Capítulo 10 - HENRY

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Uma boa noite para os que ainda esperam uma continuação dessa história. Espero que tenham crescido tanto quanto eu cresci nos últimos anos. Me agoniava saber que deixei esse livro incompleto, mas ao mesmo tempo não me sentia conectada com quem eu era quando comecei a escrever esse livro. Eu compilei todas as cenas que já estavam escritas, e dei uma organizada, para dar um final concreto à história. Espero que esse final seja o que vocês estavam esperando. Não foi feita uma revisão extensa, nem por mim nem por terceiros.

Com muito amor, VacasGozamLeite.

XXXX

Anos foram desde o fatídico encontro com Dusan. As costas de Henry estavam fortemente marcadas, manchadas pelas grandes cicatrizes e pelo tempo.

Estava corcunda, mais magro do que quando entrou naquele local. Os cabelos cresceram bastante, caindo até a metade de seu peito, embaraçados, totalmente descuidados. As unhas amareladas não tinham a oportunidade de crescer, roê-las tornou-se um hábito.

Seu estado, no geral, era deplorável. Não tinha mais a expressão bela e jovial no rosto, muito pelo contrário, sua barba estava longa, as olheiras eram monstruosas e seu olhar não tinha mais o brilho de dez anos atrás.

As calças que ele utilizava estavam rasgadas, por mais que fossem a parte mais bem cuidada daquele visual. Da camisa só restavam migalhas, lembranças do dia em que Dusan entrou pela porta da cela.

Depois de um tempo, Henry se acostumou com a sensação das algemas. Elas não incomodavam como antigamente, nem mesmo o cheiro ou a goteira constante conseguiam fazer ele se irritar.

Ele já havia aceitado seu destino há anos.

Era hora da comida, se era almoço ou jantar, Henry não conseguia especificar. Ele conseguia identificar os horários pelo som do prato de metal batendo na bandeja enferrujada ao fim do corredor, significando que alguém se aproximava - antigamente, existia a preocupação de que outro detento seria alimentado, mas depois de tantos anos e de ver presos indo e vindo, Henry só conseguia agarrar aquela pequena esperança de que ele seria o próximo.

Falando em outros prisioneiros. Uma hora ou outra o capitão conseguia ouvir de longe, alguns gritando, conversando entre os outros, dando risada.

No começo, teria tentado conversar com eles, mas depois de tanto tempo aprendeu a não se importar com os sons além da própria cela.

Quem alimentava os detentos do último andar mudavam de tempos em tempos, mas alguns rostos ficavam por tantos meses que se tornavam identificáveis. Esse era um dos casos.

O homem que carregava a bandeja era magricela, alto, com alguns fios de barba espalhados pelo rosto. Tinha a postura do ponto alto da adolescência, da puberdade.

Carregava consigo, além da comida, uma tocha na mão esquerda. Essa, iluminava a sua face. A pequena luz era o suficiente para identificar algumas de suas características - os cabelos curtos, raspados, lábios finos, nariz largo...

Naquele dia em específico, parecia feliz. Um traço que Henry não podia deixar passar.

- Meu bom homem, o que aconteceu? Por que você está tão feliz? - em passos curtos, se aproximou das grades de metal.

- Vai acontecer um grande evento na cidade, detento. Uma festa!

Sua língua passou pelos lábios enquanto ele colocava a bandeja no chão. - Finalmente terei uma pausa desse trabalho, não aguento ver mais as suas faces podres.

- Ouvi dizer que o prisioneiro da sala ao lado anda tendo indigestão por causa da comida que vocês trazem. - sorriu, irônico.

- Isso explica o cheiro.

The Captive Prince •ROMANCE GAY•Onde histórias criam vida. Descubra agora