CAPÍTULO 20

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Remington Astor

Sabe o momento em que você vê sua vida passando pela frente dos seus olhos e sente como se o tempo estivesse passando tão devagar que uma tartaruga em terra firme andaria mais rápido e seu coração parasse de bater? Foi isso o que eu senti no momento em que o tiro foi disparado e o sangue de alguém manchou todo o vestido da Ariella.

Ou talvez fosse o dela...

Eu mal acordei e já estou preocupado com o que pode ter acontecido com minha garota. Eu preciso vê-la. Eu preciso entender o que aconteceu hoje.

— Onde ela está? Onde está Ariella? — eu pergunto com a voz rouca. Desesperado é a palavra que define o que está passando agora na minha cabeça.

Antes de eu vir parar no hospital, por algum motivo desconhecido por mim, eu me recordo de ter ouvido aquele barulho alto e me jogado em cima da Ariella para protege-la.

Eu preciso saber de quem era aquele sangue.

Uma mão pequena e macia pousou no meu braço e eu olhei para o lado para encontrar minha mãe ali com a roupa da festa, os olhos pesados e escuros, e vermelho. O desespero de antes começou a bater forte em mim. Tão fodidamente forte.

— O que aconteceu, mãe? Por que eu estou no hospital? Onde está ela? Está todo mundo bem? — minha boca se enche de perguntas. E eu preciso das respostas agora antes de surtar completamente.

— Está todo mundo bem. Não precisa se preocupar. — ela me acalmou. Tentou pelo menos. Eu preciso ver e tocar todo mundo com minha própria mão pra ter certeza disso primeiro. — Ninguém sabe ainda o que aconteceu, mas pelo menos temos o culpado do desastre de hoje.

— Como assim desastre? Quem foi ferido? Onde está ela?

— A cerimonialista, que estava ao lado da Ari, foi atingida e infelizmente morreu. Mas todos nós temos quase certeza de que a bala era pra ela...

— Onde ela está? — eu pergunto pela décima vez. Eu preciso vê-la. Eu preciso senti-la como nunca antes. E eu não posso ignorar o sentimento forte que está me rasgando por dentro, eu ainda não entendo o que é, mas isso está me matando mais do que a pequena dor latejante na minha cabeça.

— Ela está na UTI. Ela não foi atingida, mas o choque foi tanto que ela desmaiou e, bem, até agora ela não acordou. Assim como você, mas você está bem acordado agora, graças aos céus. Estou aliviada e feliz por ter você de volta.

Eu ainda não estou feliz nem aliviado.

— Isso faz quanto tempo?

— O que?

— Quanto tempo faz que eu estou aqui apagado? E Ariella? Eu preciso vê-la. — tirei uma agulha e um medidor de pressão do meu braço e comecei a me levantar, mas fui impedido pela minha mãe que me forçou pra deitar novamente.

— Não. — ela disse sem pena. — Você precisa descansar, ok? O seu pai foi ver como Ariella e a família dela estavam.

— E os outros? — perguntei me referindo aos meus primos e amigos.

— Eles estão bem. Todos. Se você quiser eu posso chamar eles. Creigh e Bran não saíram daqui nem por dois minutos. Os outros estão invertendo entre visitar você e Ariella.

Eu apenas acenei com a cabeça.

Minha mãe saiu do quarto devagar e segundos depois CrayCray, Bran e Cecily acompanhada de seu monstruoso namorado, Jeremy entraram.

Os olhos de todos eles, exceto do gigante tatuado, estavam vermelhos. De choro provavelmente.

Creigh, meu primo e melhor amigo, que nunca foi muito de demonstrar emoções, jogou os braços em minha volta e me abraçou como nunca tinha feito antes.

GOD OF OBSESSION - DEUS DA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora