Capitulo 3

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THE CAPTIVE PRINCE
CAPÍTULO 3

Naquela manhã boa parte da tripulação estava cansada por conta dos festejos da noite anterior, pode-se incluir neste grupo de pessoas Henry Thomas, o capitão do navio. Este estava encostado na borda do navio, observando o mar quase sem movimento e aproveitando a brisa matutina. O sol da manhã iluminava seus longos cabelos e o cheiro característico do oceano trazia uma certa paz para o homem. Repentinamente, sentiu um leve aperto em seu ombro, ato que o fez girar nos pés e olhar para a garota que estava querendo lhe chamar a atenção.

Hermine era uma mulher bela e jovem, provavelmente nos seus vinte anos, e o que mais chamava atenção em toda a sua magnífica aparência eram os traços negros. A pele era escura, os cabelos crespos e negros arrumados em pequenas tranças; os olhos eram escuros marcados pelas olheiras e pela sobrancelha marcada; o rosto, por sua vez, era retangular, com um queixo comprido e maxilar marcado; os lábios eram cheios e grossos, colocados perfeitamente abaixo de seu nariz um tanto achatado e com abas largas. O corpo era musculoso, mas não o suficiente para ser considerado masculino. Possuía fartos seios e não se importava em mostrar suas belas curvas — não que estas fossem algum problema, afinal tantos anos de convivência com tal tripulação haviam ensinado a garota que podia muito bem ficar confortável quando estava junta aos demais.

— Você aparenta estar cansado, o que posso fazer para ajudar? - sua voz era grossa e rouca, dando a menina um ar respeitoso, por mais que pronunciasse as palavras de forma gentil.

— Não se preocupe com isso, minha lista de afazeres está quase completa e só preciso ver como o pirralho está. - revirou os olhos, como se aquele fosse um trabalho tedioso.

— Infelizmente você não me engana, Henry. Por mais que seja meu capitão, não posso deixá-lo andando por aí como um zumbi. — suspirou — Vá dormir, eu lido com o garoto.

— Oh, Hermine, não posso aceitar tal gentileza. Tem certeza que tem tudo sobre controle? — como resposta, recebeu um virar de olhos e uma risada irônica.

— Estou certa que posso completar uma tarefa simples como esta. Vá descansar, por favor.

Com um aceno de cabeça, o mais velho apertou carinhosamente o ombro da mulher, indo em direção aos quartos. Ela suspirou, balançando os ombros e estalando o pescoço, caminhando calmamente até a cela.

Porém, algo a faz parar no meio do caminho. Tinha uma idéia.

XXXX

Milan se assustou com a porta abrindo repentinamente, a silhueta que passou por ela não era conhecida e isso o fez temer o que estava por vir. Se levantou, correndo para o canto e se encolhendo, como um cachorro assustado, observando quem estava ali se revelar para a luz. Hermine, por sua vez, se impressionou ao ver um rapaz tão magro e pálido, por alguns segundos chegou a pensar que haviam capturado um cadáver  — o que diabos havia de errado com aquela criatura? Tão pequena e tão frágil? —, balançou a cabeça, não devia pensar aquelas coisas, estava ali para cumprir seu trabalho e orgulhar seu superior.

— Ei, garoto — começou, levantando sua voz e se aproximando de forma bruta — Precisa de alguma coisa? Quer usar o banheiro? Eu sou tão legal que posso trazer um balde para vossa realeza fazer suas necessidades.

Sem resposta, ela entorta o olhar, rangendo os dentes. — Ô reizinho, falei com você. Não tá me ouvindo?

Novamente ignorada, ela chega perto do menino, se agachando a sua frente de uma forma que Milan conseguiria sentir sua respiração. — Vamos fazer assim, não quero ser malvada com ninguém, ok? Então é bom você começar a me responder em vez agir como um mudinho, pois eu posso muito bem esmagar sua cabeça como uma pedra.

The Captive Prince •ROMANCE GAY•Onde histórias criam vida. Descubra agora