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11h59.
O ar livre me ajuda a pensar e me acalmar. A situação de Charlotte me preocupa num nível anormal. Ela não consegue ver que Chade só vai usar ela, e, talvez fazer coisa ainda pior do que apenas um coração partido.
Volto para casa a toda velocidade na bicicleta depois de pegar um taxi até o cafe. Alguns carros buzinam mas eu só pedalo. Quando entro pela porta nem Dylan nem Matt estão em casa. Mas não é por eles que estou procurando. Subo as escadas de dois em dois degraus. Abro a porta, graças a Deus Jay voltou a dormir.
- Jay, Jay acorda. Preciso falar com você. - Ele resmunga mas não acorda. Amo seu jeito preguiçoso jay, mas não agora. Sacudo ele que se acorda num sobressalto.
- Já acordei, o que foi? - Finalmente. Jay vê que sou eu e volta a deitar.
- Não vou levantar para tomar sol na rua. Vai fazer outra coisa e me deixa dormindo. - Irritada dou um chute na perna dele que está para fora da cama. Ele grita de dor.
- Preciso da sua ajuda. Você conhece o Chade Williams não é? - Isso chama a atenção do meu irmão.
- Sei sim quem é. O que você quer com ele Skye? - Faço que não.
- Nada Jay. Charlotte está namorando com ele. Eles vão morar juntos. - Ao contrário do que pensei ele dá de ombros e volta a se deitar. Mas o que?
- Que bom para eles...A Charlotte vai morar com o Chade Williams?!
  Recorri a Jay por que ele vai a muitas festas e conhece muita gente. Mas agora não me pareceu uma idéia tão boa.
- É Jay, eles vão morar juntos. Charlotte mudou, ela até gritou comigo. Você precisa me ajudar.
  Não faço idéia de como ele pode me ajudar. Mas não tenho outra esperança.
- Tudo bem, vou tentar falar para Chade não se meter com a Charlotte. Acho difícil mas não custa tentar. - Faço que sim. Ele abre os abraços e eu me enfio no meio. Me sinto com 5 anos quando tinha medo de escuro e Jay com 6 me deixava dormir na sua cama.
- É só que...Ele vai acabar com a vida dela. Sei que vai. - Ele assente. Não quero que nada aconteça com ela.
- Eu sei. Só que a decisão não é sua, se ela quiser ficar com ele não vamos poder fazer mais nada para ajudar. Então...se...não der certo, não se culpe. - Mais cedo eu disse que se ela fosse acabar com sua vida que não me culpasse. Acho que nem vai chegar a tanto, eu mesma vou fazer isso.
12h14.
Jay saiu para ter a conversa com Chade, e eu fiquei em casa.
Estou no meu quarto usando o laptop, tentando fazer alguma coisa que não seja fechar e abrir a barra de pesquisa. Acho que agora seja uma boa hora para começar a procurar um estágio de verão.
GOOGLE
[ orfanatos em Boston ]
Acho alguns lugares mais um em especial chama a minha atenção. Fica a uns 8Km da minha casa e aceita estágio. Perfeito.
Abro a ficha de inscrição online. Preencho e aperto "enviar" . Depois disso começo a ler "Sombra e ossos" que ganhei no natal do ano passado. É uma história de magia, sempre gostei desse gênero, mas nunca nem tirei o livro da embalagem plástica.
No meio do livro fico chorando de raiva das desgraças que acontecem com Alina a personagem principal do livro. Devia ter lido esse livro antes, mais que bom que não li, minha mente está precisando de algo para se distrair.
13h03.
Já passa da uma da tarde e não comi nada além do café da manhã, então resolvo descer para preparar alguma coisa. Mas antes pego meu livro e saio lendo.
Ao contrário do que pensei, meus irmãos devem estar em casa, um barulho das fôrmas de alumínio vindo da cozinha me faz acelerar o passo, quem sabe Jay já chegou da conversa com Chade. Mas detenho o passo, consigo ver só as costas de um homem, e não é a de nenhum dos meus irmãos. Será que Chade mandou alguém aqui para acertar as contas?
Entro em modo de segurança, fazendo o que Dylan me ensinou. Dou passos para atrás silenciosamente, e vou até o armário de limpeza na sala. Ao abrir o armário ele range, mas o ladrão não parece que ouviu, volto para a cozinha, o ladrão continua abaixado.
- Que caralho, cadê essa porra? - Me assusto, mas o bandido deve estar falando consigo mesmo.
13h12.
Me preparo para o ataque, e BOOM dou uma vassourada nas costas do ladrão. Ele se assusta e bate a cabeça com força no tampo de mármore da ilha da cozinha. Caminho para atrás até quase estar na sala.
- Que...aí, merda, o que foi isso Dylan?!
  Aí não. Ele disse o nome do meu irmão. E se...ele for só um amigo? O cara levanta do chão, e escuto meu próprio suspiro de susto ao ver o cara da arquibancada me olhando tão confuso quanto eu.
