Não importa o quão devagar você caminha, desde que jamais pare de caminhar.
- Confucius
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Tudo parecia muito confuso, minha cabeça estava confusa, eu encarava o homem na minha frente com medo. Medo do que ele poderia dizer ou pior, fazer. Eu sentia que estava preso no piores dos meus pesadelos, o próprio capeta tinha saído do inferno pra vir me perturbar pessoalmente?
Porque eu não conseguia me mexer? Porque eu não conseguia falar? Onde minha voz estava?
Eu me perguntava mentalmente enquanto assistia a figura masculina me encarar no canto da sala, seus olhos enfurecidos, punhos fechados e maxilar travado. Ele com certeza estava doido pra me dar uma surra, o que eu tinha feito? Eu não conseguia pensar em um motivo. Eu estava tão confuso. Eu tinha saído sem avisar? Fiquei muito próximo de Niall de forma desnecessária? Falei algo que não deveria? Fiz algo que não deveria? Eu sentia medo, se eu tivesse feito algumas dessas coisas...porque eu não conseguia me lembrar?
- O que você pensa que está fazendo? - ele praticamente rosna, eu não consigo responder. Eu não tinha voz. - entrando pra essa merda, cheio de menino. Tá de olho em algum?
Nego com a cabeça rapidamente, sentia alguma coisa quente e grossa escorrer pela minha bochecha e pingar no chão. Eram minhas lágrimas. Eu estava chorando. Chorando quieto e sem fazer barulho, do jeito que ele gostava.
- Não? Porra, Harry. Você sempre faz essas merdas. Sempre tenta seguir com essa coisa besta de música, eu já te disse que não vai chegar a lugar nenhum com isso. Eu te disse, mas você nunca me escuta, não é? Porra, parece a merda de um surdo. - despejava as palavras sobre os meus ombros - Você é péssimo nisso, parece uma gazela cantando. Quem te ouviria? O bêbado do seu padrasto? A iludida da sua mãe? A idiota da sua irmã?
Eu queria gritar com ele, queria mandá-lo calar a boca, queria gritar para que ele não falasse assim da minha família, eu queria me impor contra suas ofensas, eu só queria mandá-lo sumir da minha vida e nunca mais olhar na minha cara. Mas eu não tinha voz.
- Não, Harry, você não vai chegar lá. Desiste dessa porra e arranje algum emprego digno. Se sustente sozinho, vai viver debaixo das asas da sua mãe pra sempre? Vai querer ser um fardo pra ela e pro Robin? Eles já estão cansados de você, cansados do seu drama. Você é um fardo pra todo mundo, não vê isso? - a única coisa que consigo fazer é me encolher mais - não sei porque ainda insisto em você, de verdade.
Ele continuava a me olhar, seus olhos pareciam atentos a qualquer movimento meu. Por mais que eu não me movimentasse, eu me sentia preso em uma paralisia do sono, eu não conseguia me mexer e nem acordar dessa merda. Eu só estava vendo meu pior pesadelo surgir dos infernos pra vir me atormentar novamente.
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Apricity [Larry stylinson]
Fanfiction**NÃO É DEATH FIC** APRICITY: do latim "apricita", é a sensação do calor do sol no inverno. Harry sempre amou a música e qualquer coisa que a envolvesse, quando ele aceitou fazer o teste pra uma banda famosa não imaginava que voltaria sentir o calor...