Suno sabia que a missão que tinha pela frente era difícil. Havia a grande probabilidade de ser apanhada, mas sinceramente, estava disposta ao tudo ou nada. Tinha-se tornado impossível viver na sombra daquilo que um dia tinha sido: a amante favorita de Kakarotto, o todo poderoso general máximo do exército de Vegeta e governador do planeta Terra. Não mais conseguia olhar-se no espelho e enfrentar-se a si própria. Por aquele homem rebaixou-se, adiou vínculos e até mudou de planeta. E ele, o que fez por ela? Proporcionou-lhe fodas incríveis, inesquecíveis... E por isso, ela estava disposta a matar e morrer.
Mas nada mais... Ele não lhe dera mais nada. E o problema é que ela queria o tudo. Suno queria o vínculo de Kakarotto, o corpo e o coração. E se antes ele nunca lhe dera o vínculo nem o coração, agora, já nem o corpo tinha...
Então, quando percebeu que nem isso poderia continuar a ter pois Kakarotto estava apaixonado por uma qualquer, uma vulgar, foi demais para si. Suno até podia entender o anterior encanto pela imperatriz... Não era difícil perceber como era chamativo o seu apelo... Linda e poderosa, a herdeira de um império colossal.
Mas uma vulgar, como Mimi?! Uma pseudo modelo de lingeri, que nem altura tinha para pisar uma passarela, era por ela que Kakarotto se tinha desinteressado de si?! Não... Então já era demais para Suno aguentar.Não foi complicado perceber onde iria decorrer a campanha publicitária em que Mimi ia participar, e foi ainda menos difícil infiltrar-se nela. Afinal, Suno era belíssima, foi simples obter uma credencial de modelo. Os outros figurantes, designers, técnicos de luz e som reparavam na sua presença mas tratavam-na como mais uma linda modelo. Tudo normal.
Dessa forma, colocar o veneno na garrafa de água de Mimi foi irrisório de tão fácil. E a satisfação que teve ao vê-la morrer quase instantaneamente, após os seus lábios tocarem o líquido, fazia tudo valer a pena.
Retirou-se discretamente, enquanto todos tentavam socorrer a modelo quando se aperceberam da situação, indiferentes à garrafa de água e ao seu conteúdo, passando despercebida até finalmente poder levantar voo.
A primeira parte do seu plano era assim concluída com sucesso.Na casa de Kakarotto foi ainda mais fácil entrar. O chefe de segurança já lhe tinha dado o código para abrir a porta, apenas tinha de ter cuidado para não ser apanhada em flagrante por Kakarotto.
Olhou em redor da penthouse, sabia que ele guardava as bebidas alcoólicas num determinado armário da sala. Vacilou... E se ainda pudessem estar juntos, agora que Mimi estava fora da equação...?
Respirou fundo, não, Kakarotto não iria mais estar com ela. Tornou-se óbvio. Já nem nutria desejo sexual por ela, o que quer que fosse que Suno pudesse sonhar que acontecesse, simplesmente não iria realizar-se. Com, ou sem Mimi.
Estava na hora, ele talvez não tardasse. Sabia exactamente a bebida que ele iria procurar. Conhecia Kakarotto bem demais... E sabia que a dose de veneno teria de ser ridícula de tão forte. Afinal, tratava-se do saiyajin mais poderoso de Vegeta.- Boa noite, governador.
- Boa noite, Marcel. - Kakarotto ainda estava acordado, mas espreguiçava-se recostando-se na cadeira do seu escritório, pois embora com sono, estava satisfeito. Tinha dormido maravilhosamente depois do dia anterior com a imperatriz, e já andava a magicar sobre como iria fazer para voltar a estar com ela. Qualquer pretexto serviria. Queria vê-la de novo, falar com ela de novo, amá-la de novo... - Diz-me, encontraste o saiyajin de cabelos lilás?
- Não... - Marcel recuava perante o insucesso da missão. Já tinha visitado cinco planetas e nada. Ninguém sabia ou tinha ouvido sequer falar desse saiyajin.
- Então, o que precisas?
- Governador... Já viste as notícias?
- As notícias...? Mas de que raio estás a falar? As notícias terrestres ou de Vegeta? - Tinha andado bem ocupado nos últimos dias, estava-se pouco lixando para noticiários.
- Já percebi que não... Eu não quero interferir nos teus assuntos... Mas a Mimi, já te encontraste com ela...
- Não a tenho visto... Mas o que isso tem a ver? - Kakarotto estava a ficar impaciente.
- Bem... A Mimi morreu.
Kakarotto abriu a boca. Como assim, morreu? Algum acidente?
- Sabes o que lhe aconteceu?
- Não é claro... A polícia não sabe. Simplesmente encontraram-na morta durante a campanha que estava a fazer, e não existem indícios de crime nem as análises acusaram nada. De qualquer das formas, o detetive do caso disse-me que iriam continuar a investigar.
- Ok... Fizeste bem em me teres informado.
- Eu lamento...
- Pois é... Eu também.
Era verdade. Kakarotto lamentava. Mimi era ainda demasiado jovem, e ainda que não tivesse nada na cabeça, não era particularmente maldosa, e conseguiu proporcionar-lhe bons momentos. A última vez que estiveram juntos, foi Kakarotto que falhou consideravelmente. Bufou. Não esperava semelhante notícia. Levantou-se, pousou o seu scouter, e dirigiu-se à sala, a maior divisão da sua luxuosa penthouse. Estava a tentar digerir a notícia que o apanhou de surpresa, naquela que prometia ser uma noite tranquila e chuvosa. Tudo estava em silêncio. Apenas o suave murmúrio da chuva contra as enormes janelas de vidro que cercavam a sala, o acompanhava. Na penumbra, ele avistou o seu elegante armário de madeira que continha a sua seleção particular de bebidas, e dirigindo-se até ela, serviu-se de um copo de whisky de cor âmbar.
A penthouse estava decorada com móveis de design e obras de arte requintadas. As paredes de vidro ofereciam uma vista deslumbrante da marginal e da praia, até onde os olhos podiam alcançar, mas naquele momento, tudo estava obscurecido pela atmosfera sinistra que envolvia a sala, mas que Kakarotto ainda não tinha percebido... O aroma tentador envolveu-o, e ele não resistiu a dar um gole, era uma noite que pedia uma bebida forte. O primeiro contato com o líquido foi como um abraço caloroso, mas à medida que ele continuava a engolir, uma sensação de estranheza começou a dominá-lo...
A sala parecia girar em torno dele, enquanto as tonturas cresciam. Os seu passos cambaleantes levaram-no de novo quase até ao escritório, onde há momentos deixara o scouter, sendo que somente tinha as luzes da cidade que piscavam como estrelas distantes para o iluminar. Kakarotto sabia que algo estava terrivelmente errado...
Lutando contra o veneno que o enfraquecia, ele tentou gritar por socorro, mas as suas palavras saíram fracas e inaudíveis. Ele ainda olhou para a cidade lá em baixo, a visão cada vez mais turva, e percebeu que estava completamente à mercê do veneno que inundava o seu corpo. O que aconteceria a seguir permaneceria como um mistério, enquanto a penthouse continuava imersa na noite chuvosa e na incerteza...
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Amor Proibido - Dragon Ball
PertualanganKakaroto nunca foi enviado para a Terra... Ele faz parte do exército saiyajin, que está às ordens de Freeza. O tirano não tem adversários dignos no universo... mas os saiyajins estão cada vez mais insatisfeitos com a sua situação actual... Uma poten...