(cap 20)

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Maraisa pov

Eu tô com raiva,ódio,tristeza...mas que merda!

Porque a Marília não confia em mim?
Era só me falar onde ia.

Aquele beijo delas realmente mexeu comigo,mas isso é o de menos.Agora eu nem sei quando ela vai estar falando a verdade.

Faz um dia que estou ignorando ela,parece pouco mas eu não aguento mais! Preciso do beijo dela,do abraço,do carinho,eu preciso dela!

Só hoje percebi o quão dependente de Marília eu sou,isso não é nada bom.Ela vivi atras de mim me pedindo desculpas,falando que errou e se arrepende,eu quero desculpar ela,realmente quero,mas sei lá.É muito facil ela fazer alguma merda,pedir desculpas e ta tudo bem,não é assim que funciona!

Eu tô brava com ela,mas ao mesmo tempo não estou.Estou dividida entre desculpar,e não desculpar ela...

Mas eu realmente sinto falta e não quero que qualquer coisinha nos atrapalhe.Eu realmente amo Marília,e talvez ela goste de mim...

Narradora

Marília saiu e se embebedou.Não era algo que costumasse fazer,não fora de festas.Não era sequer algo de que gostasse,mas se embebedou mesmo assim.

Havia muitos bares na região,a poucos quilômetros de sua casa.E também havia muitos tarados la procurando confusão.Dois deles encontraram Marília.

Ela acabou com ambos.

Havia nela uma raiva contida,uma fúria que habitara sua alma durante semanas.Agora finalmente encontrara o caminho para outro bar e não precisara de muito estímulo para faze-la entrar em uma briga.

Ela estava tão bêbada que,quando deu o primeiro soco,o que viu á sua frente não foram os tarados,mas a Simone.Cada punho fechado atingia aquele constante olhar de deboche.E a sensação foi boa.Ela nunca se considerara uma mulher violenta,mas se sentiu muito bem.

Quando terminou com os dois tarados,ninguém mais ousou se aproximar dela.Os moradores da região sabiam conhecer alguém forte,mas sabiam ainda mais reconhecer alguém irado.E todos tinham consciência de que essa última opção era a mais mortal.

Marília permaneceu no bar até as primeiras luzes do alvorecer raiarem no céu.Quando decidiu ir embora,levantou-se cambaleando,enfiou em baixo so braço a garrafa da qual tinha bebido a noite toda e pegou o caminho para casa.

Continuou bebendo ao longo do trajeto,com o uísque de péssima qualidade começando a fazer seu estomago queimar.E,conforme ela ia ficando cada vez mais embriagada,apenas um pensamento lhe via á cabeça.

Ela queria Maraisa de volta.

Ela era sua companheira,droga.Havia se acustumada a -la por perto.Ela não podia simplesmente ir embora do quarto delas.

Marília a reconquistaria.Ela a seduziria e...

Soltou um arroto alto e desagradável.Bem,teria que se contentar com seduzi-la e reconquista-la.Estava bêbada demais para pensar em qualquer outra coisa.

Quando chegou em sua mansão,havia atingido um perfeito estado de falso moralismo induzido pela bebida.E quando alcançou,aos tropeços,a porta do quarto de Maraisa fizera barulho suficiente para despertar até os mortos.

-Maraaaaaaiiiisaaaaaa!-Gritou,tentando esconder a leve nota de desespero na voz.

Não precisava parecer tão patética.
Por outro lado,se ele soasse desespero talvez ela se mostrasse mais disposta a abrir a porta.Fungou alto algumas vezes e berrou novamente:

o mundo dá voltasOnde histórias criam vida. Descubra agora