QUATORZE

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Alguns dizem que ter um filho é símbolo de amor incondicional, já outros, falam que é um trabalho a mais, que atrapalha nas despesas, nas farras e coisas do tipo.

Pensava em ser mãe um dia, mas não tão cedo, queria ter estabilidade antes de tomar a decisão de ter uma criança. Agora, sua vida seria interrompido por um erro seu. E de qualquer forma, iria ter que aprender a viver com isso.

A chuva lá fora não estava pensando em favorecer ninguém, a ventania balança fortemente os galhos das árvores. As trovoadas estrondosas tomava todos os cantos da casa, não se dando para ouvir nada além da chuva.

- MINNNN!! - JK mandou mensagem.

- ENTÃO... Hoje é aniversário de uma pessoa....

- de quem? O meu eu sei que não é - respondeu imediatamente.

- olha, é o aniversário do Tae, o pessoal quer fazer uma farra pra ele, e insistiram pra te chamar.

- JK.... eu não sei se é uma boa ideia.

- eu sei, eu sei, tenho consciência do que aconteceu, mas, me prontifiquei pra levar você pra casa, caso não queira ficar.

- eu vou pensar, a Mi-rae vai?

- ela que 'tá organizando tudo.

- que caramba, assim ela vai tentar me convencer...

- melhor ainda kkkkkk
Vai pensando, se não me der uma resposta eu vou te buscar.

- ok... até mais então.

- até!!!

Suspirou de modo exasperado, não queria, não agora, estava lidando com a notícia de uma gravidez. E ir para o aniversário do pai da sua criança, que não consegue olhar no rosto, é a pior das coisas que poderia imaginar.

- você tem que ir Min... Tem que usar essa chance pra falar pra ele - sentou em frente ao balcão.

- ele não quer olhar na minha cara, Mi-rae, eu seria a presença mais indesejada da noite.

- indesejada? Minji! Aquele homem te ama, ele te olha como se você fosse a única pessoa que importa pra ele na face dessa terra, você tem que ir lá e falar pra ele que ama ele, de modo sincero - se levantou, tocando sua barriga - essa daqui é a prova do amor de vocês.

Prova do amor? Então iriam mesmo usar aquele bebê como um laço afetivo? Não, não queria isso. Independente de tudo, a criança era indesejada. E a culpa não era dela, era dos adolescentes inconsequentes que não se protegeram.

Então, decidiu, iria, e determinada a contar tudo o que tinha pra contar, e depois, esquecê-lo por completo. Esquecer os presentes dados por todos esses anos, e o mais importante deles, o buquê de girassois.

Somente as memórias eram impossíveis de apagar....

Dirigindo pela chuva densa, JK sorria para a amiga, por ter aceitado ir. Ela estava melancólica, olhando para o buquê de girassois no banco traseiro.
Queria se livrar dele. De tudo. Não queria nada que remetesse a ele.

Suspirou fundo ao colocar o pé na porta, a ventania balançou os belos fios negros em seu rosto. Dias de chuva... era um dos melhores dias.

Friends - Kim Taehyung Onde histórias criam vida. Descubra agora