capítulo onze;

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kkoii 🤗
de antemão peço desculpas pela demora e leia as notas finais pra mais explicações. boa leitura 🕊️

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Os ouvidos de Suguru estavam abafados, ele não conseguia concentrar em nada além do constante apito emitido pelo monitor cardíaco. Não sentiu quando ele foi empurrado para fora enquanto médicos lotavam o quarto ou quando Satoru começou a gritar aflito com uma enfermeira perguntando o que havia acontecido.

Mas ele viu quando os médicos desesperadamente faziam massagens cardíacas no amigo desacordado.

Quando, com um desfibrilador, tentaram algumas vezes o animar.

E por fim, as expressões de derrota enquanto relutantemente desistiam do homem.

De repente tudo era silêncio, um vazio, era como se estivesse flutuando no nada escutando incessantemente a voz daquele que tanto atormentava suas vidas, a ameaça repetidas vezes ecoando em sua mente sobrecarregando seus sentidos, sentia-se encolhendo a cada segundo como se fosse se livrar da culpa. Um aperto incômodo até demais no peito assim como a respiração ofegante e o suor frio escorrendo pela pele.

Um incessante "minha culpa" se juntou a toda confusão atordoando mais ainda sua mente ja perturbada, com certeza a pior experiência de sua vida.

Num nível elevado de pânico ele despertou, ofegante, os cabelos grudados no rosto e pescoço, a camiseta molhada, só para encontrar os olhos azuis, frios, o encarando com superioridade.

Não eram os azuis que traziam seu conforto ou que ele amava, era na verdade completamente o contrário. O homem maléfico a sua frente abria um sorriso perturbador enquanto tudo a sua volta parecia derramar sangue.

Ao seu lado via Satoru desacordado completamente manchado de sangue, nas paredes via Nanako e Mimiko penduradas no mesmo estado que o homem ao seu lado e de repente o rosto de Kentaro se tornou Choso oscilando para o outro homem novamente e de novo e de novo, a voz tornando a repetir a culpa sobre si, ele apertava as mãos forte o suficiente para que sua unha rasgasse a pele e quando esse pesadelo parecia não ter mais fim, ele despertou.

Estava agoniado, ofegante, os olhos arregalados. Sentia braços fortes em torno de si enquanto desesperadamente buscava ar. Ainda que se sentisse seguro nos braços do platinado ele não estava agora, ele queria distância, se desvencilhou dos braços alheios sentando sobre a cama, o coração ainda acelerado, a cabeça curvada derramando alguns fios negros por cima dos ombros e rosto, estava totalmente desnorteado.

Satoru queria falar e tocar mas talvez não devesse, pelo menos não agora; então ele esperou, esperou e esperou, pelo menos uns cinco minutos daquela maneira ele ficou ao lado do fotógrafo encarando, tentando adivinhar como poderia ajudar embora não tivesse tanta certeza que conseguiria.

— Faz quase um mês. Tá quase acabando, ele tá bem — o moreno ergueu o olhar marejado para o outro — Por que eu não consigo ficar?

— O pesadelo de novo? Quer me falar o que aconteceu?

Havia passado um mês desde o acidente, Choso se recuperava da melhor forma possível tendo todas as pessoas próximas a si sempre atentas, entretanto, Suguru não conseguia e não entendia o porquê disso, nos últimos dias não teve uma noite tranquila sequer, seja por causa dos mesmos pesadelos ou porque não chegou nem a pregar os olhos.

— Tá tudo b--

— Tudo bem? Caramba, Suguru. Suas mãos tão sangrando e você me diz que tá tudo bem? — afirmou exaltado.

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⏰ Última atualização: Apr 08 ⏰

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mouth of the devil - satosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora