Capítulo 20

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Chloe.

Acabei não aproveitando a noite na Alemanha, mas valeu a pena. Antes de ir embora vi minha vó mais uma vez, ela já não se lembrava do que havia me contado.

Era difícil vê-la  assim, eu a amava. Ela me lembrava a minha mãe, me lembrava dos meus dias felizes quando criança.

Mamãe fez de tudo por mim, por nós duas. Me deu de tudo, me educou da melhor forma e se foi pra me proteger. Enquanto o outro nem ao menos quis me conhecer, quis saber quem eu era e como eu era.

Não esperava menos daquele filho da puta, ele fez tanto mal pra nós duas.

Deve estar no inferno que é o lugar dele! Se depender de mim, seu filhinho favorito vai para o mesmo buraco.Infelizmente no dia do seu enterro eu não acertei nenhum tiro em Antônio.

Aposto que ele, seu papai e a puta da Célia devem ter rido todos juntos da morte da minha mãe.

Soquei o volante do carro de tanta raiva que sentia, de imaginar como seria a vida. Esses pensamentos não podem me dominar! Sou mais forte que eles.

Já era quinta-feira à tarde e eu estava voltando  para Praga. Tentei ligar o caminho todo para Dmitri, se ele não atender eu mesma irei até a Rússia para conversar. Já estava agoniada, não sabia se ele já desconfiava de mim.

Até que em uma das últimas tentativas finalmente atendeu. Aparentemente só estava ocupado demais com as putinhas dele, que nojento esse cara é. 

Ele me contou que recebeu o convite para o leilão de Devide e pediu que eu fosse como sua representante. Dmitri estava receoso de deixar a Rússia agora, precisava ainda cuidar de algumas coisas.

O que me deixou um tanto quanto temerosa, ele falou tanto sobre o leilão e não estaria lá..

Me mandou arrumar as malas e encontrar o jatinho dele com os seguranças no aeroporto de Václav que fica no centro da República Tcheca.
Não era seguro pousar no aeroporto de Praga porque ele estava sendo procurado por algumas pessoas e poderiam derrubar o avião.
Tudo parecia muito estranho, mas eu estaria pronta se fosse uma emboscada. Dmitri não era homem de mandar recado ou de dar voltas, ele iria direto ao ponto.

Cheguei em casa, escondi a carta e o baú da dona Wilma e arrumei uma mala pequena. Precisaria comprar algo pra vestir lá em Londres mesmo.

Depois de 1h de estrada cheguei ao aeroporto, embarquei no jato e depois de mais ou menos duas horas cheguei no destino.
Dois seguranças iriam ficar comigo lá, peguei algumas armas e algumas coisas que Dmitri mandou e fui para um hotel. Os convidados estavam ficando no hotel que o anfitrião alugou mas eu preferi ficar em um hotel perto do castelo.

Até onde sabemos o Antônio estava vindo, provável que ele fique nesse tal hotel. Preferi ficar longe por enquanto, iria pegar ele quando menos esperasse.

Precisava espairecer e manter a cabeça centrada no plano que eu vou traçar para esses dias.

Fui em algumas lojas experimentar alguns vestidos e alguns  ternos para ver o que usar amanhã.

Dmitri me deu algumas ordens de que eu deveria arrematar nesse leilão. Depois de comprar uma roupa voltei para o hotel e relaxei um pouco, meus pensamentos não paravam, mas eu sabia que a hora de ficar cara a cara com meu irmão estava chegando.

Não podia entrar armada na festa, eles tinham essa baboseira de "noite às claras", somente os seguranças tinham permissão de usar. 

Deveríamos agir como cavalheiros e damas socializando uns com os outros.

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