16 - Perfume.

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Dia seguinte

Narrador
08:50

— Isso é algum tipo de complô contra a minha pessoa? Porque não é possível. — Jean parou por alguns segundos, encarando o próprio reflexo no espelho enquanto conversava ao celular, completamente indignado.

Seu cabelo médio pingava gotas de água pelo ombro e peitoral, dando um ar sexy à visão de seu corpo musculoso e pálido, com apenas a toalha enrolada na cintura.

— “Eu não sei. Eles aparentemente adiantaram por conta daqueles ataques que os noivos receberam.” — Kirsten estava prestes a colocar a escova de dente na boca novamente, mas a fala de Marco no celular o fez parar no mesmo instante.

— Ataque? Do que você está falando?

— “É. Você não vê as notícias não? Saiu em quase todos os sites de fofoca.”

— Eu vejo notícias, não fofocas de famosos. — Ele voltou a escovar os dentes, ouvindo a história que acompanharia a seguir.

— “Pelo o que eu fiquei sabendo, aquela sucessora dos Reiss foi sequestrada anteontem por um grupo, e no dia seguinte eles ainda foram atrás do noivo dela. Eles sabiam que quem tava fazendo isso era alguma máfia rival, e então adiaram o casamento com medo de algum dos noivos se machucarem, ou de um tempo grande para planejar um ataque pior.”

— E decidiram fazer isso 3 dias antes da minha festa? — Balbuciou, tendo dificuldade pela espuma da escova de dentes que já escapava da sua boca.

— “Acontece. Não tem o que fazer a respeito.” — Marco soltou um suspiro derrotado, esse que foi facilmente percebido por Jean.

— Tem que ter. — Se curvou, abrindo a torneira para enxaguar a boca, voltando a falar normalmente após. — Eu não posso simplesmente deixar isso desse jeito, Marco! — Esbravejou, pressionando o celular entre o ombro e o ouvido enquanto levava as mãos até a toalha de rosto, secando-as. —  Você é o meu encarregado, arranje um jeito!

— Talvez adiantar a sua festa resolva. — Acuado, o Bodt respondeu em poucos segundos.

— Em quanto tempo? —  Voltou a segurar o celular, sentindo-se frenético pela ansiedade que a situação o dava.

— “O casamento vai acontecer em dois meses, faz sua festa em duas semanas. O que acha?” — O Kirstein permaneceu alguns segundos em silêncio, processando a resposta de Marco.

— Duas semanas, você tá de brincadeira comigo? —  Jean repetiu, apoiando o celular sobre a pia enquanto ajeitava o coque molhado. —  Isso significa que vamos ter que agilizar e mudar quase tudo! Você sabe o tanto de coisa que já está preparada?!

— “Sei, Jean. É apertado, mas se começarmos agora, acho que conseguimos.” — O assistente tentava soar confiante, mas a incerteza era óbvia em sua voz.

— Eu não quero um “acho”, eu quero a certeza absoluta, Marco! — Terminou, apoiando as mãos na borda do porcelanato, encarando a si mesmo no espelho enquanto sentia o controle da situação voltar para sua mão. — Essa é a minha festa de aniversário, ela tem que ser impecável, você ainda não entendeu isso?

Houve alguns instantes de silêncio na linha e o Kirstein jurou que podia ouvir a respiração do moreno ao outro lado da linha. Sabia que estava pressionando demais ele, mas não conseguia ver outra forma de tirar aquela corda em seu pescoço.

— “Vou ligar para a equipe agora. Darei o meu melhor.” —  Jean segurou o dispositivo, pronto para interromper a fala do Bodt.

—  Eu não quero o seu melhor, Marco. Eu quero o meu melhor. — Enfatizou com autoridade, desligando a chamada antes que o coitado do secretário pudesse opinar.

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⏰ Última atualização: Oct 08 ⏰

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Até que as balas nos separe - Eremika.Onde histórias criam vida. Descubra agora