Atheya: A rainha de Sharon

Capítulo 16

Capítulo 16

Kenya permaneceu imóvel por vários minutos, receosa de que suas pernas pudessem ceder ao tentar andar. O grande sonho que acalentava desde seus trinta anos finalmente se concretizara: beijar o príncipe de Sharon, o amor de sua vida.

Com um sorriso de felicidade extrema estampado no rosto, Kenya colocou as mãos sobre a face ainda aquecida pelas sensações maravilhosas que o beijo do príncipe lhe proporcionara.

Flutuando em êxtase, ela caminhou até o quarto, quase sem perceber como chegara lá. Sua mente flutuava nas nuvens, seu corpo aquecido e repleto de desejo. Uma intensa vontade de procurar o príncipe e se entregar completamente a ele, ser exclusivamente dele, tomava conta de seus pensamentos.

***

Atheya acordou abruptamente nos braços de Renan, após compartilharem um momento íntimo e adormecerem em seguida. Agora, assustada, ela não imaginava que outra espécie pudesse surpreendê-la tanto com o carinho que ele lhe proporcionara durante o ato amoroso, resultando em um prazer incrível.

Sem palavras para descrever o que sentira, Atheya sentia-se surpreendida pela fogosidade de Renan, que a levara ao ápice rapidamente.

Renan abriu os olhos lentamente e observou Atheya, que parecia estar assustada.

— O que houve, querida?

Atheya suspirou profundamente. Não queria fazer a pergunta, mas precisava. Já haviam realizado o que ambos desejavam, mas agora era hora de encarar a realidade, talvez mesmo a infelicidade.

— Não se reprima. Pode dizer o que quiser.

Ela suspirou novamente antes de perguntar.

— E agora?

— Não entendi. "E agora?" Espere um pouco... Você não está me dispensando depois do que aconteceu, está?

— Não... Pensei que você... Que nós...

— Não foi apenas sexo, Atheya. Eu a quero, não me importa seu título. Desde o momento em que a vi, senti algo, só não soube o que era, mas sabia que precisava protegê-la. Eu quero estar ao seu lado, se você também quiser.

Ela suspirou aliviada, seu semblante suavizando.

— Eu também quero você.

Renan não disse mais nada, beijou-a com paixão e voltaram a se amar sem pressa.

***

Mesmo após o banho demorado, sentia-se envolto em chamas de desejo que pareciam insaciáveis. A água não fora suficiente para acalmar a intensidade que ardia dentro dele. Ele lutava para resistir ao impulso de buscar mais alívio para sua inquietação.

Ao caminhar pelo quarto, a mente de Zalthor estava repleta de pensamentos ardentes, cada centímetro de sua pele parecia pulsar com o desejo que o consumia. Ele sabia que deveria tentar conter essa paixão desenfreada, ao menos por enquanto, mas a luta interna era evidente em seus olhos.

Lançou um olhar para a lua pela imensa janela, reconhecendo que a hora de descansar havia chegado. No entanto, a cama parecia um convite para uma batalha interna. Ele ansiava pela calmaria, mas seu corpo clamava por algo mais.

Em um esforço para se conter, Zalthor deitou-se na cama e fechou os olhos. No entanto, sua mente continuava repleta de imagens sensuais, lembranças de um beijo ardente que não conseguiu apagar. A tentação era forte, mas ele estava decidido a resistir, ao menos por enquanto.

Ele sabia que o sono, quando finalmente viesse, seria povoado por sonhos ardentes e incontroláveis.

A noite avançava, e Zalthor, entre suspiros contidos, tentava domar as chamas que o consumiam. A batalha entre a razão e a paixão continuava, deixando-o inquieto na escuridão do quarto, enquanto a lua observava silenciosamente seus anseios não realizados.