- Foi você que me bateu? Por que fez isso? - O cara me enche de perguntas, e o arrependimento por ter golpeado ele com uma vassoura está muito forte.
- Desculpa...é que... eu pensei que fosse um ladrão...eu moro aqui, sou a irmã do Dylan. - O cara ainda parece estar furioso comigo.
- Ah claro, então você dá uma vassourada em um ladrão? Dylan me disse que a irmã era brava mas não que batia. - Deixo as costas eretas. Sei que fiz errado em bater nele mas não precisa ser um babaca.
- Eu pedi desculpas, e sim, se eu ver uma pessoa estranha na minha casa eu bato nela. - O cara se senta no banco na ilha, ainda com a mão na cabeça. Ando para a geladeira e pego um saco de ervilhas congeladas, entrego ao garoto que pega o pacote com desconfiança.
-  Acho que a violência é de família, seu irmão também me deu um soco semana passada. - Dou risada e o garoto me olha feio.
- Desculpa. Só para deixar claro, eu não agrido as visitas que vem na minha casa, certo. E o Dylan bate em qualquer um. - Ele sorri, um fio de sangue escorre da sua cabeça. Parabéns Skyler agora o cara está sangrando. Vou para a sala atrás do kit de primeiros socorros que Matt insistiu que devíamos comprar, que está sendo útil. Como não acho na sala, vou para o banheiro das visitas, abro a porta do armário de toalhas e Bingo! Pego o kit e volto para a cozinha.
- Sua cabeça está sangrando, vou precisar fazer um curativo.
Pego a água oxigenada, o antisséptico, gaze e fita para prender a gaze.
- Você sabe fazer curativo ou só viu no canal de tricô? - Reviro os olhos. Pego algodão e molho na água oxigenada e passo na testa do garoto que faz uma careta de dor.
- Meus pais são médicos, tenho certeza de que sei como fazer um curativo básico, além disso, fui escoteira na infância. - Jogo o algodão no lixo, abro o tubo de antisséptico e passo com cuidado na testa. Depois desenfaixo a gaze, posiciono devagar e por último colo com a fita adesiva.
- Pronto. Nem doeu tanto assim. - Assim que termino, começo a guardar os itens de volta da na caixa. o cara passa a mão por cima do curativo. por que eu só me meto em confusão? nessa hora Dylan entra dentro de casa com as mãos cheias de sacolas de supermercado. - Porra, acho que vai cair uma tormenta, escureceu mais que meu cu e...que merda é essa na sua cabeça? cara, eu saí por uma hora e olha só isso!
   Agora que Dylan comentou, realmente escureceu, estava um sol lindo e agora as nuvens carregadas de chuva tamparam a luz do sol. tiro a visão da janela e me concentro em Dylan e o garoto.
- Sua irmã me bateu com uma porra de vassoura! Ela parecia um pinscher raivoso, pequeno e mortal. - Dylan dá risada da situação, eu encaro feio o idiota. pinscher raivoso, eu nem sou tão baixa assim.
- Claro, e a culpa é minha que um cara estranho invadiu a minha a casa e começou a roubar comida. Pensei que você só roubasse lugares em jogos de futebol. - Relembro do acontecimento de ontem. Dylan beija minha testa e mostra o dedo do meio para o amigo, aí ele é tão normal.
- Elas crescem tão rápido, e você, vou te zoar até o fim da sua vida. apanhou pra uma garota. - olho para Dylan.
- Dylan, a ultima pessoa que pode falar isso é você. - Dylan me olha sem entender e o garoto fica atento a conversa.
- A Cindy Carson, te deu uma bela surra no fundamental, eu que fui chamar o Matt para te salvar. - O garoto solta uma risada, o que me faz lembrar da clareira. - Toma, fica bem quietinho se não vou espalhar pra todo o time, obrigado vóvo. - Arqueio uma sobrancelha. ele me chamou de vó?
- Vó? A pancada na bancada não fez bem. - Dylan ri de novo. Era melhor ter ficado com fome mesmo. Decido ignorar os dois manés, e começar logo a fazer um sanduiche e vazar daqui o mias rápido possível. Começo a preparar o sanduiche.
- Skye cadê o Jay? Ele me prometeu que iria jogar com a gente. - Será que digo a verdade? Melhor não. Dylan e Charlotte sempre tiveram uma relação estranha de se odiar. Por isso ele pode ficar surtado ou coisa assim.
- Ele foi me fazer um favor. Não vai demorar. - Pego meu prato, e vou andando para a sala. Quando acho que vou escapar, Dylan me chama. Droga.
- Não vai jogar Resident evill? Comprei o Village.  -  Viro para trás, sempre durante as férias eu, Dylan e Jay jogamos algum jogo se terror. Tipo uma tradição dos Collins.
- Eu te odeio Dylan. É bom que não trave.

Mais uma vezOnde histórias criam vida. Descubra agora