Atheya: A rainha de Sharon

Capítulo 2

Capítulo 2

Atheya sabia que sua jornada para a Terra seria repleta de desafios, tanto científicos quanto emocionais. Com determinação inabalável, ela estava pronta para embarcar em sua missão em busca de uma solução e, quem sabe, descobrir mais sobre esse enigmático sentimento humano chamado "amor."

A rainha saiu do cômodo da mesma forma que entrou, com a cabeça levemente erguida, sendo acompanhada por sua dama de honra.

Atheya voltou para o castelo, com seus pensamentos distantes. Nunca tinha ido até a Terra em seus mil e quatrocentos anos de vida, mas já ouvira falar a respeito desse tal amor.

- Ilsa, prepare meu banho e o bracelete.

Ilsa ficou boquiaberta ao receber a ordem. Os braceletes foram feitos por outra espécie extraterrestre, os cientistas mais renomados do planeta Plupton, e doados para Sharon, sem nenhum custo ou cobrança, apenas para fazer uma aliança, também com a intenção de que seus soldados tivessem o uniforme perfeito, com as cores mais usadas no planeta e o brasão com a letra S.

- Sim, senhora.

Se soubesse o que essa palavra realmente representava na vida de um humano, talvez sua existência tivesse algum sentido. Por sua vez, nunca sentira isso e não conhecia ninguém em seu planeta que tivesse experimentado esse sentimento que chamavam de lindo e divino.

Existiam alguns anciões em seu planeta. Eles moravam do outro lado de suas vastas terras. Talvez um dia os visitasse e perguntasse se já haviam amado alguma vez em suas vidas.

Atheya entrou numa banheira que foi posta no meio do quarto, seu corpo afundou devagar na água morna, liberando um suspiro longo.

Ilsa pegou o sabonete feito de rosas roxas silvestres, mas Atheya levantou a mão, pedindo o sabonete para que ela mesma pudesse usá-lo no corpo com a ajuda de uma esponja macia.

- Saia, Ilsa. Preciso ficar um instante sozinha.

Sua acompanhante saiu com o rosto desconsolado por não ficar e ajudar a terminar o banho.

Atheya observou as bolinhas de espuma acariciando sua pele nua e sorriu, mas logo voltou a ficar séria. Foram poucos os momentos em que se sentiu realmente feliz; raramente via graça em algo.

Enxaguou o corpo e saiu da banheira, envolvendo-se com um roupão fino. Caminhou até a cama, onde viu o bracelete pluptoriano sobre a coberta, e o colocou no pulso. Segundo a cientista que o entregou, bastava pensar, e o uniforme cobriria seu corpo. Nunca precisou usá-lo, por isso não sabia como reagiria.

- Vamos ver como isso funciona - sussurrou enquanto encaixava o bracelete no pulso e pensava no uniforme. Viu nano partículas negras saírem da peça preciosa, cobrindo rapidamente seu braço e, em seguida, todo o corpo, formando um collant na cor branca. - Incrível... - disse suavemente ao se ver no espelho.

Passou as mãos pelo corpo, sentindo o material ajustado à sua pele como se fosse uma segunda camada. Sinceramente, sentia-se exposta, mas não conseguia deixar de achar o uniforme incrível. Virou de costas, observando seu traseiro, que parecia muito maior com o collant. Abandonando o espelho, dirigiu-se à entrada do quarto e olhou novamente para o espelho. Parecia uma guerreira de uniforme, mas também parecia uma mulher fatal.

Com a cabeça levemente inclinada, seguiu para a entrada do castelo. No meio do caminho, Isa se juntou a ela, e ao parar do lado de fora do castelo, uma capa de um tom branco cobriu suavemente suas costas.

"Agora, sim, o uniforme deve estar completo", pensou ao entrar numa pequena nave voadora que as levou até a base aérea científica de seu planeta.

- Vamos - disse ao entrar na nave mãe e sentar-se em uma cadeira flutuante vermelha. - Quanto tempo até chegarmos no planeta Terra?