Zalthor, finalmente, conseguiu sucumbir ao cansaço e mergulhar no mundo dos sonhos. Entretanto, ao invés do descanso tranquilo que ansiava, ele se viu imerso em um turbilhão de imagens ardentes, protagonizadas por Kenya.

Nos recantos de sua mente, Zalthor sonhou com cenas intensas, onde ambos estavam envolvidos em seu próprio quarto. As imagens eram vívidas, a paixão entre eles transbordava em cada gesto.

O sorriso malicioso de Zalthor se manifestava toda vez que as anteninhas de Kenya se enroscavam. Os sonhos eram permeados por momentos de intensidade, onde a conexão entre eles transcendia qualquer explicação racional.

Zalthor acordou com uma risada abafada, surpreendido pelo turbilhão de sensações que o sonho lhe proporcionara. As imagens persistiam em sua mente, deixando-o com uma sensação de calor que não era apenas reflexo do sonho.

A lua, agora desaparecia no horizonte, dando lugar a um novo dia. Zalthor, com um sorriso intrigado nos lábios, perguntava-se se os sonhos eram prenúncios do que estava por vir ou apenas reflexos dos desejos reprimidos.

Com esses pensamentos, ele levantou-se, pronto para enfrentar um novo dia repleto de incertezas e, quem sabe, algo mais.

Roubar outro beijo de Kenya poderia ser sua perdição, talvez não consiga parar.

— Ah, ela tinha que ter só 89 anos? Vou enlouquecer...

Uma das empregadas escutou a última frase, Reina ficou se perguntando o que o príncipe quis dizer com vou enlouquecer. Ficou se perguntando se ele estaria desejoso, mas por outro lado não acredita nisso, pois o príncipe sai todas as noites e acredita que tem muitas amantes.

Mas se for isso, está aí sua oportunidade de se entregar para ele. Não tem uma mulher solteira no planeta que não seja fascinada por ele, e Reina é uma delas. Sinceramente também gostou muito do humano, mas percebeu os olhares da rainha e ficou com receio de chegar perto.

Sabe que se tentar ter algo com a mesma pessoa que a rainha se interessar poderá além de perder o emprego, dependendo do grau de intimidade da rainha com o humano, até pode ser exilada do planeta.

Levantando a mão dá uma leve batida para o príncipe saber que tem alguém e aguarda pedir para entrar.

— Entre — ele disse olhando para o sol, está com uma calça de tecido maleável da cor branca e ao se virar para ver quem era arrancou um suspiro de Reina que reparou nas pernas e em algo mais.

— Senhor... — ela murmurou, sentindo seu rosto ficar afogueado. — Eu vim... Eu quero... Não! É...

Ela interrompeu a fala por alguns instantes.

— O que o senhor deseja?

A pergunta chegou até ele com um duplo sentido, não estava claro se era devido ao ardor do desejo ou se ela realmente estava se oferecendo. Reina era uma tentação; ele já tinha reparado nela, mas nunca se envolvera com nenhum dos empregados do castelo antes.

Até agora, ele se perguntava por que beijara Kenya daquele jeito. Seria o perfume maravilhoso que ela exalou? Será esse o cheiro do amor que sua irmã tanto tentou lhe explicar?

— Eu... — ele disse indeciso.

— Talvez o senhor deseje algo a mais — ela sugeriu ao se aproximar e tocar seu braço.

A porta estava entreaberta quando Reina entrou. Nesse intervalo de tempo, Kenya tomou a decisão de ir atrás do príncipe e se oferecer quando viu Reina fazendo isso de maneira descarada. O pior foi olhar nos olhos dele e perceber a indecisão. Com dor no coração, preferiu sair correndo em vez de ficar e ouvir ele aceitar dormir com ela.

— Eu não preciso de nada, obrigado.

— Mas... Senhor...

— Pode se retirar.

Reina saiu, deixando Zalthor impressionado com o que acabara de fazer. Nunca antes havia rejeitado uma abordagem feminina. Ele acreditava que estava enlouquecendo.