Quarenta e cinco

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Giovanna

Na minha vida toda, eu NUNCA, imaginei que minha mãe me ameaçaria.

Porra, só por um motivo bobo? Pra ela pode não ser, mas pra mim é. Querer me matar porque eu recebia mais atenção do meu pai?

Quer ter filho e pá, achar que colocar no mundo, dar comida, trocar de roupa, dar casa é igual dar carinho? Nunca que ela encostou em mim pra dar carinho.

E hoje, eu tenho raiva não ódio dela.

Até porque ela me "criou" e sumiu quando eu tinha seis anos de idade, me deixando com meu pai que se afundou nas drogas.

Terminei de pentear meu cabelo, colocando os sapatos um pouco atrapalhada por conta da barriga grande.

Recebi notificação no celular e peguei, com o cu na mão

Desconhecido

Tô de olho em você Giovanna.

Nem pense em contar pra alguém sobre as mensagens, se não vai ser pior pra seus amigos.

Vou matar eles também.

Não adianta não responder minhas mensagens! Quando te pegar vou bater tanto em você. E matar você e o bebê 😂

Me
Me deixa, nunca te fiz nada!
Vai procurar um psiquiatra

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Tô com medo ? Sim.

Mas mesmo assim respondia a mensagem, mesmo não sendo nada demais eu não queria responder aquela mulher.

Limpei a lágrima que descia, cansada disso.

A única coisa que tá me dando força de ficar de pé depois dessas ameaças, é meu bebê. Que precisa de mim.

Sai do quarto com minhas coisinhas, encontrando Malu no sofá.

Maria Luísa chegou do nada na minha vida e só tenho agradecer a ela. Temos uma conexão maravilhosa, considero ela uma irmã..

Giovanna: vamos ? - me encarou.

Malu: sim! - sorriu se levantando. - tá linda demais. Ansiosa pra saber quem é?

Giovanna: obrigada, e tô sim. - sorrimos, saindo de casa. - acha que é o que ?

Maria Luísa parou pra pensar, chamei o elevador esperando ela falar.

Malu: menino. - sorri

Giovanna: por que tu acha que é menino ?

Malu: tô sentindo só. - assenti, rindo.

[...]

Entramos no consultório, nervosa.

Malu: Gi, Fernanda não vai conseguir vir tá ? Disse que tá lotada de coisa pra fazer hoje e pediu desculpas. - assenti.

Giovanna: tudo bem, já tinha falado com ela ontem mesmo.

Dr. Duda: boa tarde meninas. - sorriu. - e aí mãezinha, como vai vocês dois ?

Giovanna: bem, estamos bem. - sorriu, anotando.

Dr. Duda: comendo certinho? - assenti. - tomou a vitamina que te passei? Se sim, não precisa tomar mais esse mês. Quando se voltar aqui novamente te passo outra.

Giovanna: sim, fiz tudo certinho.

Dr. Duda: aqui Gi, coloca essa roupa aqui lá no banheiro pra começamos! - me entregou uma roupa de hospital.

Coloquei a roupa rapidinho, e me encarei no espelho grande que ia até a pia, sorrindo.

Acariciei minha barriga, e sai do banheiro.

Dr. Duda: pode deitar aqui. - mexeu em uns aparelhos.

Deitei na cama, me ajeitando.

Encarei Maria Luísa que observava tudo quietinha, e sorri fraco.

Senti um gel gelado na minha barriga e logo ele ser espalhado por ela.

Dr. Duda: bom, vamos dar uma olhada hoje no tamanho dele, coração e o sexo tudo bem ? - assenti.

A médica começou a mexer com o aparelho na minha barriga, enquanto observamos a televisão do lado.

Dr. Duda: querem ouvir o coração ? - perguntou.

Giovanna: sim, queremos. - Maria Luísa sorriu aberto se aproximando.

Escutei o quarto todo ser preenchido pelo barulho do coração do meu bebê.

Sorri, deixando lágrimas cair.

Encarei Maria Luísa, que sorria também.

Feliz, e feliz.

Malu: podemos já vê o sexo do bebê ? - a doutora assentiu.

Giovanna: e o tamanho, tá ótimo ? - perguntei.

Dr. Duda: respondendo a sua pergunta mãe, o peso e tamanho estão ótimos! - mexeu no aparelho novamente. - acham que é o que ?

Malu: menino.

Giovanna: uma menina. - sorriu.

Dr. Duda: bom.. quem acertou aqui foi a... - mexeu novamente. - A titia, parabéns mamãe é um menininho ! - sorriu

Maria Luísa pulou animada, me fazendo gargalhar.

Malu: Eu falei porra. - a doutora riu junto comigo. - eu quero ser a madrinha.

Giovanna: To muito feliz! - Maria Luísa me abraçou, enquanto eu deixava umas lágrimas caírem.

Porra eu vou ter um menino, meu menino.

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