Apricity [Larry stylinson]

✰ - 08: pesadelos² e sorvetes

E você era o meu sonho que se tornou um simples pesadelo, cheio de tristezas e solidão.

- amanda lima

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Pesadelos. O que eram eles, afinal? Quando criança, eu sempre fui atormentado pelos sonhos ruins - isso que dava deixar uma criança assistir filmes de terror depois das 19:00 da noite - normalmente eu tentava correr de algo que me assustava muito, ou então simplesmente achava que via monstros escondidos dentro do meu armário ou até mesmo de baixo da cama. Às vezes eu sonhava que perdia alguém importante - na época, era meu maior medo. Talvez ainda seja. Muitas coisas mudaram. - e acordava chorando e corria para os braços da Dona Anne, ou simplesmente chorava até pegar no sono novamente.

Mas eu sempre sabia que tudo ficaria bem depois, eu sabia que ficaria bem porque aquilo não era real, não tinha acontecido e nem iria. Era só um sonho. Sempre que o Harry criança tinha pesadelos, ele corria pro quarto dos pais pedindo por colo - ou até mesmo para o quarto de Gemma -, eles diziam que aquilo não era real, e que ele estava seguro em seus braços. E eu realmente me sentia seguro.

Mas agora o que eu poderia fazer se meus pesadelos fossem, na verdade, memórias que vinham à tona somente para me atormentar da pior forma possível?

Acordar ofegante e muitas das vezes chorando não era divertido, ter que tomar remédio não era divertido, ter que se consultar com um psicólogo não era divertido. Minha vida estava longe de ter as mesmas cores que tinham antigamente, eu estava bem longe de sentir o calor do sol.

"Você deveria crescer. Sua mãe não vai estar ali pra sempre, e muito menos eu."

"Vê se cresce, Harry, você só faz merda."

"É por isso que perdeu seus amigos e ninguém daquela escola te suporta, logo Niall vai fazer a mesma coisa"

"Quer que eu peça desculpa? Tudo bem, desculpa. Eu só estava tentando te ajudar."

Tentando me ajudar?

Nego com a cabeça, focando na caneca cheia de café na minha frente. Não eram nem sete horas da manhã e eu já estava de pé, os meninos continuavam a dormir lá fora e eu não conseguia nem fechar os olhos sem me lembrar do passado.

"Me desculpa, ok? Eu amo você, você é uma parte de mim. Mas eu sinto que você não tenta o suficiente, que você não é o suficiente pra fazer a família dar certo. Você não tenta mudar."

Eu não era o suficiente? Levei a caneca até os lábios e suspirei, olhando para o relógio na parede e contando os minutos.

Insuficiente?

Idiota.

Idiota.

Idiota.

— Harry? — me assusto quando escuto uma voz atrás de mim, olho rapidamente e relaxo os ombros ao ver que era Louis. O que ele fazia acordado? — Oi.