REMINGTON
Eu queria beijá-la. Eu queria me afogar em seus lábios e pela primeira vez desejei tanto aquela boca. Eu olhei para todos os detalhes de Ariella, exceto seus olhos que me ignoravam.
As curvas de seu corpo. Seus cabelos. Aquela maldita e travessa boca. Pela primeira vez na minha vida eu ignorei o quão irritante é essa mulher e a desejei como nunca antes. Será que ela ainda me queria? Será que ela sentia o meu olhar em todo seu corpo, em seu lindo e macio rosto?
Eu precisava sair dali. Ela estava mexendo com meus neurônios e eu precisava voltar à realidade. Logo.
Essa pequena caçadora de demônios literalmente acabou de me chamar de um simples estagiário e eu estou a desejando? Só vou culpar a falta de sexo na minha vida. Esse é o único e real motivo para isso estar acontecendo.
Eu também precisava conversar com meu pai. Ele iria me ajudar.
Depois de um tempo conversando com mais pessoas não importantes para mim eu e Ariella seguimos separados nossos caminhos. Ela foi até os pais dela, e sinceramente, o Cole estava me encarando como se eu fosse seu maior inimigo. Bem, espera até meu primo aparecer em seu campo visão...
Ele, Silver e meus pais estavam conversando agora a pouco mas já se distanciaram e eu avistei meu pai com um homem mais velho. Os dois estavam conversando enquanto bebiam. Eu não fazia ideia de onde meu avô estava, mas ele não era meu problema agora.
Meu pai, assim que me viu, dispensou o homem ao seu lado e caminhou em minha direção.
— Você não parece feliz. — ele comentou o óbvio.
— É claro que não estou feliz. Quem estaria feliz com um casamento arranjado?
Meu pai riu. — Olhe só para mim e para sua mãe.
— Vocês são diferentes. Vocês foram feitos um para o outro.
— E quem disse que você e a pequena Ariella não foram? Sabe, ela e sua mãe tem bastante coisas em comum.
Impossível. — O que, por exemplo?
— Personalidades fortes e um dom de nos fazer perder a cabeça. Acredite, no início do noivado meu e da sua mãe as coisas não eram tão simples. Eu era o maior pegador da história e sua mãe fez com que eu ficasse completamente obcecado por ela. Não que eu esteja reclamando, ter casado com aquela mulher foi a melhor coisa que meu pai poderia ter arranjado para mim.
— Está me dizendo que de repente vovô, que fez esse noivado acontecer, sabe que ela e eu nascemos pra ficar juntos? Conta outra, pai. — debocho.
Talvez na cabeça da Ariella, sim, nós nascemos pra ficar juntos. Mas na minha cabeça não. Não existem possibilidades de nós sermos compatíveis um com o outro.
Mentiroso.
A voz traiçoeira da minha cabeça nega. Bem, foda-se a voz da minha cabeça. Ela nunca fez sentido mesmo.
— Na verdade seu avô não faz ideia das coisas, ele realmente pensou na união de famílias. Infelizmente, não é algo que podemos cancelar agora, mas talvez daqui a um ano sim.
— O que você quer dizer com daqui a um ano?
— O noivado vai durar um ano. Foi o tempo que Cole pediu por que ele acha que até lá ele vai conseguir fazer com que o pai da Sil procure outro jeito de formar alianças com a nossa família.
— Então eles combinaram de um ano de noivado e se não der certo eu volto minha vida normal?
— É, sim. Exatamente isso.
Tudo bem. Eu aguento um ano.
— Mas sabe, precisamos de um novo herdeiro ainda. — meu pai riu.
— Tudo no seu tempo. — eu o alívio. Porque, de verdade mesmo, eu quero ser pai um dia. Quero ser o pai que meu pai foi pra mim.
— E sabe, eu sinto no fundo que Ariella morar com você e não morar sozinha naquele apartamento, sem a Alicia, vai ser o melhor para ambos. Principalmente pra ela. — ele disse olhando para o nada.
Um arrepio subiu pela minha coluna. — Por que você diz isso?
— Eu não sei, só sinto. E foi algo que Silver comentou comigo também. Nós dois queremos que vocês morem juntos, vai ser até bom para vocês se conhecerem mais! — ele disse a última parte super animado, nem parece que me fez estremecer por dentro com todo esse pressentimento.
Particularmente eu não senti nada disso, na verdade uma sensação de querer proteger é o que eu senti esse tempo todo mais ignorei, assim como sempre faço com meus sentimentos.
Eu e meu pai conversamos e rimos mais. Ele é o melhor pai que alguém poderia pedir. Que eu mesmo poderia ter. Todo dia agradeço por ter Ronan Astor como minha versão mais madura. Ele sempre estava ali me ajudando, e eu adorava quando as pessoas falavam que eu era uma versão mais nova dela.
Era um privilégio.
De longe vi Ariella conversando com um rapaz que eu não conseguia ver o rosto por estar de costas para mim, mas ela tinha um sorriso pequeno no rosto e aquilo fez minhas veias esquentarem e meu corpo se agitar.
Não deu para ignorar o rancor dessa vez quando eu vi Louis SaintClare flertando descaradamente com a minha noiva.
Quem o convidou? Eu comecei a ver vermelho, eu queria ele longe dela. Agora, de preferência.
No entanto, enquanto estava a caminho deles, um outro homem segurou meu braço e me virou para ele. Eu nunca o tinha visto antes na minha vida inteira, e olhei para ele me perguntando quem ele era. Provavelmente algum político.
Ele parecia ser um pouco mais velho do que eu. Provavelmente vinte e nove, talvez trinta. Ele tinha um olhar perigoso, porém não me intimidou nenhum pouco.
Afastei meu braço do dele e uma sensação de perigo tomou conta de mim. Me afastei dele que ainda me olhava de um jeito estranho e fui até onde Ariella era para estar com aquele babaca, mas os dois já tinham sumido. Quando me virei para olhar novamente aquele homem ele também já tinha ido embora e eu me encontrei no meio de um jogo completamente novo e misterioso.
Minha única preocupação no momento era Ariella. Onde ela tinha se enfiado?
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GOD OF OBSESSION - DEUS DA OBSESSÃO
FanfictionEla sempre o observou, sempre esteve com os olhos nele e ele fugia até que algo chamou a sua atenção e agora ambos estão na batalha para ver quem dominará o jogo. Uma história com muita tensão. Remington Astor e Ariella Nash estão embarcando em um r...