gente me dediquei mt se tiver ruim eu choro pq eu não ironicamente comecei a pensar nessa história por essa parte
❗❗possiveis gatilhos: morte, violência (não tá bem detalhado
ㅤ
. . .
ㅤ
— Pai, eu poss-- — o garotinho foi interrompido.
— Não — uma resposta ríspida.
— Mas você não deixou eu terminar de falar — a criança disse fazendo beicinho.
— Eu não quero saber o que é, por isso, a resposta será não e pare de me atormentar, saia daqui — respondeu da maneira mais dolorosa possível.
O homem de prontidão na porta, Hikari, encarou com compaixão o garoto que saía cabisbaixo da sala, não era a primeira vez que presenciava algo assim e com certeza não seria a última.
A verdade é que boa parte dos funcionários daquela casa compartilhavam do mesmo sentimento: pena. Tanto pela esposa quanto as filhas e principalmente o jovem Satoru. A maneira como era tratado era desumana e, mesmo que a história não tivesse nada a ver com ele, era ele quem pagava o pato, assumindo culpas ou elas simplesmente sendo jogadas para ele.
— Você — o homem apontou para Hikari — escolte ele até o quarto e garanta que ele não vá sair de lá tão cedo.
— Mas, senhor...
— Você, por acaso, quer me questionar? — seu olhar era amedontrador.
— Já estou indo.
O homem subiu as escadas e dobrou o corredor que levava aos quartos, no meio dele, viu o garotinho sentado encostado em uma das portas brincando com os dedos das mãos.
— Por que eu não posso fazer nada? Não posso sair, não posso brincar, não posso ficar com minha mãe — a criança tinha a voz embargada.
Hikari permaneceu em silêncio, ele não tinha resposta para aquilo e ainda que tivesse ele não saberia como dizer sem magoar a criança ou comprometer seu trabalho e até a vida. Ele se sentou ao lado do garoto apoiando os braços no joelho, ficando assim por algum tempo, talvez Satoru só precisasse de companhia.
— O que você queria fazer?
— Alguns colegas marcaram de jogar bola hoje, eu queria ter ido, parecia legal — disse apoiando os cotovelos nas pernas e o rosto nas mãos.
O homem, por mais sério que parecesse, tinha o coração mole, algumas vezes cedia ao pequeno garoto fazendo algum tipo de jogo ou só escutando ele falar animadamente sobre algo que gostava como Digimon e robôs. Afinal, Satoru era apenas uma criança deixada de lado, ele sentia que precisava suprir essa carência.
— Você tem bola?
— Eu tinha mas meu pai furou ela e agora não tenho mais — suspirou.
— Pega lá, deve ter um jeito de arrumar.
O olhar do garoto ganhou um brilho especial e adorável, ele animadamente se levantou correndo até seu quarto fazendo uma enorme bagunça no cômodo enquanto procurava o brinquedo. Assim que a encontrou, correu de volta ao encontro do homem que o escoltou até a sala, averiguaram o ambiente e, felizmente, o Gojo mais velho não estava lá.
Partiram para os fundos da casa onde provavelmente havia algo que pudesse resolver seu problema e Hikari agradeceu aos céus quando achou um rolo de fita e uma bomba de ar. Foi rápido em recuperar o brinquedo do garoto devolvendo a alegria a ele, achou adorável a forma como ele pulava e agradecia repetidamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
mouth of the devil - satosugu
Romancegojo tinha tudo, materialmente falando, mas para ele, seu verdadeiro tudo possuía longos fios escuros e um sorriso que tinha poder suficiente para alterar completamente sua química cerebral. no entanto, depois de deixar seu tudo escapar dolorosament...