Encantamento. Substantivo masculino. Sensação de deslumbramento, admiração, grande prazer que se tem como reação a alguma boa qualidade do que se vê, ouve, percebe.
- Linda, então, eu to em casa ainda e devo levar mais ou menos 1 hora pra conseguir chegar ai - Carlos disse ao telefone. Só tinha um problema, eu estava na porta do Bar, toda arrumada para sair com ele e já eram 20h de uma quinta feira. O local estava cheio, música alta, tinha uma pequena fila para entrar e eu estava super ansiosa.
- Ta brincando né?! Ah não Carlos, eu já estou aqui, não vou ficar aqui sozinha 1h esperando, deixa então, nos vemos outro dia que der - Respondi irritada. Detestava esperar. Eu queria vê-lo. Nossos amigos não puderam ir e decidimos sair sozinhos. Eu vesti um vestido tubinho vinho, de manga comprida, e coloquei um casaco florido por cima, salto alto e cabelos soltos. Dessa vez não estava molhado. Eu estava feliz que ia vê-lo. Estava curtindo bastante estar com ele mas agora eu ia ganhar um belo de um bolo. Poxa, tem muito tempo que não me arrumo para alguém. Fiquei chateada.
- Ué, me espera, que mal tem? - Disse Carlos rindo da minha indignação. - Onde você está?
- To aqui na frente do Bar já! Não, não, eu vou embora... - Respondi olhando ao redor e já me preparando para ir embora. Quando eu olho ao redor, ele esta rindo e vindo na minha direção. Tinha acabado e sair do carro.
- Calma, calma nervosinha. To aqui. [Risos] - Apertei os olhos e franzi a testa não achando nada engraçado, mas assim começava a saga, do Carlos me irritando, achando graça e eu, ao invés de revidar, não, eu não conseguia ficar com raiva, no fim acabava rindo com ele.
- Cadê vo... - A pergunta ficou inacabada, pois quando me viro, o vejo bem próximo a mim, rindo e desligando o telefone. Não consegui, o sorriso brotou naturalmente e parecia que nos conhecíamos a uma vida. Naturalmente nos beijamos na porta do bar, ele me deu a mão e fomos pra fila.
Eu não tinha mais o que falar, toda a indignação foi embora no exato momento que ele me cumprimentou ali.
Carlos me abraçou, me cheirou ali e disse rindo no meu ouvido que ia ficar no carro, de longe, escondido e dizendo pra mim que não tinha chegado, só pra me ver irritada. Eu ri mas meio receosa dele realmente fazer aquilo - Eu não to acreditando que você faria isso, ora veja só, eu ia ficar é bem irritada e iria embora. Que ideia! E fique sabendo que na proxima vez é você que vai la hein.. - Ele ria, eu indignada pelo que nem aconteceu e ele ria.
Ao sentarmos no bar, bem próximo do palco, para vermos a banda tocar, Carlos sentou ao meu lado, na poltrona e eu coloquei minha perna direita sobre a perna dele, peguei o cardápio, dei mais um beijo nele e perguntei qual era a sugestão pra comermos. Carlos me olhou meio impactado.
- O que você quiser comer. Vai beber comigo hoje? - Perguntou ele olhando para minha perna sobre a dele.
- Sim, mas eu gosto de drink, não sou fã de cerveja - Respondi super a vontade.
Quando olhei novamente pra ele percebi que estava agindo com ele como se nos conhecessemos há tantos anos mas só era na verdade o segundo encontro. Fiquei constrangida.
- Estou sendo abusada né? Ta machucando? Vou tirar a perna, é que estou tão a vontade contigo e quando vejo já me espalhei. - Dissse rindo.
- Não, não, deixa a perna aqui, eu estou gostando disso. - Disse ele segurando minha perna e colocando ela de volta na perna dele. Ri e beijei ele novamente. Nossa, eu posso me acostumar com isso.
Comemos, bebemos e eu já estava no meu terceiro drink, rindo e falando mais do que deveria. Carlos, me acompanhando na cerveja, procurava me deixar o máximo a vontade que podia. Pedi para tirarmos uma foto juntos, o abracei e registramos. Nosso primeiro momento juntos. A banda começou a tocar, mais fotos. Não nos desgrudamos. Ficamos abraçados, dançando, rindo, comendo, bebendo e nos curtindo a noite toda e eu não percebia, mas nós dois não tirávamos o sorriso do rosto.
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As lágrimas de um milagre
Spiritualité- Mas Vida, é seu aniversário, não vamos passar o dia juntos? - O perguntei - Eu não sei o que vou fazer, acho que vou ver se faço alguma coisa com os meninos - Disse ele ríspido. - Você não quer passar comigo? - Falei já com a voz trêmula. Era o d...