Calma Maré (Rubens Naluti)

1.2K 50 95
                                    

Quando se pensa na Ordem, a última coisa que vem em sua cabeça é paz, sossego e tranquilidade.

Desde que você conheceu aquele lugar, nada na sua vida foi o mesmo. Você perdeu pessoas que eram importantes para você, amigos que fez ao longo do caminho e amizades que viraram família e no fim, não duraram nem um ano do seu lado.

A Ordo Realitas não era brincadeira, muito menos o paranormal como um todo. E infelizmente, apesar de você já ter uma noção de como tudo aquilo era antes de entrar na organização, ninguém te avisou o quão fundo você iria.

Quantas pessoas e momentos preciosos teria que sacrificar. Como ver um show da sua banda favorita não era a coisa que mais te deixaria com o corpo tremendo de ansiedade. Mas sim, o medo de não acordar no dia seguinte. De ver mais um cadáver qualquer, aproximando-se e vendo que era mais um irmão, mais uma companheira, mais ume amigue.

Naquela tarde, vocês tiraram um tempo só para vocês. Um tempo de monstros, de relíquias e coisas do tipo.

Kian estava detido durante o período de duas semanas já e nada tinha acontecido. Provavelmente em algum momento a bomba estouraria, mas por enquanto, vocês se contentaram em aproveitar.

O dia era ensolarado. O mar estava morno em uma temperatura bem agradável para vocês. A areia confortável, os protetores solares quase vazios, a caixa de som de Arthur estourando no último nível e as comidas embaixo de um guarda Sol que Rubens não tirava o pé.

Você sorriu, voltando o olhar para o garoto que estava ali sozinho, levando uma bolada na cara.

Sentindo a dor na sua bochecha, você se virou, encarando Balu correndo até você extremamente nervoso com a situação, colocando as mãos em seus ombros. — Você tá' bem?! Era pra acertar a Carina, não você!

— Quer dizer que era pra ir na minha cara?! - A italiana gritava ao seu lado, pegando a bola do chão enquanto você ainda se se localizava em silêncio na situação.

— Não na sua cara, bambina! Mas na sua mão! Você está bem?

— Não se preocupa, não foi forte. - Você mentiu. Balu tinha a força de sete de você, como raios aquilo não iria doer?

— A gente vai fingir que acredita, S/N. - Arthur riu, pegando a bola de Carina para iniciar novamente a jogada. — Vai lá colocar um gelo nisso antes que dê algo ruim.

Você riu, seguindo até a areia enquanto ouvia um "Pelo amor de Deus, se cuida!" Vindo do homem que lhe deu a bolada. Seguindo até a areia, não tinha quase ninguém ali. Além de seu chefe que permanecia isolado no quiosque próximo e Joui que voltava com alguns sorvetes na mão. Provavelmente todos para ele.

Se sentando embaixo do guarda Sol, você ouviu a voz de Rubens, enquanto ele retirava o óculos. — Que bolada, em? - Ele riu baixinho, olhando você revirar sua bolsa em busca de um pano.

— É, essa não dá pra negar né. - Você respondeu meio sem graça, enquanto ele pegou um dos gelos da caixinha de bebidas, enrolando no pano que você tinha em sua mão e colocando em sua bochecha. — Tem que segurar por um tempinho, é igual calo, se não tratar, vai ficar pior amanhã. Não quer a bochecha vermelha né?

Você riu mais aberto dessa vez, agradecendo ainda um pouco envergonhade. — Muito obrigada, de verdade.

— Imagina. Todos nós estamos propensos a levar uma bolada do grande Balu.

Seus olhos foram até os dele, enquanto você sentia aquele gelado em sua bochecha. Não é como se vocês tivessem muito tempo sozinhos pela Ordem. O grupo sempre estava junto e momentos de "recreação" não existiam. Porém, Rubens era familiar. Ele era quieto, na dele. E carregava uma aura que você conseguia ver de longe.

Ordem Paranormal - One ShotsOnde histórias criam vida. Descubra agora