Prólogo

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12/08.
Hoje é meu dia de brilhar. Depois de tanto estudar, e me dedicar a isso. O hotel está completamente lotado, não por minha causa claro, mas ainda sim sinto um frio na espinha de tanto nervoso. Lília uma das organizadoras surge do palco depois de fazer seu discurso. Ela caminha até mim, levemente preocupada com o suor que cobre a parte não maquiada do meu corpo.
- Pronta? Você entra em dois minutos ok? - Sim, eu estou pronta. Eu espero.
- Vamos lá. - O que ninguém sabe, é que não estou com tanto medo de falar em público, mas sim de quem vai estar no meio dele. Ele me prometeu que iria estar no momento mais importante da minha vida, sei que essa promessa foi feita quando ainda estávamos no ensino médio, e já faz um ano que terminei a faculdade. Mas no fundo ainda acredito nele piamente. Um cara da produção faz sinal de relógio no pulso. Antes que possa reagir ele me empurra para o palco. O público está atrás das grandes e pesadas cortinas de veludo vermelho. Caminho lentamente, não para fazer charme mas por que estou morrendo de medo de tropeçar no vestido que vai até meus pés. Fora o fato que não estou acostumada a usar saltos finos assim.
Todos aplaudem mas os holofotes bloqueiam boa parte da visão para a platéia. Vejo meus irmãos, e meus pais na fileira da frente. Sorrio para eles que só faltam ter trazido um cartaz com meu nome. Tipo a formatura.
Seguro o microfone.
- Boa noite a todos. Meu nome é Skyler Collins, sou formada em jornalismo há pouco mais de um ano e fui convidada pela academia para falar um pouco sobre minha recém descoberta carreira. - Sorrio involuntariamente ao me lembrar dos perengues que passei na NYU e como está sendo maluco voltar aqui para abrir um evento como convidada.
- Morei em Nova York durante a faculdade, e fui aluna aqui na NYU. Foi Fácil? Não, nem um pouco. - Dyaln sorri fazendo que sim.
- Foi muito desafiador, por isso decidi escrever um livro, uma espécie de diário, nunca nem sequer tive a intenção de publicar. - Tomo fôlego para continuar a falar.
- Meus irmãos me apoiaram, mais em especial meu irmão mais velho Matthew Collins, além de claro, Dylan que muitos conhecem. Eu juro, ele leu o texto e com uma educação característica ele disse: "Puta que pariu, isso está ótimo, você precisa publicar". - Imito a voz grossa de Dylan e a platéia ri. Agora que comecei a falar me sinto mais a vontade e me solto.
- Mas, teve vários problemas que quase me fizerem desistir, como: eu nunca ter escolhido publicar um livro, que não sabia que nome escolher, ou como saberia se as pessoas envolvidas queriam que seus nomes fossem expostos. Mas tudo se resolveu, mais ou menos. - Solto uma risadinha ao me lembrar da reação de Janet quando contei a ela que escrevi um livro. Ela surtou. No bom sentido.
- A história do meu livro não fala sobre um romance, mesmo tendo muito disso nele, mas sim sobre Família, sobre querermos o sucesso de quem amamos. Aprendi muito sobre isso no meu quarto na faculdade, relembrando tudo que vivi no verão antes do começo do segundo ano do ensino médio. Mas aprendi que todos vamos ter adversidades, despedidas, e pode parecer e é muito, mas muito difícil abrir mão das pessoas que amamos, seja por que elas nos fazem mal, ou por nós as atrapalhados. - Um lágrima indesejada caí e eu a limpo rapidamente.
- Mas enfim, eu não esperava esse sucesso do livro. Quando publicamos eu e a minha editora Izzy McCartney, não esperávamos muito retorno, foi mais ou menos umas duas semanas que a Izzy me ligou chorando, ela disse que o livro estava com trezentos mil exemplares vendidos, naquele dia eu descobri o teto preto minhas senhoras e senhores. - Alguns riem, outros estão duvidando do meu potencial com razão.
- Na verdade, eu sou uma pessoa muito critica comigo mesmo, quando leio meus textos, seja o livro, ou alguma matéria. quando leio eu penso: "Porque não usei outro verbo? Deveria ter fechado um parágrafo nesse assunto." Entre outras inseguranças. Por isso estava muito receosa em relação a públicar ou não. Fui muito aconselhada a esse respeito o que ajudou a tomar a decisão de publicar. - Decido encerrar um pouco mais cedo que o planejado.
- E para encerrar, vou responder uma pergunta que sempre fazem em qualquer entrevista que vou. Por que meu livro se chama "Mais uma vez?". - Sempre perguntam isso, e sempre sou o mais honesta a isso.
- Por que, tudo que eu e ele vivemos, sei, eu sinto, que vou, no fundo das minhas memórias viver e reviver tudo de novo, mesmo que nunca mais voltarmos a nos ver, e mesmo depois do tempo tentar apagar as memórias, vou viver com ele Mais uma vez.

Mais uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora