CAPÍTULO 19

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Ariella Nash


Se me dissessem a sete anos atrás que eu iria casar com Remington, o cara por quem eu continuo completamente obcecada, eu iria comemorar por dentro e por fora dizer que eu já sabia. Por que, bem, eu já sabia que uma hora ou outra ele seria meu. Só que neste momento estou tendo dúvidas se essa união forçada é algo bom... O modo como Remi reagiu ao me ver com Louis me pegou desprevenida, eu tinha certeza que ele ainda me detestava e então age como um macho alfa ridículo que se precisar vai mijar na pessoa pra marcar seu território.

Agora estamos andando pelo salão esperando apenas pelo instante que a cerimonialista vai chamar pelos nossos nomes para oficializar tudo. Vovô se mostra extremamente contente com isso, e o avô de Remi também.

Certamente, vovô está bem mais feliz já que ele está certo de que minha irmã Ava e o Eli, neto do Jonathan King, irão ficar juntos. Eu fiz uma breve pesquisa sobre o passado e descobri que mamãe e tio Aiden quase se casaram por conveniência, assim como eu e Remi, mas felizmente não deu certo pois Aiden encontrou o verdadeiro amor da vida dele, tia Elsa, que é como uma segunda mãe tanto para mim quanto para Ava, e felizmente mamãe e papai ficaram juntos. Eles dois são perfeitos um para o outro, literalmente a definição de almas gêmeas.

E agora que vovô tem a chance de criar um laço com os Kings ele irá aproveitar, e ganhando uma família da nobreza ainda por cima, nesse caso, eu me refiro aos Astors. Que também estão felizes por terem se juntado com os Steel e agora com os Nashs.

Tudo isso é uma loucura. Por sorte, todos os casais formados por esses laços políticos estão sendo coincidentemente almas gêmeas uns dos outros. Porém eu não sei se dessa vez irá funcionar. Não com Ava abominando Eli, e Remington notavelmente não gostando disso tudo.

Sobrou eu e Eli nessa confusão sendo completamente obcecados pelos seus futuros parceiros. Ele pela minha irmã, e eu pelo primo dele.

Eu deveria estar feliz, não é? Ele ainda não saiu da minha cabeça. Vinte e quatro horas por dia todos os dias da semana, meu cérebro me leva a ele. Desde que eu me entendo por gente. Nem mesmo Mary, minha terapeuta está conseguindo desviar meus pensamentos. Nem mesmo aquele estranho que continua a mandar mensagens. Nada. Ninguém. Tudo me leva a ele de um jeito ou de outro.

Remington está ciente disso, e talvez ele esteja pensando que durante todo esse noivado eu vou correr atrás dele como uma cachorrinha perdida. Eu não irei. Minha mãe me ensinou a não ficar correndo atrás dos outros, eles tem que vir até mim. O mesmo serve para Remington.

Tudo bem, hackear o celular, o notebook, as câmeras de segurança da casa, acabar com todos os encontros dele, ter olhos - Eli e Landon - em cima dele me faz parecer alguém que está desesperada e que está constantemente correndo atrás dele. No entanto, eu diria que, tudo isso e mais um pouco é devido a uma doença chamado "Remington Porra Astor", por que em algum momento da minha infância ele capturou minha atenção e não conseguiu mais sair. Acho que nem mesmo o melhor médico do mundo saberia explicar.

E pensando nele ele vira seu rosto na minha direção como se dissesse que sabe o que eu estou pensando. Talvez se eu pensar em esganar ele por todas as vezes que ele me irritou, ele possa notar que essa partida sou eu quem vou ganhar.

Ele, durante esses anos, ganhou uma ou duas, mas não o jogo final, o mais importante. Esse sou eu quem domino. Assim como meu pai, Cole, me ensinou a sempre ser a melhor em tudo. Remington continua me encarando, tentando ver através de mim e eu queria muito saber como alguém poderia ser tão ridiculamente lindo assim. E tão alto... E forte...

Jesus, estou ficando um tanto louca.

