Capítulo 9 - PARTE 1

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THE CAPTIVE PRINCE

CAPÍTULO 9

PARTE 1

A estadia de Henry no navio das tropas reais fazia a de Milan no The Rosa Legacy parecer a de um cruzeiro. Eram poucas as vezes em que eles eram alimentados e, quando eram, a comida era escassa e difícil de dividir entre tantas pessoas — o gosto era horrível e deixava os piratas com ânsia.

Diariamente Henry, como capitão do navio, carregava no peito a dor de seus tripulantes. Á noite, ele conseguia ouvir os choros e os pesadelos que eles tinham, e na maioria das vezes o sono não vinha por conta do frio e da fome.

Ele passava muito tempo tentando se curar das feridas, tanto as que seu coração guardava quanto as que seu corpo aguentava.

Além de todos os recursos necessários para a vida humana serem entregues de forma não-saudável, de tempo em tempos — não que fosse diferenciável, eles já tinham perdido a noção de dia e noite — um guarda descia para aquele lugar com um chicote em mãos. Alguns membros da tripulação — em sua maioria, Henry — recebia punimento físico para servir de lição para os outros.

Muitas das vezes as feridas não conseguiam fechar direito antes de serem abertas novamente. Alguns vieram a falecer por conta da punição excessiva.

Aquele lugar em particular era escuro, frio e com um cheiro muito peculiar de urina, vômito e peixe, além de trazer uma sensação que fazia a espinha de Henry tremer. Talvez fosse a culpa.

Mesmo com todas as dificuldades da situação, o capitão ainda tinha o seu coração cheio de esperança e paixão. As únicas noites que ele conseguia dormir era quando sonhava com o seu amor, Milan.

Desejava ardentemente que tudo que ele estivesse sofrendo ali valesse a pena para que o príncipe ficasse confortável — e saudável.

Seu amor, tanto por Milan quanto pela sua tripulação eram as únicas motivações para que ele lutasse por um dia seguinte.

XXX

O capitão fora separado de sua tripulação assim que chegaram na porta do castelo de Gwatha. Não demorou muito tempo para que ele fosse jogado numa cela escura e úmida, onde ele estava sozinho com seus próprios pensamentos. E demorou menos ainda para que os guardas abrissem a cela, segurando seus braços e praticamente o arrastando pelas escadarias e corredores.

Henry não sabia exatamente para onde ele estava sendo levado, seus olhos estavam direcionados ao chão, suas esperanças naquele momento não eram o suficiente para que ele levantasse a cabeça. Então, ele se deixou ser arrastado, por corredores gigantescos até sentir que eles haviam parado e logo depois, um baque.

Ele fora jogado no chão do salão principal, de frente para dois grandes tronos no centro da sala — um era gigantesco, feito de uma madeira cara, com detalhes esculpidos e pintados com ouro; o outro, era bem menor e ficava ao lado oeste daquele, não era possível ver detalhes extremos neste. Os dois, porém, eram ocupados por duas pessoas: o rei e a rainha, respectivamente.

O primeiro, rei Wladimir Vasfa'i, vestia uma camisa vermelha com mangas bufantes e gola alta detalhada, um peitoral de couro com o símbolo do reino de Gwaetha entalhado, totalmente pintado de dourado; um cinto acinturado que era quase coberto pelo grande casaco vinho, com alguns adornos feitos em amarelo e prata. O que cobria quase tudo era uma capa amarela, coberta de bordados, que cobria seus ombros e desciam pelas costas, mas que permaneciam colocadas perfeitamente para fora do trono real. Uma coroa metálica que cobria a sua testa, era grande e parecia ser feito de puro ouro, demonstrando respeito.

A segunda, rainha Mira Vasfa'i, vestia um longo vestido branco, acinturado acima da cintura e com um decote considerável na área dos bustos, as mangas do tal eram longas, que iam de um tecido pesado para um fino um belíssimo degradê. Por cima do vestido, usava um casaco bordô, em combinação com o marido, este era muito bem bordado, com fios dourados se espalhando por todo o tecido. Na cabeça, utilizava uma coroa de metal que mais parecia uma tiara, que combinava com os longos cabelos organizados numa bela trança.

The Captive Prince •ROMANCE GAY•Onde histórias criam vida. Descubra agora