder falar isso.

Fala ele passando o braço sobre meu ombro.

—Muito, disse o sobrenome Romano?

—Sim, é o dono.

—Por um acaso não é Ernesto Romano né?

Pergunto olhando pra ele.

—É, esse mesmo, o conhece?

—Sim, ele é dono de uma plataforma de petróleo.

—Parece que você conhece mesmo a nata da Itália.

—O avô dele era acionista do Grupo Bianco-Salvattore, na época em que o bisa Donatello e o bisa Enrico estavam no auge e comandavam o grupo juntos.

—Você se lembra das coisas que nem era da sua época, impressionante.

—Eu estudei muito sobre o grupo Bianco-Salvattore, desde a fundação, todos os acionistas que tiveram, tudo, posso falar com propriedade sobre qualquer coisa que envolve o grupo.

—Por isso que você é tão boa no que faz.

—Boa não, eu sou a melhor.

—Sim, a melhor, agora vamos voltar, já passamos muito tempo a céu aberto, e é perigoso.

Ele segura minha mão e voltamos para o carro, claro que havia vários seguranças por perto.

—Quero poder morar com você logo.

—Voi adiantar algumas coisas da minha agenda e podemos nos mudar na semana que vem.

Ele freia o carro com tudo e me olha.

Os seguranças freiam os carros também e descem com armas em punho.

—O que houve?

Pergunto preocupada.

—Não foi nada eu só tô processando, Marco tá tudo bem, não é nada, podem voltar.

Fala ele colocando o fone no ouvido, e falando com o chefe dos seguranças, então eles voltam para o carro.

—Que susto Gael.

—Você que me pegou desprevenido.

Fala ele voltando a andar com o carro.

—Por que disse para nos mudarmos semana que vem?

—É, não achei que fosse querer tão rápido.

—Eu achei que você quisesse.

—Eu quero, mas não achei que você quisesse que fosse tão rápido.

—Eu já disse meu amor, quero poder aproveitar cada minuto, cada segundo ao seu lado, poder ter uma casa só nossa, só nós dois aproveitando nossas companhias, dormindo e acordando a hora que quisermos, eu quero isso pra ontem.

Ele ri.

—Eu também, mas você é tão apegada a sua família.

—Sim, mas já passou da hora de sair debaixo das asas dos meus pais, tô pronta pra me tornar uma mulher de família e cortar o cordão umbilical.

—Eu não quero que se arrependa, vamos esperar mais um tempo até que esteja realmente certa disso.

—Eu não preciso de tempo, meu amor, já estou decidida, além do mais, você ta pensando em nos casarmos quando, porque achei que queria que fosse logo.

—Eu quero que seja logo, mas quero que esteja realmente certa disso.

—Você acha que eu estou em dúvida?

—Não, mas é um passo na nossa vida que é muito importante, quero que esteja 100% certa de que é isso que quer, para não se arrepender, não quero que aja por impulso ou por emoção, construir uma vida juntos é algo muito sério, não quero que se sinta pressionada nem por um momento.

—Eu ainda não entendi porque você está tão paranóico com isso, você me pediu em casamento, mas está com receio de que eu vá me arrepender por ter aceitado!?

—Eu confesso que as vezes fico com medo de não poder ser bom o suficiente pra você, de não poder te proporcionar a vida que você merece, minha família vem de uma linhagem muito rara, a da pobreza desde a época do meu tatataravô e...

—E você mudou o ciclo, o primeiro milionário da família, você batalhou muito por isso, não foi da noite para o dia, não fale como se fosse perder tudo e voltar a ser pobre, é disso que você tem medo?

—Tenho medo de você achar que não estou a sua altura e...aí...isso doeu.

Fala ele quando dou um tapa na testa dele.

—Pra você calar a boca, tá falando muita asneira.

—Amor, eu tô falando sério.

—As vezes você é bem biruta da cabeça, tô com fome, vamos comprar hambúrguer e batata frita.

—Não quer ir pra casa jantar?

—Não, quero hambúrguer e batata frita.

—Ta bom, mas logo vamos pra casa, já está tarde, não disse pra sua mãe onde está, ela deve estar preocupada.

—Falando nela.

Falo quando meu celular toca.

—Oi mãe.

"Oi amor, tá tudo bem, ainda não voltou pra casa e a Emília disse que não foi para a empresa hoje de tarde, me deixou preocupada."

—Me perdoe por não ter dito nada, mas tá tudo bem, tô passando um tempo com o Gael e mais uns 10 seguranças.

"Ah tá bom, não fique muito tempo fora, apesar das coisas estarem tranquilas por enquanto, todo cuidado é pouco."

—Tá bom, logo tô indo pra casa, fique tranquila.

"Tá, vou esperar, te amo querida."

—Te amo mais, dona Cate.

Ela ri e desliga.

Beatrice - Herdeiros do Império Bianco-SalvattoreOnde histórias criam vida. Descubra agora