Capítulo 5

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Capítulo 5

Renan olhou para os lados, tudo isso parecia um sonho ou talvez um pesadelo. Ele não sabia ao certo, mas a mulher de pele azulada e cabelos platinados o deixou encantado. Nunca imaginou que uma extraterrestre pudesse ser tão incrivelmente bela.

Se a rainha era deslumbrante daquele jeito, imaginou que as outras mulheres do planeta também fossem. Toda a situação era incrível demais para ser verdade; parecia um sonho. Ele se pôs a sorrir, meio abobalhado, enquanto imaginava estar com uma mulher de outro planeta, poderia ser a rainha, para ser mais preciso.

Não seria nada mal levar esse sonho a um novo patamar. Com um sorriso nos lábios, ele começou a imaginar como iria seduzi-la. Mal podia esperar para chegarem ao castelo, onde não haveria ninguém para interromper.

Absorto em seus pensamentos, ele nem percebeu que haviam chegado ao local onde fariam os exames.

Randon pediu para colherem o sangue de Renan, que se sentou em uma cadeira flutuante, aguardando a extraterrestre fazer o que havia sido pedido.

Ele observou a extraterrestre com interesse. Ela também era muito bonita, embora não tanto quanto a rainha. Seu corpo era mais esguio, e seus olhos eram negros como carvão.

Atheya observava Renan e sentiu seu coração entristecer ao notá-lo observando uma das cientistas. Deveria ficar feliz, afinal, o humano parecia ter gostado das mulheres de seu planeta. Isso deveria ser uma esperança para ela, em vez de causar tristeza.

"O que estou sentindo? Ah, pelas galáxias!" – ela pensou, frustrada por esses sentimentos confusos.

Atheya estava tão concentrada em Renan que não percebeu um de seus guardas pessoais se aproximando.

— Rainha Atheya – ele disse de forma respeitosa, erguendo o braço com a mão fechada até o peito em cumprimento. — Senhora, viemos buscá-la e o humano.

— Zarek, estamos aguardando os resultados dos exames. Assim que forem liberados, iremos para o castelo.

— Sim, senhora. Estaremos esperando lá fora.

Zarek lançou um último olhar para Atheya antes de abaixar a cabeça com a mão fechada no peito e sair, dando dois passos para trás e se virando.

Renan suspirou fundo. A Rainha já tinha alguém, o soldado Zarek. A maneira como ele a olhou não deixou dúvidas de que a amava. Como ela estava de costas, Renan não pôde ver a reação dela ao vê-lo, mas pela voz suave com que conversaram, acreditava que o sentimento era mútuo. Isso era uma pena, pois sabia que não poderia se aproximar dela. Era melhor perceber isso antes que seus sentimentos por ela se aprofundassem.

Ele sabia que era uma loucura, tudo o que estava acontecendo parecia um sonho maluco. No entanto, estava realmente atraído pela rainha de Sharon.

— Temos um resultado satisfatório, senhor – a extraterrestre disse a Randon, que se aproximou para ver os resultados na tela transparente e ouvi-la melhor. — Os membros reconstruídos foram bem aceitos pelo organismo dele, e as injeções com as medicações do nosso planeta não afetaram nenhuma célula. Ele está perfeitamente saudável, como se tivesse renascido. Apenas precisará de algumas injeções de colágeno e vitaminas nos próximos dias para fortalecer a imunidade e a pele recém-construída. Fora isso, como nosso primeiro experimento, devo dizer que foi um sucesso.

Ela disse na língua deles, mas ninguém percebeu que, ao ser ressuscitado, Renan se transformou em um deles e também compreendia seu idioma.

— Experimento? Membros reconstruídos? Eu sabia, só posso estar sonhando. Que loucura é essa? — disse tenso ao se levantar.

Atheya se aproximou rapidamente e colocou a mão em seu ombro, fazendo-o sentar novamente.

— Lembra que eu disse que precisamos conversar? Tudo será esclarecido no jantar. Tudo bem?

— Está bem — respondeu a contragosto.

Atheya olhou para Randon com o cenho franzido depois de ouvir Renan falar tão perfeitamente seu idioma.

— Como ele consegue falar nosso idioma?

— Usamos células-tronco na corrente sanguínea, a partir do cérebro. Não temos uma explicação exata do que possa ter acontecido, mas vou fazer estudos minuciosos imediatamente. Acredito que esse fator seja responsável pelo super desenvolvimento dele em todos os sentidos.

— Entendo. Ele está liberado?

— Por enquanto, sim. Amanhã farei testes referentes à força dele.

Ela concordou com um aceno de cabeça, foi até Renan e com um sorriso tímido, o chamou para irem embora. Eles se despediram, enquanto caminhavam pelos corredores até a saída.

Vários Sharonianos paravam para observar o humano, pois nunca tinham visto um. O que mais chamou atenção de todos foi que ele estava usando um bracelete de guerreiro, o que gerou diversos sussurros entre os assistentes e os cientistas.

Atheya estava pensativa. Enquanto caminhava, pensava na forma como Renan olhou para a cientista com interesse evidente. Pensando como cientista, isso poderia ser o primeiro passo para uma tentativa de aproximá-los. Por outro lado, a sensação estranha que tomou conta de seu corpo era mais forte. Seu outro lado dizia que não deveria seguir adiante com o experimento da natalidade com Renan, que deveria mantê-lo como seu soldado pessoal, assim como Zarek, e mantê-lo ao seu lado em tempo integral, para ser mais exata.

Eles entraram no veículo que levitava e continuaram calados até o castelo. Ela o observou olhar para tudo que se movia através do vidro do veículo com muita curiosidade.

Ficou se perguntando desde quando se tornou uma mulher possessiva, pois nunca tinha sentido isso antes. Temia que esses sentimentos pelo humano a fizessem sofrer mais do que já sofreu. Ela nunca viu sentido em viver tantos anos. E agora, esse sentimento novo e nada agradável veio para completar sua lista de tristezas.

— Chegamos, senhora — disse Zarek com um tom doce na voz, o qual não passou despercebido por Renan.

Zarek ofereceu a mão para a rainha, que a aceitou sem pestanejar para descer do veículo. Renan ficou se perguntando por que tudo isso. Afinal, eles eram fortes e temidos, então seria fácil para eles correrem ou voarem rapidamente. Mesmo assim, ele manteve a dúvida para si por enquanto. Em outra ocasião, poderia conversar com alguém sobre esse assunto. Pois agora, tinha certeza de que não estava sonhando.

As portas do castelo, assim como toda a construção, eram imensas. Ele olhou da base até o topo e soltou um assobio, o que fez Atheya olhar para ele com um olhar curioso.

— Que som é esse que você fez? Nunca o ouvimos antes.

— É um assobio. Na Terra, fazemos isso com frequência.

— Você poderia me ensinar em outro momento? — disse empolgada.

— Claro.

Ela sorriu e o conduziu até a entrada do castelo, onde foram recebidos por outros soldados de guarda na porta.

Eles entraram e mais uma vez os olhos de Renan percorreram todo o ambiente, achando a construção interna incrível.

— Bem-vindo ao seu lar. Vou te mostrar o seu aposento para que possa se refrescar antes do jantar.

Atheya: A rainha de SharonOnde histórias criam vida. Descubra agora