Gojo estava hesitante, até pouquíssimo tempo atrás fez de tudo para afastar Suguru mas agora sentia que, nem se quisesse, não podia mais, ele ainda queria sua segurança mas era como se ele precisasse tê-lo por perto, tanto que, nesse momento dirigia com pressa até o endereço do moreno. Tinha acabado de sair da festa e pretendia voltar para sua casa mas vendo as mensagens de Suguru algo lhe disse que pelo menos hoje, não. Então ele ligou uma, duas, três vezes até Geto atender com a voz rouca e sonolenta e ele se sentiu um pouco culpado por o acordar por puro capricho. Pediu que deixasse a porta aberta e assim ele fez.
Satoru não demorou a chegar no lugar, entrando silenciosamente na casa escura, ligou a lanterna do celular e caminhou calmamente até o quarto alheio se deparando com o moreno sentado de pernas cruzadas e a cabeça baixa, os olhos inchados e os cabelos bagunçados, assim que Suguru o viu, o sorriso que derretia todas as estruturas do Gojo apareceu.
— Separei aquela roupa pra você — apontou para cômoda com a cabeça — Você tá se apropriando muito das minhas roupas, não acha?
— Veja pelo lado bom, eu durmo sentindo seu cheiro.
Disse por fim antes de entrar no banheiro para tomar um banho rápido. Quando ele terminou, encontrou Suguru deitado desajeitadamente na cama com os olhos pequenos pelo sono mas, por incrível que pareça, ele ainda não havia dormido o que aqueceu o coração do modelo por Geto estar se esforçar tanto para ficar acordado por ele, esse calor se misturava com a culpa pois essa culpa jamais iria embora.
Satoru havia colocado apenas a calça de moletom, era um hábito dele para dormir, se aproximou tirando as mechas de cabelo do rosto alheio recebendo sua atenção e também um espaço no colchão. Se deitou de frente para Suguru achando adorável sua expressão sonolenta e levou uma das mãos ao rosto dele alisando delicadamente vendo seus olhos finalmente fecharem com o toque, não demorou muito a pegar no sono cansado demais para qualquer coisa.
O platinado estava atônito porque ele já viveu muito, ele conheceu o inferno na mão de seu pai e não teve muitas coisas boas para desfrutar já que tudo era arrancado de si. A melhor época da sua vida foi com certeza o ensino médio onde conheceu o amor da sua vida e era até engraçado porque eles quase brigaram no primeiro encontro mas olha onde estão agora. Não é como se Satoru estivesse genuinamente feliz, não, ainda não mas não negaria que o que estava sentindo era muito agradável e, pelo menos agora, se livraria do peso do mundo.
. . .
Ambos odiavam domingos mas estavam contentes porque os últimos tem sido os melhores que já viveram. Tanto Suguru quanto Satoru se sentiam nas nuvens pois estavam desfrutando agradavelmente da presença um do outro. Pela manhã, assistiram a um filme aleatório que escolheram e depois cozinharam juntos, na verdade, Suguru cozinhou porque Satoru estava ocupado demais brincando com bigodes — o gato de pelagem branca.
Após o almoço, o fotógrafo decidiu fazer uma rápida análise das fotos da semana sendo seguido pelo platinado que se surpreendeu quando finalmente descobriu o que tinha atrás da porta, sendo basicamente tudo sobre ele, mas não somente posando para a câmera e sim ele em várias situações, sendo pego despercebido, como se Suguru fosse um admirador secreto e ele não evitou o sorriso grande que desenhou seus lábios.
— Desculpa, eu sempre me empolgo — Geto se encostou na beirada da mesa segurando uma de suas câmeras enquanto apertava sequencialmente o mesmo botão vendo suas últimas fotos.
— Confesso que isso alimenta meu ego — ele analisava cada uma das imagens e as fotos sobre a mesa.
— Droga, isso é ruim, vou melhorar — brincou rindo.
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mouth of the devil - satosugu
Romancegojo tinha tudo, materialmente falando, mas para ele, seu verdadeiro tudo possuía longos fios escuros e um sorriso que tinha poder suficiente para alterar completamente sua química cerebral. no entanto, depois de deixar seu tudo escapar dolorosament...