Capítulo 9 - PARTE 2

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THE CAPTIVE PRINCE

CAPITULO 9

PARTE DOIS

A cela em que Henry residia não era nada convidativa, muito pelo contrário, era fria e constantemente umedecida por uma goteira no teto. O chão, por sua vez, era feito de pedras duras, que marcavam e machucavam a pele do residente. A única fonte luminosa do local era o balançar da chama de uma tocha no final do corredor, que quase não se era vista.

O odor forte de sangue seco trazia Henry lembranças dos episódios no navio real e dos dias de constante tortura. A escuridão e a falta de calor humano — ou calor, no geral — faziam o pirata pensar na possibilidade de ter enlouquecido — afinal, não haviam confirmações reais de que ele existia, além do som de pequenos pingos caindo da goteira.

— Pelo menos, — ele pensava, desejava. — A minha tripulação está segura.

Quanto mais tempo ele passava na escuridão profunda, mais ele se esquecia do motivo de estar ali. No final, tudo o que restava eram pequenos vislumbres de um sorriso gentil e memórias de uma pele extremamente branca.

XXX

Mira estava sentada em frente a penteadeira de seu quarto, arrumando seus longos fios castanhos em um coque. Pelo espelho era possível ver a semblante que repousava no rosto da mulher: uma mistura entre raiva e arrependimento.

Seu corpo estava rígido e seus longos dedos demoravam para desembaraçar cada mecha do cabelo, sua expressão corporal criava uma aura assustadora para quem não conhecesse a rainha — e consequentemente, seus surtos.

Por conta disso, Wladimir não estava impressionado. O homem estava sentado em uma poltrona de veludo ao lado de uma grande janela, com uma taça de vinho descansando numa pequena mesa de apoio ao lado. Suas mãos seguravam um livro grosso que, por mais que estivesse aberto, não estava sendo folheado — o rei, naquele momento, achava a mulher muito mais interessante que o livro.

Percebendo que aquele silêncio não ia ser quebrado tão facilmente, ele respira fundo, fechando o livro e o colocando ao lado do copo. — Querida, você...

— O que foi, Wladimir? — Mira desvia o olhar do espelho para observar o marido.

— Tem algo te incomodando?

— Sua estupidez, talvez.

Wladimir relaxa na poltrona, levando os dedos até as têmporas, massageando-as. — Minha querida Mira, você sabe mais do que ninguém que eu...

— Você, você, você! É tudo sobre você! — ela grita, repentinamente, como se estivesse esperando o momento certo antes de explodir. — Você foi o retardado que deu ao preso algum direito de escolha! Aquele vagabundo capturou o nosso filho! O MEU precioso Milan!

— Meu amor, eu entendo como você deve estar se sentindo, mas isso não justifica...

A rainha grunhe de raiva, interrompendo o marido. Ela parecia ter ficado mais estressada ao ver que o homem não esboçava nenhuma reação alterada.

Então, alguns segundos depois, suas mãos delicadas se encontram com a escova, segurando a base de forma apertada enquanto se aproximava do homem. Wladimir, por sua vez, consegue agarrar o pulso da esposa, sentindo a sua maciez por baixo de suas mãos ásperas.

O seu olhar se encontra com o de Mira. — Eu fiz o que era mais justo, tanto para ele quanto para o povo.

Mira balança a cabeça, enquanto seu marido a solta e desvia o olhar. — Me desculpe é que...

Seus ombros começam a balançar, fazendo com que seu peito se mova conforme a sua respiração errática. — Milan é tão precioso para mim... — sua voz saiu embargada, junto com os seus olhos se enchendo de lágrimas.

The Captive Prince •ROMANCE GAY•Onde histórias criam vida. Descubra agora