Capítulo 22

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Alice/Antônio

Depois de conversar um pouco mais com as mulheres quando elas entraram no quesito filhos e futuro, preferi me levantar. Elas perguntaram se teríamos filhos, eu poderia rir a noite toda! Eu e Antônio com filhos?
Definitivamente é impossível! Elas só podem estar loucas!

Fui até o bar e tomei duas doses de tequila, acho que vou sobreviver a essa noite assim.

Chloe passou por trás de mim no bar e eu a vi, segurei seu braço e notei que não gostou nada. Ela olhava para um ponto fixo mas não consegui ver quem era ou o que era.

-Porque você mentiu pra mim? Você é uma agente do FBI né?! - A questionei e ela se soltou bruscamente, seus olhos estavam escuros e suas feições rígidas. Ela não disse uma palavras sequer, apenas saiu andando.
Não entendi o que tinha dado em mim, confrontá-la assim era perigoso eu não a conhecia.

Tentei não demorar muito, assinei alguns papéis e fiz o pagamento. O contêiner ia ser enviado para o meu endereço. Verifiquei as crianças e pedi que meus seguranças tirassem as amarras delas.

Não era segredo para ninguém que essa vida não é pra mim, desde pequeno eu temia que esse dia chegasse. Ser chefe da máfia estava na minha linhagem e não no meu sangue. Eu faço pois são minhas obrigações, não tenho como fugir da minha realidade, desde que Alice chegou eu me sinto ainda mais certo de que esse não é o meu mundo.

Quando voltei Alice parecia estar meio avoada, ela cheira a tequila, algo me diz que há alguma coisa errada.

-Tá tudo bem? - Perguntei baixinho no ouvido dela.

-Sim! Só tomei algumas doses de tequila para encarar aquelas mulheres. - Eu disse tentando suavizar minhas palavras.

Estava surpresa com a descoberta sobre Chloe, ele não sabia sobre ela e eu não sei se contaria.

Antônio e eu fomos nos juntar com seus amigos e sócios. Dessa vez ficamos em uma espécie de mesa particular, estamos rodeado de pessoas realmente importantes. Ele parece um pouco ansioso, fiz um carinho na sua mão e fiquei encostada no seu ombro.

Ficamos conversando, bebendo e fazendo algumas apostas. Alguns daqueles homens me dão raiva, tratam as mulheres como se fosse um objeto, me da nojo!

Só fiquei calada porque sei que Antônio não ia gostar nada se ouvisse o que eu tenho pra dizer. Lógico, também não era louca de confrontar algum deles. Nenhum ousou me tratar com desrespeito.

Deixei Antônio no salão dos lances e fui até o banheiro, entrei em uma das cabines, quando fechei a porta escutei alguém entrar.

Alice foi até o banheiro e justo nesse momento começaram os lances por um final de semana em uma das casas de Devide. Pareciam interessantes..

Depois de sair da cabine lavei as mãos e enquanto retocava o batom uma mulher se aproximou de mim, se escorou na bancada da pia e me olhou.

-Como você descobriu?.- Chloe me perguntou.

-Achou que eu não ia saber? - A mesma Alice que puxou o braço dela tomou conta de mim e a confrontei.

-Não sabia que vadias igual você podiam ser tão ousadas!.- Ela me empurrou para a parede fazendo com que meu ombro machucado batesse na prateleira de mármore.

-Quem você pensa que é? - Engoli toda a dor e gritei.

-Eu? E você? Uma mera peça nesse jogo, sua amiga tá por aí perdida sabe-se la onde e você não tá nem aí, tá preocupada em sentar nesse idiota do meu irmão.- Ela puxou meu braço me fazendo encará-la.

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