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Tw capítulo.

Sonho "Auto-recostrutivo"

Martín estava sentado nas areias da praia do Rio de Janeiro, lugar favorito de seu amado, ao pôr do sol. Dos seus lados estavam seus pais atrás de si, e a sua frente, Luciano estava sentado, de costas para o loiro.

Sua mãe levou sua mão ao ombro de seu filho, dizendo no pé de seu ouvido.

— Meu filho, se você gosta realmente de alguém, corra atrás e se algo acontecer, tente entender o lado dessa pessoa também. Tente conversar para entender. Pode ser doloroso lembrar do que ocorreu, mas só tenha a decisão de partir se tem cem por cento de certeza que quer isso. Não ligue para o que os outros falam ou pensam, afinal, esse é o seu romance, o seu amor. Você o ama e ele também te ama, qual o problema em assumir isso, meu filho? — Diz a senhora de idade, enquanto olhava para frente, com a mão no ombro de seu filho.

De repente, a figura de Luciano começa a se levantar. Quando o moreno fica em pé, ele caminha para longe, em direção ao mar. Enquanto uma ventania forte começa a surgir. A figura de Luciano começa a se desfazer enquanto caminha. A visão de Martín começa a borrar conforme Luciano desaparece com o vento.

O loiro tem uma expressão assustada em seu rosto, olhando a figura de seu amado sumir com o vento. Uma lagrima de dor e sofrimento traça um caminho na bochecha do argentino, logo, virando centenas delas escorrendo. Em um impulso, Martín se levanta correndo até Luciano. Martín toca o ombro do brasileiro, que se vira e o encara nos olhos, com carinho.

— Como está, corazón? — Luciano pergunta com um sorriso, passando uma de suas mãos na bochecha do argentino. A voz do moreno acalmou Martín de todo o desespero de ver o seu amado sumir, apesar de ser um sonho, as emoções eram fortes demais. Martín sentia como se fosse real o toque e a voz do moreno.

— L-Luci? — Ele perguntou, gaguejando de nervoso. Martín não podia negar que tinha saudades dos toques e a voz de Luciano. Sentia falta de escutar a voz do brasileiro atrás de si, no seu pescoço. Sentia falta de todos os toques do brasileiro, seria isso uma recaída?

— Por que você fez aquilo, Martín? Por que isso tudo? Eu te amo, mas você...você não está sendo digno de merecer meu amor. Por que essa vergonha? — Dizia Luciano, aquelas palavras foram como facadas em Martín. Ele era tão preocupado com o que os outros iriam pensar e sempre preocupado em ser o melhor, que mesmo que ame demais Luciano, não consegue deixar de ser inseguro com o que pensam dele. E esse era um dos maiores defeitos de Martín, seu orgulho e seu ego.

Luciano começa a desaparecer junto com o vento de forma mais rápida. Enquanto a visão de Martín girava mais ainda, por conta do vento forte em sua volta, das lágrimas embaçando sua visão. De repente, Martín sentiu uma tontura e suas pernas começaram a doer. Ele estava começando a convuncionar?

— O-oque? Luciano, eu...eu... — Martín não conseguia falar, as palavras não estavam conseguindo sair. Ele não achava as palavras. Droga, ele não conseguia declarar nem no sonho?

— Você o que, Martín? Você me enganou, você nem me ama. Por que não me assumiu? Nem quero mais olhar na tua cara! Eu te odeio, Martín Hernandez! — Luciano pronunciava as palavras com ódio, raiva e desgosto. O que doeu como facadas em Martín, que estava paralisado, estava preso?! Era como se algo colocasse a mão na boca de Martín para ele não falar. Como se algo não o deixasse falar.

Em um piscar de olhos, Luciano desapareceu. Martín, assustado, olhou para trás. Seus pais? Hm, não estavam mais ali, Martín não estava mais em uma praia, estava em seu quarto de hotel, que dividia com Luciano antes na copa.

Sentado no canto do quarto, do lado da cama. Lacrimejando enquanto sua visão distorce, Martín se senta, tendo alucinações. Ele grita e chora de dor, com medo de todos os monstros imaginários que sua mente criava. Os "monstros" diziam coisas horríveis, como: "O Luciano deve odiar o Martín" , "Martín Hernandez, um fracasso"...

Em um último grito, Martín acorda, completamente assustado. Ele estava sem ar e todo suado. Ele estava ao contrário na cama, deve ter se mexido tanto durante o sonho que virou de ponta cabeça na cama. Martín, ainda recuperando o ar, pegou seu celular e ligou o aparelho.

" Sexta Feira 01:21 "

Nossa, eu dormir bem pouco. — Pensa Martín.

Martín relembra das palavras de Luciano no sonho, iniciando um choro baixinho e silencioso.

Olhando em seu telefone, ele pensou em ligar para o Luciano. Mesmo que isso seja uma recaída, por que Luciano não atenderia? Ele é sempre tão preocupado com todo mundo. O loiro pensou que estaria incomodando o brasileiro, mas vendo a sua situação precária e necessitada da atenção do moreno, ele rapidamente digitou o número de Luciano, o ligando.

A chamada não foi atendida.

— Ele não atendeu...o que eu faço? Eu preciso dele... — Martín voltou a chorar baixinho. Era raro ver o loiro assim.

E assim, Martín chorou baixinho até dormir. O seu sono e o seu cansaço o fez dormir novamente, e a sua carência o fez derramar algumas lágrimas pelo moreno. Ele precisava dele, Martín precisava daquele brasileiro, mas querer não é poder.



...

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