— Pensar em como eu sou uma delícia não vai mudar em nada, pequena stalker. — ele disse orgulhoso.

— Eu definitivamente não estava pensando em você.

— Aham. Se mentir vai te fazer bem, vá em frente.

— Você se preocupa se eu estou bem então?

— Definitivamente não. — ele disse dando de ombros.

— Vou fingir que acredito. — disse com um sorriso travesso.

— Venha, irei te apresentar para um colega do time de basquete da faculdade. — ele me puxou e andamos lado a lado até um grupo de três rapazes vestidos de ternos pretos comuns.

O primeiro deles era um alto, de pele negra retinta, e usava um cordão de ouro. Ele foi o primeiro que me viu e sorriu para mim. Eu não o conhecia mas aparentemente Remi sim, já que os dois se abraçaram como velhos amigos, ele também não era do time de basquete da REU, já que eu conhecia todos da época em que Remington estudava lá.

O segundo era igualmente alto, no entanto ruivo, a pele cheia de sardas e seus olhos castanhos claros. Ele sorriu para mim e cumprimentou Remington, ele eu já tinha visto em algum lugar, e não era na faculdade. Provavelmente em algum evento importante do senado.

E então, o terceiro que era realmente do time de basquete da REU, eu o conhecia já que ele era o braço direito de Remi no time e os dois já foram a inúmeras festas juntos. Tenho certeza absoluta que se Creighton e Brandon não existissem, Winston seria o melhor amigo oficial de Remi, e que infelizmente e coincidentemente era primo da Winter - a garoto que Remi teve um caso, e que me detestava -. Ele tem um cabelo loiro escuro, um sorriso gentil e olhar quente, ele e Remi se cumprimentaram como se não vissem um ao outro há anos.

— Rapazes, deixe-me apresentar minha noiva... Mon ange, eu esqueci seu nome. — Remi disse com preguiça e presunção.

— Hum... — o encarei me preparando para entrar no seu joguinho de desinteresse.

No momento em que um dos amigos de Remington ia tomar a palavra, a cerimonialista nos chamou.

— Ariella Queens Nash e Remington Astor.

Me preparando psicologicamente para subir ao pequeno palco no salão, eu tentei visualizar minha família no meio de toda aquela multidão e encontrei todos reunidos no canto do salão. Meu pai estava com o rosto fechado com algo que tio Aiden falou, e tia Elsa acabou o repreendendo. Mamãe estava conversando com tia Kimmy, enquanto Cecily e Ava estavam juntas cochichando. Eli e Creigh também estavam juntos, lado a lado enquanto Annika falava algo para Creigh e Eli encarava minha irmã como um maldito psicopata. Não encontrei nem Landon, nem Brandon, mas Glyn estava com sua mãe, Astrid, e seu pai, Levi estava próximo conversando com tio Xander e Ronan.

Vovô, o avô do Ronan e Jonathan King estavam próximos conversando. E todos voltaram sua atenção para mim e para Remington. E no momento em que nós subimos as escadas e nos estabelecemos no centro do palco, um barulho alto e endurecedor foi disparado.

No segundo seguinte eu estava sendo jogada ao chão com um corpo enorme me cobrindo e gritos altos e estridentes atingindo meus ouvidos. Eu não tenho certeza do que acabou de acontecer, mas o líquido frio e denso que atingiu minhas pernas foi o suficiente para reconhecer que se tratava de sangue.

O barulho? Era de um tiro.

Eu fui puxada para cima novamente, meus olhos completamente embaçados e minha cabeça uma bagunça. Cerca de sete seguranças me cercaram e eu só conseguia pensar na minha família e no Remington.

O que tinha acontecido com eles?

Por favor, que nada de ruim tenha acontecido com minha família e amigos.

Essa foi a última coisa que eu pensei antes de ver a quantidade de sangue que tinha no meu vestido branco e enfim desmaiar nos braços de algum homem alto e forte.

GOD OF OBSESSION - DEUS DA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora