𝖎𝖎. the apple doesn't fall far from the tree

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𝖈𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖉𝖔𝖎𝖘, A MAÇÃ NÃO CAI LONGE DA ÁRVORE

quando em desespero
procure sua família.










ASTRID KVASIR PRECISA ANDAR NA LINHA ATÉ EM SUA PRÓPRIA CASA. Quando criança, ela aprendeu a não entrar no quarto da mãe sem sua presença e, mesmo assim, nunca sem sua permissão. Seus pés cautelosos esperavam exatamente na soleira da porta para não deixar marcas no piso de marfim.

Quando lhe era permitido, ela costumava se sentar com a mãe aos pés da cama, onde a mulher penteava seus cabelos e murmurava alguma canção folclórica antiga.

Astrid criou uma lista mental das coisas que mais gosta neste palácio — para o caso de alguém lhe perguntar sobre isso em vez de política, já que parecem evitar o assunto a todo custo perto da garota. Há o papel de parede verde e florido que cobre o corredor que leva ao seu quarto; os quarenta e três passarinhos pintados no teto da antecâmara do Salão do Conselho; a ampla mesa na Sala de Jantar da Família; e assim por diante.

Nenhum deles tem uma posição específica nessa lista, mas o que certamente ocupa o primeiro lugar é o espelho antiquado no quarto de Freyja, cercado por uma moldura delicada esculpida com runas. Seu próprio espelho imaculado em seu quarto imaculado não poderia ter o mesmo efeito que o espelho de sua mãe.

Pode-se dizer que o amor que ela sente pela mãe é o que faz a diferença. Esse tipo de amor que a faz se esconder de Freyja no labirinto que é o palácio delas, mas a impele a pisar nos mesmos ladrilhos, usar os mesmos vestidos, e olhar no mesmo espelho para um rosto extremamente similar. Esse tipo de amor pode devorar uma garota.

Para Astrid, no entanto, nada sussurra mais revolta do que desordem metodicamente planejada. E é por isso que agora elas têm um rasgo no papel de parede verde; um teto sem pássaros; a superfície de uma mesa entalhada; e marcas de dedos borradas em um espelho precioso.

Astrid Kvasir odeia ser metódica, mas é estranhamente boa nisso.

Alguém chama à sua porta. Três batidas precisas como um coração morrendo. A jovem se apressa para esconder o anel de esmeralda que esteve admirando de longe a semana toda, jogando-o sem pensar em um dos muitos bolsos de sua mochila.

— Entre — diz, como se sua mãe fosse aceitar qualquer outra resposta.

A porta se abre e a serviçal, provavelmente não mais que um século mais velha que Astrid, segue Freyja, carregando uma bandeja com uma fatia de torta que a garota não pediu. Sua sala se enche com o aroma de maçã fresca e de especiarias quentes de dar água na boca. A jovem serviçal coloca o prato sobre uma mesa lateral e dá um sorriso tímido para Astrid, com as bochechas rechonchudas do mesmo tom de seu cabelo ruivo. Astrid sorri de volta.

— Obrigada, Sigyn — diz sua mãe com ternura.

Astrid agradece com uma inclinação de cabeça e a ajudante se retira, fechando a porta atrás de si. A garota estende a mão para acariciar um dos gatos postos ao lado de Freyja, mas o felino arqueia as costas e se afasta do toque.

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⏰ Última atualização: Oct 15, 2023 ⏰

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