01 - To you, after one year.

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Eren Yaeger

08:29h


Meus pés escorregaram sobre o barro lamacento que se misturava com o sangue e a chuva que caía de forma melancólica, demonstrando a decepção e tristeza de todos aqueles que se encontravam atirados no chão, esperando que seu Deus os salvasse do caos instaurado ali, o caos que eu mesmo instaurei.

Finalmente terminei de subir o pequeno morro de destroços e terra, percebendo a presença de uma mulher, que observava com trajes finos o fogo consumindo o campo de batalha abaixo.

Ao encarar a minha própria mão, notei um dispositivo similar a um walkie-talkie, que transmitia uma aura perigosa, como se o peso de inúmeras vidas tivesse naquele pedaço de metal e fios emaranhados.

Os tiros haviam se cessado, e os únicos vivos dali tentavam se manter conscientes estancando seu próprio sangue.

As armas, que antes tinham sido usadas para condenar as almas dos inimigos, iam embora junto da fumaça. A mesma que tinha sua vingança sendo levada pelo vento. O peso da nuvem de fumaça ultrapassava toneladas, levando os pecados, dores, amores e a culpa, a minha culpa.

O que você...? — Resmunguei, sentindo todos meus músculos doerem a cada palavra dita.

Me perdoe, Eren. Não tinha outra forma. — E então a tal figura se virou para mim, demonstrando ser um rosto o qual eu nunca havia visto na minha vida. Meu coração se disparou ao ver a mulher empunhar uma arma e apontar em minha direção.



O barulho interminante do alarme essoava pelo meu quarto, fazendo com que eu acordasse de meu péssimo pesadelo. Me sentei na cama imediatamente, retirando a coberta que cobria até meus ombros, a segurando com força. Que porra acabou de acontecer?

Tentei controlar a respiração, sentindo o suor descer pela minha testa. Meu corpo ainda estava tentando assimilar o que era real e o que não era.

— Esses casos criminais estão me afetando pra valer. — Sussurrei, levando as mãos à testa em seguida.

Esse seria apenas mais um pesadelo comum, se não fosse pelo fato de que era real demais, mais do que devia.

Mas era isso que os pesadelos eram, não é? Eles têm que ser extremamente reais para poder... é.

Puta merda, quem eu tô tentando enganar?

Enquanto me sentava na beirada da cama e a procurava meus chinelos, ouvi um barulho de passos desajeitados e preguiçosos, identificando imediatamente quem estava prestes a abrir a porta.

Dito e feito. A porta foi escancarada por um homem loiro alto com uma longa barba encaracolada e mal penteada. Zeke segurava uma caneca de ferro que estava BEM desgastada pelo tempo, diz ele que é pra dar sorte, quem sou eu para julgar?

— O pai mandou te chamar. Se eu fosse você iria bem rápido, ele tá explodindo de raiva. — O barbudo alertou enquanto levava a sua lata velha a boca, bebendo algo que eu deduzi ser café.

— A pergunta é: quando ele não tá explodindo de raiva? — Comentei rindo de nervoso, pegando meu roupão vermelho que estava pendurado no puxador do enorme guarda-roupa.

Era fato que meu quarto era realmente gigantesco, mas ao mesmo tempo em que ele era chique também era simples. Minimalista que fala, né? Apenas preto e branco, essas eram as únicas cores que eu precisava para a decoração e para a minha paz interior.

Até que as balas nos separe - Eremika.Onde histórias criam vida. Descubra agora