PRÓLOGO

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THE CAPTIVE PRINCE
PRÓLOGO

Em uma das vilas que compunham o grande reino de Astalisa, havia um bar popular, lugar este que não combinava nem um pouco com o estilo chique da cidade, era sujo, velho e para piorar a bebida era horrível. Porém, naquele local existia as pessoas mais humildes e gentis que qualquer um teria o prazer de conhecer - seus visitantes eram pessoas “da casa”, alegres e falantes. Nada igual ao bairro em que este se localizava.

Tudo naquele local era extramemente velho, até mesmo o cheiro - uma mistura de bebida, vômito e poeira -, nem mesmo as mesas quebravam a vibe estética velha e destruída faltavam pedaços, possuiam riscos - desde nomes até marcas de arranhões -, porém nada disso importava para os visitantes frequentes daquele estabelecimento, afinal, o tanto que aquele local era esquisito e malcheiroso se igualava ao tanto que ele trazia boas lembranças e a sensação verdadeira de lar.

E em uma das cadeiras deste bar está sentado um homem, um rosto conhecido tanto para a clientela do lugar quanto para as garçonetes - Henry Thomas era famoso por, apesar de tudo, ter sido adotado pela rainha, porém a sua personalidade marcante acabou criando a própria fama.

É um homem rude, de coração frio e um sorriso malicioso estampado na cara; como que para compensar toda a sua grosseria - e, por acaso, o odor de peixe e suor que tornava sua presença ainda mais característica -, Henry era um homem esbelto, um dos mais bonitos do reino segundo as mulheres, também era alto e forte como uma grande árvore. Como se só isso não bastasse, o seu rosto tinha uma estrutura óssea bem marcada, robusta; lábios cheios, carnudos quase escondidos por uma grande barba. Os cabelos, esses sim eram de chamar atenção, eram lisos e bagunçados, quase oleosos, chegavam numa altura que batia mais ao meio do pescoço, sempre soltos e rebeldes, assim como a personalidade do homem que falamos. E, como se fosse abençoado por algum deus, todas essas características citadas contrastam lindamente com a pele escura, negra.

E esse homem descrito, estava sentado em uma das mesas do boteco, com um copo na mão e um sorriso galanteador direcionado a garçonete do estabelecimento, que respondia às cantadas com risos e bochechas rubras.

O vento frio entrou repentinamente pela porta de entrada do bar, os olhares estranhos se dirigiam para a tal, onde lá parava um rapaz alto e jovial, com cabelos longos e loiros arrumados perfeitamente numa trança transversal. Este enrugou o nariz ao pisar no local e sentir seu cheiro esquisito, além de se encolher incomodado com tantas cabeças viradas para si, apertou os olhos e balançou a cabeça, como se lembrasse do por que estava ali, fazendo o que parecia ser procurar alguma coisa específica nas cadeiras do bar.

Procurando
Procurando
Procurando

Parou, deitando o olhar em um certo rapaz.
E com toda a delicadeza, o menino misterioso andou até a mesa de Henry, sem expressão no rosto. A primeira coisa que fora notada por todos no bar foram as roupas que vestia, eram de um tecido fino, reluzente, parecia ser seda da mais pura. Era claro como o dia, os cabelos tão pretos como a escuridão e os olhos pareciam um buraco negro que poderia engolir a alma de qualquer um que olhasse por muito tempo.

- Vossa majestade lhe espera. - Disse, entregou-lhe uma carta, e saiu, de forma tão repentina e inesperada quanto havia entrado.

~•

A carta, como esperado, continha uma localização e um horário. Henry deu um meio sorriso ao notar que se aproximava dos jardins de Burneside, o castelo real do reino de Astalisa, lugar onde passou boa parte da sua infância. Este jardim, tão querido e conhecido, tinha uma vasta extensão, o local era inteiramente florido e decorado aos gostos específicos da rainha - tudo ali tinha uma parte da personalidade desta, desde às esculturas até às escolhas de flores, cercas e topiaria. No meio de toda essa beleza, havia caminhos de pedras, perfeitamente alinhadas, feitos especialmente para ninguém destruir a grama verde que um dos jardineiros cuidava com tanto carinho. Daquela parte do jardim, não se podia ver os lagos e as grandes árvores, mas Henry, com tanto conhecimento sobre o lugar, sabia que tais coisas existiam. Os olhos do pirata percorreram por um dos caminhos, arregalando os olhos surpreso quando percebeu uma alta e sofisticada silhueta.

Ao notar Harriet, parada no meio do quiosque, abriu mais ainda o sorriso, andando mais rápido para chegar até ela. Esta, tinha um rosto desgastado pelo tempo, cabelos brancos e lisos - ela se recusava a pintá-los, preferia que seus fios continuassem naturais, não se importava com os sinais de velhice; era uma dama sábia, com conhecimentos vastos tanto em política como com literatura. Ela se sentou, convidando-o a fazer o mesmo com os olhos - estes bem marcados pela experiência dos anos.

-Meu querido, você está aqui! - deu alguns tapinhas no banco - Precisava falar com você.

-Sim, eu sei, ficou meio óbvio pelo oficial e pela carta. - Sentou-se ao lado dela.
O rosto dela ficou sério por alguns segundos, se contorcendo em uma expressão nervosa logo depois. Suspirou.

- Como bem sabe, nosso reino está passando por… tempos difíceis. E a nossa rixa com Gwaetha não melhora nada disso…

Henry concordou com a cabeça, dando espaço para a rainha continuar

- Então, resolvi pensar em um plano para finalmente ganhar essa rivalidade e, talvez, uma parte das terras inimigas. - disse, esperançosa. - E é aí que você entra.

- Sou todo ouvidos.

- O que você deve fazer é raptar o príncipe mais querido do rei, levar para um lugar seguro em Astalisa e esperar o meu sinal.

O rapaz expressou indignação, confuso, afinal, príncipe Dusan não era nada frágil, muito pelo contrário, ele era chefe da guarda real e participava dos treinos do exército.

- Me desculpe, mãe, mas não posso aceitar tal pedido. O mais velho dos príncipes não deve ser alguém fácil de lidar e… - Foi interrompido pela expressão de desapontamento da mulher.

- Não . Não este, o doente e febril príncipe Milan, o rei tem tanto carinho pelo filho que tem medo de deixá-lo à solta, dizem que nunca sai do castelo. - explicou - será fácil, só precisa descobrir sua rotina… tenho certeza que não irá demorar mais de dois ou três dias.

Ele parou e pensou um pouco, sendo observado pelos olhos curiosos de Harriet.
- Você disse que tem um plano, certo? - pergunta, receoso, recebendo apenas um “claro” indignado como resposta.

Henry se levantou abruptamente, saindo do quiosque, quando estava no final da escada, virou-se para a mulher.

- Irei preparar a minha tripulação, me mande uma carta com os detalhes… - deu uma pausa - mãe.

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Até o próximo capítulo!

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