CAPÍTULO 5

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Ariella Nash
17 anos

- Ella... - Lice me chamou enquanto caminhavamos em direção ao carro dela logo após o final da aula. Hoje ela iria me dar uma carona então nem precisei chamar o motorista.

- Sim?

- Você sabe que não precisa esconder nada de mim, certo? - ela disse meio hesitante.

- O que você quer dizer?

- Eu não sei, bem, eu posso estar doida, mas desde o ano passado eu sinto que você está diferente... Não comigo! - ela explicou rapidamente. - Mas com você mesma, sabe...

Eu travei. Eu sabia que a Lice desconfiava de algo, ela era minha melhor amiga e desde o primeiro momento ela já sabia me ler assim como eu conhecia cada detalhe dela. Nós éramos parceiras uma da outra, mas eu realmente esperava que ela não conseguisse ler o que eu tanto fiz questão de esconder.

- Não aconteceu nada. - menti descaradamente. Eu poderia falar com ela, eu poderia me abrir completamente apenas para ela e eu sabia que ela não agiria com pena, ou riria, ou até mesmo iria menosprezar isso. Eu sabia de tudo isso, mas eu escolhi mentir porque eu também sabia que no momento em que ela descobrisse ela iria pegar a minha dor para ela apenas para que eu não sofresse, eu não queria preocupa-la desse jeito. A mesma coisa servia para os meus pais e minha irmã. Eles pegariam a minha dor apenas para eles para que eu não sofresse.

Já me chamaram de muitas coisas nessa vida, algumas eram verdadeiras outras não, mas com certeza ingrata nunca foi uma sequer mencionada pois eu não deixava no secreto o quanto eu era grata por quem eu era, por meus amigos e pela minha família.

- Tudo bem, mas eu estou sempre aqui para você quando você precisar de mim. - Alicia disse e eu sabia que era verdade.

Antes de entrarmos no carro, Louis aparece do meu lado de repente.

- Jesus Cristo, que assombração é essa! - Alicia falou com a mão no coração.

Louis estreitou os olhos para minha amiga não gostando da forma como ela reagiu.

- Ariella, eu preciso falar com você. - Louis disse.

- Ok, fale. - eu respondi.

- Particular.

- Tudo bem, mais tarde você me liga. - me virei para entrar no carro, mas ele segurou minha mão.

- Por favor. - ele suplicou.

Alicia me olhou esperando por uma resposta, mas então seu celular apitou com uma notificação e ela arregalou os olhos. - Que cadela! - ela xingou.

- O que aconteceu? - eu perguntei.

- Nada, nada. Pode deixar, é só que eu estou com um probleminha que precisa ser resolvido neste instante. Desculpa, Ari, eu realmente preciso sair agora.

Antes que eu pudesse responder, Louis já falou por mim.

- Eu levo você para sua casa. - ele disse com a voz cheia de esperança... Seria esperança de talvez ter alguma chance comigo? Se fosse o caso, era melhor ele deixar de sonhar, e melhor ainda pra ele se meus pais não estiverem em casa.

Alicia me olhou esperando minha resposta e eu apenas afirmei com a cabeça, ela saiu quase voando dali. Outra hora eu perguntaria o porquê daquilo, mas agora eu tinha um carrapato grudado em mim.

- Diga. - falei secamente.

- Eu estava pensando hoje durante as aulas... Você é a rainha de todos daqui, e eu sou o rei, por que nós não tentamos fazer isso dar certo? Esse joguinho de desinteresse da sua parte já está ficando sem graça. - Louis disse.

GOD OF OBSESSION - DEUS DA OBSESSÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora