𝐏ara uma noite gélida, os agasalhos de Kaspbrak pareciam confortáveis. Com seus toques leves sobre a pele branquinha como neve, eram agradáveis a temperatura. Não que estivesse muito frio, e na verdade, não estava. Mas Eddie tinha o maldito costume de sentir a sensação fria mais do que outras pessoas. Talvez por isso sempre preferiu a primavera.
Era a primeira vez em meses que aparecia em público, em um evento importante. Seria uma divulgação do novo álbum da banda de seus amigos, e como namorado de Richie era primordial sua presença. Ed comentou com Stanley sobre sua ínfima força de vontade ao comparecer no evento, mas mudou de ideia assim que recebeu um e-mail que mais se assemelhava a uma boa e velha ameaça, do que a um convite amigável. Vinha da produtora da banda. Kaspbrak desconfia fielmente de ser Stan usando um endereço de e-mail falso, mas não contrariou.
Agora, se observando diante ao espelho, Eddie gostava do via. Roupas de marca, cabelo muito bem alinhado, obrigado. Perfume doce e marcante, acessórios sempre prateados. Levava consigo um ou dois chicletes no bolso da calça, sendo eles de menta e melancia. Não pretendia muito para aquela noite, talvez algumas fotos com fãs e se estivesse de bom humor, autógrafos. Na verdade, nunca esperava nada de suas noites. Torcia para que caísse em um barzinho meia boca, e só se recordasse do estrago na manhã seguinte. Mas era a primeira vez em público com Richie. Isso deveria o deixar apreensivo, mas Eddie não esperava muito mais da vida. Sempre esteve apreensivo, por que não estaria agora? De qualquer forma, ainda era algo importante, e que talvez estivesse o corroendo. A forma como interações sociais assustavam Eddie era estranha. Talvez devesse colocar isso na pauta da próxima consulta da semana.
Ele buscaria Uris em sua casa, que a esse momento já estava lhe enchendo a tela de mensagens. Eddie pegou a chave do carro, indo em direção a porta. Parece ter esquecido algo. Ele volta, refaz seus passos (mesmo estando atrasado) e nada. Sai bufando pela porta, pensando que deveria começar a controlar os remédios. Tranca a porta, entra no carro, suspira. Finalmente tudo bem. Mas... e se acontecer um acidente no momento em que estiver a caminho da casa de Stanley? Ele morreria no auge de seus vinte e dois anos, sem mais nem menos? Talvez fosse melhor pegar um Uber. Mas o amigo estava a sua espera. E se ele ficasse bravo com Eddie pelo seu atraso? Será que terminaria a amizade dos dois? Como Eddie viveria sem Stanley? Deu partida no carro, pensando em manter sua cabeça fixa nos pedais distantes.
Os semáforos lhe assustavam, principalmente nos momentos em que se fechavam bruscamente. Edward começou a pensar que talvez só tivesse recebido carteira de motorista por dó, devido ter reprovado tanto que fora insuportável sua presença depois de um longo tempo. As folhas que voavam ao redor do carro alto deixavam Eddie tenso, nervoso com seu próximo passo. Ele começou a "apostar" uma corrida com elas. Talvez assim pelo menos sua mente montasse um esquema que não fosse sobre a cena de acidente onde seu corpo sem vida estava jogado ao chão. Suas mãos soavam, e Eddie não entendia muito bem aquele sentimento. Não tinha absolutamente nada de anormal acontecendo, então por que se encontrava tão nervoso? Suas roupas leves e confortáveis de repente aparentavam pesadas e violentas, o deixando cada vez mais sufocado. Teria sorte se chegasse à casa de Stanley vivo.
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𝗔𝗰𝗼𝗿𝗱𝗲𝘀 𝗲 𝗖𝗼𝗾𝘂𝗲𝘁𝗲𝗶𝘀 ♫
Fanfiction𝗮𝗰𝗼𝗿𝗱𝗲𝘀 𝗲 𝗰𝗼𝗾𝘂𝗲𝘁𝗲𝗶𝘀 ★ - Quando Richie e Eddie são fotografados em um casamento, a foto é tirada de contexto e todos pensam que os dois estão tendo um caso. Os cantores se odeiam, mas perceberam que com essa história de "caso", ganha...