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POV Aelora Velaryon
Eu não devia estar no fosso, mas fugir do castelo era mais fácil do que eu imaginava. Era insuportável ver todos da minha família tendo seus dragões, enquanto nenhum dos meus ovos chocavam.
Minha mãe insistia que um deles ainda iria chocar, acredito que só dizia isso, pois conforme a tradição, se nenhum dos ovos eclodissem, eu não era uma Targaryen de verdade, isso ou então significava um mau presságio.
Estava cansada de esperar, os domadores de dragões me ensinavam a teoria, e os meus irmãos aprendiam na prática. Mas isso estava prestes a mudar.
Peguei uma tocha na entrada do lugar, e fui a procura do maior dragão do fosso. Tinha sido montado pelo rei Jaehaerys, e o chamavam de a Fúria de Bronze.
O fosso dos dragões parecia mais um imenso labirinto escuro. Meu coração palpitava mais a cada passo. Movi a tocha pelo meu redor, tentando enxergar melhor.
- Que os deuses me protejam - eu murmurei.
De repente todo o lugar se iluminou pelo fogo de Vermithor. Acabei tropeçando, e caindo de frente para ele. Sem dúvidas era o momento perfeito para a minha morte.
Vermithor esticou o pescoço até mim, me encarando com os olhos de bronze como as próprias escamas.
- Lykirī Vermithor - minhas palavras saíram firmes, mesmo com toda a minha apreensão - Rȳbās.
Meus comandos pareceram ter um efeito por um momento. Vermithor então soltou um rugido ensurdecedor que ecoou pelo fosso. Meus cabelos se bagunçaram com a força do rugido. Sem dúvidas não tinha sensação melhor, de comandar um ser tão magnífico.
Lentamente, fui me aproximando de Vermithor, estendendo minha mão em sua direção. Ele abaixou o pescoço um pouco mais, permitindo que eu o tocasse. Sua pele áspera e quente enviou um arrepio pela minha espinha, mas eu não recuei.
- Sesir kipi - exclamei.
Fiquei imóvel, sentindo a presença do dragão ao meu lado. Abri um sorriso orgulhoso, e aliviado. Por um breve momento, parecia que o tempo parou. Então, Vermithor moveu suas asas majestosas, ele queria sair dali. Eu o daria a sua liberdade, e conseguiria a minha também.
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Consegui soltar Vermithor sozinha, e levá-lo para fora do fosso. Eu o escalei, me segurando em seus espinhos. A fúria de Bronze era o terceiro maior dragão do mundo, ficando atrás apenas de Belarion e Vhagar.
Quase escorreguei da sela quando ele levantou voo, as cordas escaparam, e não tive tempo de pegá-las para me amarrar. Quando o vento soprou em meu rosto, tudo se acalmou.
Estávamos sobre as nuvens, e sem dúvidas era uma das melhores sensações que se poderia ter. Eu assisti o sol se por voando nos céus.
Pousei no fosso ao entardecer, e minha mãe estava lá, com uma expressão séria, e com meia dúzia de guardas.
- Você tem noção do que fez? - ela tinha a voz controlada, mas parecia estar sendo difícil para ela manter a calma - Você fugiu do castelo, sem dizer nada. Eu fiquei procurando por você o dia inteiro, sem saber de seu paradeiro. Entrou no fosso sozinha, e soltou o maior dragão... o fim dessa história podia ter sido bem diferente.
Ela começou a chorar na minha frente, e os guardas viraram os rostos, a minha vontade era de fazer o mesmo. Me senti culpada por ter deixado ela assim.
- Me desculpe - eu sussurrei.
- Apenas não faça mais isso - ela se aproximou, olhando para mim e depois para o meu dragão - Apesar de estar muito brava com você, também estou orgulhosa.
Ela sorriu, acariciando meu rosto com ternura.
- Vai me contar como foi essa sua aventura - ela continuou - Estou curiosa.
Minha mãe me olhou com tanto orgulho, que eu finalmente me senti próxima dela. E também senti seu amor por mim. Ela se importava comigo, se orgulhava de mim.
Ela continuou me dando algumas broncas até chegarmos ao Red Keep, mas se empolgou junto comigo quando lhe contei minha história.
[•••]
- Você está fedendo a dragão - Jace disse como uma comemoração - Meus parabéns.
- Eu já tomei banho - cheirei meu próprio braço, e o cheiro continuava lá.
- Eu vi você voando em Vermithor - Luke se aninhou em meu colo, bocejando - E bem, não dava para ver exatamente que era você, mas eu tinha certeza de que era.
Os dois tinham invadido meu quarto. Nos sentamos ao lado da lareira, e eu contei a mesma história que tinha contado a minha mãe.
- Aemond ficou se mordendo - Jace riu, e eu também.
- Imagino, nada o causa mais tristeza do que a minha felicidade.
Luke soltou um leve ronco, estava com tanta sono que cochilou em segundos. Eu acariciei seus cabelos. Jace e eu rimos baixinho.
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